Com o sucesso do universo coligado da Marvel no cinema, a DC sabia que com seus heróis super relevantes, ela poderia assumir o mesmo esquema de sua rival e construir seu próprio universo compartilhado de personagens. Todo esse plano eventualmente acabou indo para o lixo após algumas confusões nos bastidores e alguns fracassos no cinema. Mas ainda sim existe resquícios dessas conexões que ainda são referenciadas em alguns filmes. O próximo longa da DC, já sem conexão fixa com o DC universe é Shazam que estreia na próxima quinta-feira. Mesmo o longa não sendo totalmente ligado aos outros filmes, ainda sim deve ter alguma referencia a esse mundo onde existe os outros heróis. Por isso ate a próxima quinta-feira a gente vai fazer uma caminhada da trajetória da DC ate o lançamento de Shazam.
Bom meus jovens, todo mundo obviamente conhece o superman, sendo ele simplesmente um dos personagens mais revelantes dos últimos 100 anos. Já houve várias adaptações do herói para a TV, porém nem todas conseguiram eficiência em trazer o personagem para as telonas. Quando surgiu a informação sobre o novo filme do homem de aço, nem se tinha ideia de fazer universo compartilhado, o objetivo apenas era produzir mais um trabalho do Superman. Porém esse filme, depois do que foi entregue, foi justamente o que a DC precisava para dar o ponta pé no seu mais novo ambicioso projeto. O Homem de aço foi o que deu inicio, mesmo indiretamente ao plano da liga da justiça, e graças a Zack Snyder, conseguimos pelo menos sonhar por um tempo em ter um universo compartilhado da DC nos cinemas.
O roteiro conta a história do Kryptoniano Kal-el, um jovem bebe que é enviado para a terra após seu planeta natal Krypton ser destruído. Após virar adulto, Clark Kent começa a desvendar seu passado e a entender o porque ele é tão especial. E após uma invasão alienígena de um conterrâneo kryptoniano chamado General Zod, Clarck precisa defender o povo da terra e impedir que Zod destrua o planeta e construa Krypton em cima dos restos do povo terráqueo.
O diretor do filme, como a gente já informou é o grandíssimo Zack Snyder, e ele conseguiu ganhar a paixão do grande público e da galera da DC pelo simples simples fato dele ter uma visão sobre o personagem que poucos diretores arriscariam expor. O Superman é alguém ridiculamente forte, e uma luta contra outro de mesma natureza, como o general Zod, causaria estragos inimagináveis em Metropolis. E é justamente esse lado que o Snyder explora muito bem. Ele não tenta poupar a força do Superman, ou transmitir o heroísmo dele com cautela, ele explora o personagem em sua essência bruta. A violência não é contida nesse longa, a destruição não é medida, e a catástrofe não se resolve com simplicidade. Basicamente você presencia um show de desabamentos inacreditáveis. E isso foi ousado, isso foi esperto, pois você mostra a natureza real de um personagem que esta acima da compreensão. Além disso a direção do Snyder foi muito boa pelo trabalho que ele fez com o jogo de câmeras. Ele consegue criar um clima de tensão através do Zoom que é algo maravilhoso, ele sabe filmar momentos clássicos de maneira bem sugestiva para a nova geração e filma com uma beleza que é assustadora. Fora esses aspectos, a gente ainda poder citar o tom do filme e os efeitos especias que são muito bons.
Mas apesar do trabalho muito bem feito na parte visual, o roteiro tem seus problemas que são o ponto crucificante do filme. O único argumento que funciona na trama inteira é o do general Zod, pois o resto é totalmente duvidoso. Além disso, a trama é passada de uma maneira bem cansativa. O primeiro problema nesse sentido é que tudo é muito didático, basicamente as informações são literalmente explicadas em diálogos. Eu não tô de sacanagem, literalmente tem um personagem com a função de ser o narrador que entrega tudo na maior cara de pau. Mas o problema principal nem é esse, os créditos nesse sentido fica na confusão que é o segundo ato. O esquema que o longa atribui é justamente focado em contar a história básica de Krypton, ate ai tudo bem. Depois vem um pulo temporal e já mostra o Clark adulto. Nesse ponto é que começa os flashbacks e todo o passado do personagem vai sendo explicado. A questão aqui é que isso cansa, pois você não precisa detalhar como ele foi se descobrindo, isso sim poderia ser resolvido com diálogos, já que a Martha Kent tava ali o tempo todo para falar sobre isso. Basicamente o roteiro é preguiçoso em certos sentidos, e isso atrapalha muito a experiencia.
Um ponto alto que eu acho muito bom do filme, é o terceiro ato, o final do longa é muito esperto e bem conduzido. A batalha final é boa, a motivação que Zod carrega é boa, nesse momento a trama do superman funciona, o plano por mais zuado que seja, faz certo sentido, a ação é boa e o final também conversa com tudo que aconteceu. Além disso os Flashbacks deixam de ser uma ferramenta de roteiro e tudo fica mais interpretativo.
O elenco conta com um pessoal que eu particularmente acho muito bem escalado. O Henry Cavill (Missão Impossível - Efeito Fallout) eu acho um ótimo Clark Kent, e para mim ele é um dos melhores superman do cinema. A Amy Adams (Vice) mais uma vez maravilhosa, ela faz a Lois Lane nesse longa. O Michael Shannon (A forma da Água) é o General Zod, O Russell Crowe (Gladiador) esta muito bem como Jor-el, a Diane Lane (Infidelidade) faz a Martha Kent, o Kevin Costner (Yellowstone) é o Jonathan Kent, a Antje Traue (Dark) é a Faora e o Laurence Fishburne (Homem-formiga e a vespa) é o Perry White.
O homem de aço independente de seus erros e acertos, acabou sendo uma boa adaptação do Superman e ficou sendo a base que a DC usou para as eventuais continuações. Quando foi confirmado lá em 2014-2015 que o futuro seria Batman X Superman, todo mundo já tinha teorias de qual caminho essa sequencia iria trilhar. E realmente, todo a trama bem amarradinha faria todo o sentido narrativo montar um confronto entre esses dois personagens... Mas se isso deu certo ou não, você só irão ficar sabendo aqui no Sessão Cinema no próximo especial DC.
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