Na última sexta-feira chegou na Netflix a nova temporada de uma das séries espanholas mais adoradas atualmente pelo grande público. O segundo ano dessa produção foi o destaque desse último fim de semana, e obviamente nos não poderíamos deixar essa nova trama passar em branco. Por isso jovens, se preparem e se acomodem que hoje é dia da segunda temporada de ELITE.
Antes de mais nada clã, acho que vocês já sabem o que eu vou falar não é? Obviamente, ano passado, assim que a série estreou, a gente fez uma análise aqui da primeira temporada dessa produção, e eu recomendo MUITO que vocês leiam esse texto, pois nesse caso de ELITE, essa segunda temporada tem quase tudo preso na primeira. Por isso leia nosso texto do primeiro ano dessa série, e depois volta aqui que eu tenho certeza que vai valer a pena.
A trama desse segundo ano começa alguns meses depois dos eventos na primeira temporada, assim que as aulas retornam depois das ferias. Apesar de termos alunos novos na escola, a mesma turma base que esteve lá quando rolou o assassinato de Marina continuou, e por isso todas as indiferenças voltaram a tona. Como os bolsistas também seguiram estudando, Samuel também voltou para a escola, mas dessa vez ele não vai deixar nada barato e vai correr atrás de justiça para seu irmão.
A primeira coisa que a gente precisa comentar desse ano novo, com certeza é a formula utilizada que é IDÊNTICA a do ano anterior. É aquele famoso papo, não é? "Time que está ganhando não se mexe". Basicamente a gente viu uma copia em todos os sentidos do que a gente viu no primeiro ano. Elite não escalou, não se renovou e trouxe uma trama completamente repetitiva. Não necessariamente a história é ruim por conta disso, mas... A trama se torna desgastante já que a gente já viu isso com esses mesmos personagens a exatamente um ano atrás.
Além da temporada ser praticamente repetida, quase todos os episódios são iguais. Além da série usar a mesma formula do ano anterior, em todos os episódios eles usam praticamente o mesmo roteiro. O padrão de festas, cenas picantes, dinâmicas e questionamentos dos mesmo personagens é algo infinitamente repetitivo que cansa.
O único episodio exceção que segue uma linha totalmente particular é o último, já que ele narrativamente falando, é usado para amarrar tudo que foi jogado durante a temporada. E isso, no meu ver foi um ponto muito positivo do roteiro, já que esse episodio entrega um plot, que apesar de ser meio previsível, é bem construído e bem agradável. O episodio final da temporada é cheio de reviravoltas, e cheio de amarrações, por isso é muito gosto de se assistir.
Em todo caso, uma coisa que todos os episódios tem em comum são os finais chamativos. ELITE já tinha feito isso em sua primeira temporada, mas nessa segunda houve um escalo nesse sentido, já que dessa vez os ganchos são bem tendenciosos. É legal justamente para você puxar o público, mas alguns deles são só estrategias de roteiro para realmente deixar essa ponta chamativa.
E esse ganchos são deixados de maneira tão frequente, justamente porque o roteiro dessa temporada permite isso, por conta do fato da história ser MUITO comprimida. A trama te transmiti uma sensação de que ela é empacotada, espremida e totalmente compactada. Você tem a impressão de que acontece coisas demais em pouco período de tempo, e por conta dessa característica da história, essas pontas são deixadas com mais eficiência e por isso tem tantas dessas artimanhas durante essa temporada.
E nessa de "história compactada", aparece outro problema no roteiro que é a evolução muito acelerada dos arcos dos personagens. Nesse novo ano de ELITE tivemos alguns novos protagonistas, mas nesse meio, teve muita gente que cresceu rápido demais e teve seu arco muito acelerado, justamente para conseguir fechar dentro desses oito episódios. Além disso, várias amizades foram desenvolvidas nessa temporada de maneira bem corrida. Por isso, no meu ver, essa temporada de ELITE seria para 13 episódios mais ou menos, justamente pois você teria mais tempo de tela para evoluir um pessoal com mais calma e também descompactar toda essa trama.
E essas amizades que brotaram nessa temporada, muitas delas foram de personagens com arcos totalmente opostos. Sinceramente eu não sei se isso foi proposital para tentar gerar uma interação, ou alguma dinâmica mais ousada, ou se foi necessidade mesmo. Em todo caso, a maioria das dinâmicas eu achei bem questionável e algumas interações acontece sem os personagens estarem no mesmo tom.
Falando em tons de personagens, uma coisa muito legal desse novo ano, que foi previamente comentado por nós na análise do trailer, são os personagens novos. No núcleo principal temos três novidades, e os três são ótimos. Eu gostei bastante da função de cada um na trama, do elenco escalado e da leveza aplicada em cada um, considerando o fato de que eles não estavam na escola no último ano. Achei bem interessante os arcos (apesar de serem rápidos), mas no geral, o saldo em cima dos três é bem positivo.
Com personagens novos, obviamente questionamentos novos são adicionados a trama. E claramente, nesse novo ano, além do roteiro reaproveitar muito dos arcos dos personagens na última temporada, tivemos muitas novidades dramáticas, que quase sempre são nichadas para o público adolescente. ELITE tem muito disso, de trazer coisas que jovens curtem na atualidade e que muitas vezes são polemicas. Essas discussões nesse caso são deixadas de lado nessa temporada, pelo contrario, são abordadas frequentemente.
E dentro desses novos questionamentos, dentro desses novos arcos, existe uma grande valorização e uma grande preocupação com as redes sociais. Esse vicio do jovem atual é um recurso muito utilizado no roteiro tanto no sentido narrativo quanto no sentido dramático. Existe um arco só focado nisso, e eu achei muito interessante essa abordagem que ELITE deu.
Além do uso das redes sociais, essa nova temporada também trouxe o costume de americanizar alguns diálogos, bem mais do que já tinha feito ano passado, e também aumentou de maneira bem considerável a quantidade de cenas de sexo, tanto hétero como homo. Fazendo um apanhado geral, tirando toda a parte dramática, esses são os pilares, podemos dizer "secundários"(?) desse novo ano.
Os diálogos dessa temporada fazem parte de uma montanha russa enorme. Existe momentos que as conversas são bem interessantes, mas existem momentos que chega a ser brega a dinâmica.
Já a maquiagem é um recurso que no meu ver é muito bem utilizado, funciona, e as vezes ate conversa com o enredo. A quantidade grande de festas permitiu que a maquiagem fosse utilizada de maneira bem variada e foi um recurso que saiu com um saldo bem positivo.
Nas festas também é onde a gente consegue encontrar a maioria das referências a séries, bandas e filmes, e nessa temporada, com certeza o destaque vai para as referências a La casa de papel que é onde ELITE surfou muito. Em alguns momentos aparece alguns personagens vestindo as mascaras do Dalí e isso foi uma puta referencia que ficou bem legal em tela.
Mas não foi só as referencias que ligaram ELITE a La casa de papel esse ano... O fato é que provavelmente a ausência frequente do Nano nessa temporada seja porque no mesmo período das gravações de ELITE, provavelmente La casa de papel também estava sendo rodado. Isso deve ter sido o motivo causador da frequente ausência do ator nesse novo ano. No caso do Christian, o buraco é mais em baixo e a bronca bem mais particular, tanto que o ator Miguel sumiu das duas séries.
O elenco conta com uma galera ótima que evoluiu do ano passado para cá. O Itzan Escamilla é o Samuel, o Miguel Bernardeau (É para o seu bem) é o Guzmán, o Álvaro Rico é o Polo, a Ester Expósito (Estoy vivo) é a Carla, a Mina El Hammani (Servir y proteger) é a Nadia, o Arón Piper (15 años y un día) é o Ander, o Omar Ayuso é o Omar, a Danna Paola (La doña) é Lucrecia, o Jaime Lorente (La casa de papel) é o Nano, o Miguel Herrán (La casa de papel) é o Christian, o Jorge López (Sou luna) é o Valério, a Claudia Salas é Rebeca, a Georgina Amorós é a Cayetana, o Abdelatif Hwidar (Os últimos dias) é o Yusef, e a Ainhoa Santamaría (A coroa dividida) é a Inspetora.
Bom jovens, o fato é que esse segundo ano desse trabalho tem um tom bem diferente do primeiro. As temporadas andam em escalas diferentes e provavelmente a terceira também será bem particular. O gancho deixado é ótimo, e por isso, com certeza em 2020 voltaremos aqui para falar um pouco mais de ELITE.
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