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Foto do escritorIury D'avila

Análise: Lemony Snicket - Desventuras em Série (2017-2019)

Atualizado: 19 de ago. de 2019



Exatamente no primeiro dia do ano a Netflix liberou a última temporada de uma das series mais queridas da plataforma. A versão de Streaming do sucesso baseado em livro de mesmo nome já tinha seu público base da geração passada e puxou a moçada mais nova para conhecer a trágica historia dos irmãos Baudelaire. Hoje vamos tentar reescrever tudo o que Lemony Snicket apresentou para vocês nesses últimos três anos e fazer a análise mais tris... Digo... técnica possível.


Desventuras Em Série pode pegar muita gente de surpresa que não sabe a origem desse clássico infanto-juvenil. O começo disso tudo foi lá em 1999 quando saiu o primeiro livro de uma saga de treze nomeado "Desventuras em série - Mau Começo". Dai pra frente o autor Daniel Handler que narrava o livro como Lemony Snicket seguiu contando a sua história e desenvolvendo a trama ao longo dos anos. Em 2004 a Nickelodeon e Paramount fizeram um filme baseado nos livros que foi um sucesso inacreditável. O longa que era estrelado por Jim Carrey resumidamente mostrava várias aventuras dos órfãos e focava em divertir o público dentro daquele clima sombrio e pesado que a trama apresentava. Com a história já renomada na literatura e no cinema, a Netflix então resolveu adquirir sua própria versão e em janeiro de 2017 liberou a primeira temporada para o delírio dos fãs dessa grandiosa saga.


Obviamente a gente não vai tentar fazer nenhum tipo de comparação entre o filme a série. Pois além de terem propostas diferentes, cada produção assumiu sua própria personalidade e mostrou sua verdade baseada nos livros. Existe principalmente uma comparação muito forte do Conde Olaf feito pelo Jim Carrey e o do feito pelo Neil Patrick Harris, porem o que o pessoal não percebe é que um precisa ser mais caricato e outro naturalmente mais obscuro para contracenar bem dentro do tom da fotografia. Além disso não existe uma comparação válida quando os dois são ótimos atores e fazem ótimos personagens.


Mas agora deixando qualquer vestígio do filme de 2004 de lado (Onde faremos uma análise própria para ele) é hora de entender um pouco mais sobre essa produção da Netflix. Como eu já citei o Conde Olaf nessa série precisava ser bem mais caricato para entrar no tom necessário. E esse tom é uma peculiaridade que a série carrega com orgulho e não sente vergonha de assumir. Desventuras em série não se leva a serio em nenhum momento.

Durante as três temporadas, você vai se acostumando com o inesperado por já estar ambientado em uma fotografia bem mais fantasiosa do que o normal. O visual da série já deixa claro para você desde o inicio que aquilo vai te tirar de qualquer zona de conforto em relação a seriedade do enredo.


O roteiro na primeira temporada foca boa parte do tempo apenas em explorar as aventuras dos Baudelaire. Os episódios são divididos de forma que um livro seja retratado em dois episódios. Ou seja, os oito episódios da primeira temporada, fazem jus a quatro livros. E essa adaptação inicial foi a mais próxima de fidelidade com o produto original que tivemos. Por mais que a narrativa da série tenha seu próprio caminho, na primeira temporada a história não foca em ter uma base. Obviamente ela cria pequenas ligações e deixa pontar soltas, mas boa parte do tempo esta apenas interessada em mostrar literalmente o sofrimento dos irmãos que perderam seus pais no incêndio e vivem sendo perseguidos pelo Conde Olaf que esta atrás da fortuna dos órfãos.


A segunda temporada é ai sim a primeira que começa de verdade a expandir a trama. É nessa segunda temporada que a série ganha um peso narrativo e trata a mitologia da série com um pouco mais de atenção. O foco desse segundo ano é justamente avançar a trama cada vez mais e começar a revelar os mistérios por traz dos segredos do primeiro ano. Só que diferentemente da primeira temporada, nessa parte da história a trama funciona como se fosse uma "Parte 1" do final que é conclusivo no terceiro ano da série. A segunda e a terceira temporada funcionam muito bem juntos, tanto que o gancho é praticamente a deixa de um final sem muita explicação...


Na terceira temporada você sente que o clima é todo consequente do que foi apresentado na season anterior. E isso vai além apenas dos episódios, porque a produção da série deixou isso meio que implícito. O tom da terceira temporada passa uma leve sensação de que tudo foi feito junto, que a segunda e terceira temporada são juntas. Ate a data de lançamento foi suspeita pois não passou nem um ano para lançarem novos episodios (O que normalmente não acontece quando se trata da Netflix) A última temporada de Desventuras em série foi uma surpresa que literalmente pouquíssima gente esperava.


Uma coisa que esse trabalho faz muito bem é a construção de seus personagens. A série é narrada pelo Lemony Snicket que ate certo ponto não interfere na trama, mas quando a história passa a ser no exato período temporal em que ele precisa estar, narrativa e trama se cruzam e as camadas se encontram. O Lemony é praticamente quem dita tudo e quem constrói no seu psicológico as características dos personagens em questão. Isso acontece principalmente porque o roteiro é muito inteligente e cria muitas situações onde uma explicação do narrador pode te dar o contexto que a série quer que você assuma. Mas independente de qualquer coisa, O Lemony, Conde Olaf, os órfãos e quase todos os personagens do começo ao fim seguem numa consistência muito fiel em relação a seus personagens.


O elenco vem com um pessoal realmente bem interessante. O destaque sem o menor pingo de duvidas é para o Neil Patrick Harris (How I Met Your Mother) que faz um conde Olaf genial. Ele é um puta ator e fez seu trabalho de maneira sublime como sempre. O Patrick Warburton (Seinfeld) é outro que rouba a cena. Ele interpretando o Lemony pode não ser a melhor performance da série, mas é com certeza uma das mais marcantes. O elenco infantil começa com o Louis Hynes (The Saint) que interpreta o Klaus Baudelaire, tem também a Malina Weissman (As Tartarugas Ninjas) que faz a Violet Baudelaire, e a pequena Presley Smith é quem faz a Sunny  Baudelaire. Além deles ainda temos o K. Todd Freeman (As Tartarugas Ninjas) que traz o Poe, a Lucy Punch (Professora sem classe) é a Esme Squalor, e a Joan Cusack (Escola de Rock) vive a Juiza Strauus.


Bom jovens, Desventuras em série acabou no momento em que devia, cobriu a história que precisava a alegrou o público que sentia falta. Foi um baita presente da Netflix e com certeza fará falta para as pessoas que dessa vez realmente não tem mais como assistir...

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