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Foto do escritorIury D'avila

Análise: Pretty Little Liars (2010-2017)

Atualizado: 18 de ago. de 2019



Como começar analisando uma serie que traz várias opiniões controversas tanto do público quanto dos produtores. Pretty Little Liars, ou PLL para os mais íntimos foi um trabalho que durou sete temporadas com uma historia baseada nos livros de uma escritora chamada Sara Shepard, mas que nem sempre a narrativa seguia a trama original dos livros. Hoje vamos ver como PLL conquistou uma enorme e vasta quantidade de seguidores, porém em seus últimos suspiros deixou escapar boa parte do seu fiel publico.


A gente esta falando aqui de uma serie que poderia sem o menor pingo de duvidas ser o maior exemplo e o melhor nome quando se tratasse de séries teen. Porém o caminho trilhado aparentemente não trouxe a tona esse objetivo. O começo de PLL e o final tem tons totalmente diferentes. A serie não se perdeu no seu objetivo, só resolveu trocar a prioridade conforme a trama foi evoluindo. Com isso obrigatoriamente trazer um tom mais pesado era totalmente compreensível. Acompanhar a trama das garotas principais sofrendo ameaças de terem seus segredos revelados por um Stalker que persegue elas e mandam mensagens provocante, não apresenta contexto para a serie ser algo mais além do que apenas uma história de mistérios. A questão é que a partir do final da primeira temporada você consegue perceber que é notável o potencial que a serie poderia ter, e obviamente os produtores se agarram a isso sabendo que mantendo que aquele passo em que a trama andava não seria o suficiente para segurar vários anos do mesmo. Por isso ousar e transformar o que era apenas um serie de mistério em uma produção de perseguição policial com elementos de suspense, foi algo essencial para tudo que veio em seguida.


A trama conta a história de cinco garotas: Aria Montgomery, Hanna Marin, Spencer Hastings, Emily Fields e Alison DiLaurentis são tipicas melhores amigas que contam todos os seus segredos umas para as outras. Porém a vida dela começa a ficar conturbada quando Alison que era considerada a líder do grupo, desaparece sem explicação nenhuma. Anos depois o corpo de Alison é encontrado e ela é oficialmente declarada morta, após isso as outras quatro garotas começam a receber mensagens anonimas de uma pessoa que se intitula "A" ameaçando contar todos os seus segredos que só elas quatro e Alison sabia.


Acho que a maior discussão que essa serie carrega é justamente sobre sua duração. Foram sete anos revelando mistérios um atras do outro que não pareciam ter fim. Analisando temporada por temporada como vamos fazer, é possível ver que cada uma delas carrega características próprias que definem dentro daquele contexto a viabilidade dos problemas apresentados, mas olhando por cima e vendo PLL como um pacote de sete temporadas, tudo poderia ser simplificado em duas ou três seasons. Além de ser evidente a queda de qualidade de roteiro nas quatro temporadas do meio, as duas primeiras e a última carregam o peso inteiro de todos os problemas apresentados diretamente e indiretamente. É compreensível você querer prolongar um trabalho que esta dando certo, mas o modo como as histórias foram sendo criadas ficou superficial, chegou um ponto lá pela quinta temporada que você não tinha mais surpresa quando acontecia uma revelação sem explicação, pois aquilo poderia ser qualquer uma das soluções já apresentadas anteriormente para resolver uma situação semelhante. Em constaste a isso, a Sétima temporada foi um exemplo muito bom de como a trama deveria ter sido conduzida desde o inicio.


A primeira temporada se resume naquela tecla do "Teen" que eu citei anteriormente. Tirando sua season finale, essa é sem duvida a temporada mais parada, com mistérios ainda rasos, mas que são bem aproveitados. O primeiro ano serviu muito para estabilizar a formula que seria carregada durante os outros seis anos e fixar a mitologia com os detalhes que seriam utilizados nas próximas etapas do enredo.


A segunda temporada foi a season que explorou e apresentou o modelo mais focado em um certo suspense que a serie oficialmente tinha assumido. Além disso PLL apresentava nessa temporada os mistérios que seriam relevantes para pelo menos os próximos três anos. Diferentemente da primeira temporada, dessa vez o aprofundamento foi melhor, e bem mais preciso. O motivo disso é que a season finale dessa temporada faria uma das relevações mais importantes ate o momento, e boa parte do final foi destinado justamente a esse fato.


Falar da terceira, da quarta e da quinta temporada é algo que pode ser incluído em um tópico só. Pois após a resolução da segunda season, a serie assumiu um novo tom mais sombrio. Dessa vez todo o clima era pesado, e todo o peso emocional vinha com uma carga de tensão. O(A) antagonista agora tinha assumido uma nova postura, foi essa postura que influenciou o modo como a serie correu nesses três anos.


No sexto ano tivemos esse mesmo tom sombrio ate a mid season. A partir do meio da sexta temporada parecia que tudo iria ser repaginado, aquele tom sombrio deu uma esfriada após o seu pico no final do quinto ano, e agora com praticamente uma serie nova, a escala de tensão foi sendo criada aos poucos. Nesse final de sexta temporada e em toda a sétima é possível ver melhor o caminho sendo traçado. Esse novo gás que a serie ganhou permitiu uma liberdade artística que já não era tão presente nas seasons anteriores. A história tava tão sobrecarregada com perguntas sem respostas, que praticamente era impossível abrir uma porta sem quebrar um janela.


A sétima temporada veio sendo a melhor em questão de ESTRUTURA. Enquanto todas as outras tinham barrigas no meio para prolongar a trama, dessa vez tudo corria liso, andava em um ritmo ótimo e satisfatório. A serie em sua última temporada mostrou uma sabedoria em dosar seus arcos e tratar eles com todo o respeito merecido. A temporada final de PLL foi o que sinceramente eu gostaria de ter visto em todas as outras.


Independente da sua opinião, é valido citar que a criatividade jogada sobre essa produção é um dos pontos mais importantes que podemos comentar. Fica claro que PLL fez mais perguntas do que era capaz de responder, mas de onde eles tiravam essas perguntas era do que fazia elas tão coerente. Por muitas vezes é possível soluções de roteiro baratas, situações surreais ou revelações obvias... Mas tudo isso é graças a sobrecarga de informação que foi exposta sem necessidade. Dosar a criatividade era fundamente para um aproveitamento melhor da própria, mesmo no final (quase) tudo tenha sido respondido, ainda sim ver que tudo poderia ser bem mais simples e sem tantos arcos desnecessários, tira um pouco da credibilidade depositada.


O elenco particularmente me traz um sentimento de balança. Pois pra mim tem atores sensacionais e outros que deixam muito a desejar... Mas antes de citar outros nomes e de falar minha opinião, queria abrir um espaço especial para a Sasha Pieterse (Um geek encantador) que interpreta a Alison DiLaurentis. A Sasha por conta de uma doença chamada Síndrome dos Ovários Policísticos acabou ganhando mais de 30 quilos lá entre a sexta e sétima temporada de PLL. Esse fato obviamente não alterou em nada sua performance, a Sasha atuava muito bem antes da sua mudança física e continuou perfeitamente seu trabalho após isso. É claramente visível a diferença da Alison ao passar da temporadas, e pra quem é desinformado esse fato dela estar mais gorda pode ser motivo para julgamentos da creibilidade em RELAÇÃO A PERSPECTIVA QUE A PERSONAGEM DELA PASSA. Por isso é importante avisar aqui sobre a condição da atriz e que esse fato no quesito atuação e no trabalho dela não atrapalha em nada, e ela continua sendo uma bela atriz.


Fora a incrível Sasha, o cast conta com a sensacional Lucy Hale (Verdade ou desafio) que com certeza é uma das melhores atrizes em cena quando faz seu papel da Aria. Ashley Benson (Pixels) é outra das protagonista, a atriz da Hanna tem vários altos baixos durante a serie. Nem sempre esta ela esta bem, muitas vezes abaixo da média, mas consegue atingir um bom nível quando precisa. A mais fraca da mais principais fica sendo a Shay Mitchell (You) É perceptível que ela é uma boa atriz, mas as vezes não passa confiança interpretando a Emily. A maioria dos beijos que a personagens dela participa são muito forçados, ela não parece se sentir confortável e fica a desejar. Agora finalizando o elenco principal, temos com certeza a melhor atriz da Serie. A Troian Bellisario (Feed) é simplesmente perfeita. Atua de maneira sublime, é simplesmente sensacional. E o mais legal disso tudo é a importância que ela tem para serie em si, com o tempo ela foi virando a maior protagonista, como se fosse um premio dos roteirista pelo trabalho incrível que ela faz interpretando a Spencer.


Além das cinco garotas, tivemos outros atores muito importantes durante os sete anos. O principal deles é a grandiosa Janel Parrish (Bratz: The Movie) que faz a conflitante, a amada por muitos, a super queridinha dos roteiristas e muito bem desenvolvida Mona Vanderwaal. O Ian Harding (Amor e outras drogas) traz um bom par para a Aria interpretando o  Ezra Fitz. O Keegan Allen (King Cobra) é um ator esquisito de se avaliar, pois eu não acho que ele faz um bom trabalho em boa parte do tempo, porém ao lado da Troian, ele consegue se soltar e fazer um Toby para ser o par da Spencer. O Tyler Blackburn (Ravenswood) mesmo sendo ótimo como Caleb, é com certeza um dos atores mais superestimados da serie onde o seu personagem é ainda melhor do que a sua própria atuação.


PLL por sua sete temporadas teve dezenas de outros atores, mas citar todos aqui detalhando cada um seria impossível. Independente do que a serie se propôs, ela foi uma das responsáveis por introduzir muitos outros grandes nomes nesse mercado com esse tipo de abordagem. E independente do qual enrolada a serie tenha ficado, nunca sua trama será tão complicada como falar o nome Pretty Little Liars sem estar acostumado com o próprio.

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