Depois de Homem de ferro 2 onde a Marvel deixou claro a existência de Capitão America e Thor nesse universo de Heróis... Era chegado a hora de expandir e desenvolver mais um pouco a mitologia por traz da franquia e incluir um pouco do vasto universo espacial da Marvel nessa brincadeira. Thor foi o responsável por apresentar não só novos reinos, mas também novos personagens que seriam presença VIP no futuro do UCM.
O projeto que Dirigido pelo experiente Kenneth Branagh, vem com uma postura nesse trabalho de enquadrar o mundo do Thor de maneira mais visual do que conceitual. A mitologia do personagem é vasta e complexa, para explicar a grandiosidade de Asgard e do meio onde o protagonista é ambientado, ele usa uma palheta de cores que agrega uma beleza literalmente majestosa para representar de maneira mais caricata aquele mundo. Enquanto na terra essa variação fica mais escassa e perdemos um pouco com diversidade artística, porém ganhamos com uma quebra de perspectiva que une os dois âmbitos. Essa escolha visual também credita muito na atuação do Chris Hemsworth que trabalha em cima desse ponto com o objetivo de demonstrar a divisão de realidades entre esses dois mundos.
O roteiro do longa segue durante todo o primeiro ato num parâmetro de situações paralelas que ocorrem em Asgard e na terra ao mesmo tempo, e a partir do segundo ato giram para se tornar o arco principal da trama. Ate esse momento do UCM, Thor foi o filme que teve o roteiro mais raso entre todos os longas, o longa que conta com uma trama que boa parte do tempo deveria ser para o crescimento do personagem principal, apresenta no fim do seu último ato um trabalho de evolução que poderia ser muito bem resumido em alguns minutos e expandiria o protagonista de outros modos mais viáveis que permitiriam uma profundidade melhor da narrativa. Esse problema também pode ser encontrado nos diálogos, já que muitos deles são desnecessários e alguns ate criam um anticlímax surreal.
A ação do filme é um ponto que vale a pena ressaltar, principalmente nas lutas iniciais. Ponto que também credita o diretor mais uma vez pelo aspecto visual de como ele construiu as cenas que eleva e apresenta de maneira bem convincente a força do Thor e todo seu poder. Essa escala de força é elevada no final do filme justamente pelo recurso narrativo que mostra mais ainda do seu potencial no ultimo embate.
Os efeitos especias do longa também são muito bem construídos. O filme que custou 150 Milhões de dólares investiu muito bem no setor gráfico e adaptou muito bem a beleza dos quadrinhos para a telona. Apesar de tudo ser bem exagerado e muito colorido, exposto na tela fica muito lindo e casa muito bem com a proposta do projeto.
O elenco do filme é um tópico que tem muitos altos e baixos por conta da performance dos astros presentes. O Chris Hemsworth (Star Trek) faz um bom Thor, mas não tem seu talento apresentado de maneira totalmente eficiente, muito desse problema veio justamente por conta do roteiro. A Natalie Portman (Cisne negro) é outra que faz uma boa Jane Foster, mas também não apresenta todo o seu potencial como já fez outros trabalhos. A Kat Dennings (O Virgem de 40 anos) ate que manda bem no seu papel, mas também é muito privada pela má direção de personagem em cima da Darcy. O Stellan Skarsgård (Gênio indomável) faz um bom Dr. Erik Selvig, o Anthony Hopkins (O silencio dos inocentes) esta sensacional na pele do Odin, principalmente também pelo figurino e maquiagem que engrandeceram o ator. O Idris Elba (A torre Negra) é outro que que esta incrível vivendo Heindall e o Tom Hiddleston (Kong: A ilha da caveira) é com certeza um dos melhores do longa interpretando o Loki.
Além dessa galerinha do elenco principal, nós ainda temos a presença do Jeremy Renner (Terra Selvagem) que aparece pela primeira vez na pele do Clint Barton, ou Gavião Arqueiro como ficará conhecido. Ele é introduzido e assim é apresentada mais uma peça chave do universo Marvel.
A cena pós-credito de Thor é onde vemos finalmente a primeira joia do infinito. Essas que seriam o combustível que vão mover o UCM durante seus primeiros 10 anos, finalmente começaram a ser introduzidas. A joia do espaço aparece é a primeira a apresenta, que esta sobre o domínio de Nick Fury dentro do Tesseract. Essa cena final foi uma referencia direta a os dois outros filmes que viriam a seguir. Capitão America: O primeiro vigador e Os Vingadores mostrariam respectivamente o começo da jornada da Joia do espaço e o destino dela após o primeiro filme do Thor. Considerando que o filme do capitão se passa durante a segunda guerra, o filme dos Vingadores seria obviamente a sequencia direta, por isso a presença da Joia do espaço era tão relevante nesse pós-credito.
O primeiro filme do Thor é muito um pipocão, colorido e divertido. Tem seus problemas de roteiro, mas que para o grande público se torna algo irrelevante. Com um elenco de peso e sendo um dos filmes do UCM, é uma experiencia interessante e divertida, porém limitada em vários aspectos.
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