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Foto do escritorIury D'avila

Análise: Riverdale (1-2 Temporada)

Atualizado: 24 de ago. de 2019



As séries voltadas para o público mais teen estão cada vez ganhando mais espaço na TV. Nos últimos anos vários títulos ganharam seu lugar entre a audiência mais jovem que consegue colocar seus personagens preferidos no auge dos holofotes. Produções como Pretty Little Liars, Gossip Girl, The Vampire Diaries e Teen Wolf, criaram uma base de fãs bem consistentes que se mantem fanáticos mesmo após o fim dessas séries. Boa parte dessa galera após o fim de seus projetos preferidos, migraram para focar em outros títulos, sendo o maior deles o grande atual sucesso entre esse grupo: Riverdale. A série que transbordou as barreiras e explodiu para o mundo nos últimos anos, será o nosso foco de hoje, e nós vamos falar detalhadamente do que ela trouxe em suas duas primeiras temporadas.


Para quem não sabe, Riverdale é uma série baseada em quadrinhos, sim meus jovens, a CW, que já tem uma bagagem de séries inspiradas em personagens de HQ's, trouxe Riverdale justamente pelo sucesso histórico e pela atual atenção que esses quadrinhos vem recebendo. A Archie Comics, dona dos direitos originais, tem a maioria dos seus personagens clássicos a mais de 70 anos, e nesse período desenvolveu muitas tramas que envolvem conceitos de suspense, romance, mistério e ate ficção. Com esse vasto universo e com uma base gigante para expandir, comprar os direitos dos personagens da Archie Comics foi um grande acerto principalmente pelo modo como a CW trata suas séries. E esse sucesso era previsível pela roupagem que eles dão para Riverdale, pela grande audiência americana que viria por conta do publico dos quadrinhos, e pelas grandes opções de trama que acabaram chamando atenção de várias pessoas que não acompanhavam esse tipo de produção


A trama da primeira temporada foca no mistério da morte de Jason Blossom que desapareceu no dia de 4 julho após sair para uma volta no rio com a sua irmã Cheryl. Agora todos na pequena pacata cidade de Riverdale se preparam para um período onde as consequências do sumiço do herdeiro da grande família Blossom afetarão muitas famílias e criará fatos que irão desencadear conflitos entre a população.


A série nesse primeiro ano não exita e não esconde o seu lado cartunesco. Riverdale vem dos quadrinhos, tem orgulho disso e expõe essa informação na cara do público. O principal fator desse detalhe é a palheta de cores e a fotografia que a série usa. Primeiramente é bem visível o constaste de cores de cada personagem e de cada família quando se cruzam. O tom da série muda dependendo do arco em que esta focado, os figurinos colaboram com esse jogo de cores, a maquiagem também trabalha esse aspecto e a fotografia descaradamente destoa cada cor para uma família. Os Blossom vem com seu vermelho forte, os Lodge tem o preto, os Cooper são focados no branco, os Andrews tem o laranja como destaque, os Jones tem um tom mais cinza, os serpentes são verdes e naturalmente a série assume a cor azul. O roteiro também colabora para passar essa mensagem dos quadrinhos, principalmente pela narrativa do personagem Jughead que acompanha os fatos da série com uma visão muitas vezes didática e inspiradora sobre o tema do episodio em questão. Além disso a trama principal em si abrange um arco que é totalmente caricato da maneira mais instigante possível. No geral, o suspense da história funciona, as reviravoltas também são bem convincentes e a direção é maravilhosa. A série toda é muito bem filmada e bem montada também. Existe um pequeno problema envolvendo a direção dos personagens, pois mesmo o roteiro dando a entender uma certa bipolaridade assumida em alguns personagens, existe algumas voltas de arcos que não funcionam. Parece muitas vezes que eles precisam conduzir duas tramas ao mesmo tempo e se perdem na condução de alguns personagens. Nessa primeira temporada esse foi um fator muito presente que incomoda em certas ocasiões.


O segundo ano da série veio uma trama totalmente ligada e conduzida por eventos do episodio final da temporada anterior. Diferentemente da season 1 que teve treze episódios, dessa vez Riverdale assume aquele formato de mais de 20 episódios, e traz dessa vez uma história com um vilão fixo. Mais uma vez o suspense é bem encaixado, mais uma vez temos uma trama que funciona bem, e mais uma vez temos a cara de quadrinhos sendo exposta. Nessa temporada o filtro de cores ficou mais raso, a gente ainda tem um tom bem explicito para os personagens, porém a divisão agora é mais referencial. Dessa vez os personagens são mais consistentes em arcos, não alteram tanto sua personalidade e seguem um padrão descrito. O problema maior desse segundo ano foi a barriga que a série carregou pós mid season. Depois da eventual revelação do tal vilão, a trama começou a girar por vários arcos secundários, trouxe um outro provável antagonista que assumiu essa função por um período de tempo, mas no fim da temporada seu arco foi todo apenas para a evolução de uma personagem, e posteriormente para eles poderem trazer aquele vilão inicial de volta. Foi uma proposta bem interessante, realmente durante a evolução tudo funciona bem, porém o argumento acabou sendo fraco no final. Em todo caso o plot de fim de temporada e a revelação do antagonista acabou sendo um ponto forte e agregou no roteiro.


O elenco frequente das duas primeiras temporadas traz uma galera jovem que faz um trabalho legal e que esta evoluindo bastante a cada episodio, e também traz atores veteranos que são ícones da TV. O  KJ Apa (O ódio que você semeia) interpreta o Archie, a Lili Reinhart (Galveston) interpreta a Betty Cooper, o Cole Sprouse (Zack & Cody) é o Jughead, a Brasileira Camila Mendes (The New Romantic) faz a Veronica Lodge, a Madelaine Petsch (F*&% the Prom) é a Cheryl, o Casey Cott é o Kevin, o Mark Consuelos (Pitch) é o Hiran Lodge, a Marisol Nichols (Vegas Vacation) é a Hermione Lodge, a Mädchen Amick (Twin Peaks) é a Alice Cooper, o Lochlyn Munro (Todo mundo em Panico) é o Hal Cooper, o Skeet Ulrich (Jericho) é o F. P. Jones, a Ashleigh Murray (Alex, inc.) é a Josie e o recente falecido Luke Perry (Barrados no baile) fazia o Fred Andrews.


Para quem pensou que fazer série de quadrinhos era apenas um termo que se referia a super-heróis, Riverdale conseguiu quebrar essa visão em dois conceitos diferentes. Ela conseguiu não só trazer um público que não consumia esse tipo de produto, como também apresentou um conceito de heroísmo mesmo sendo uma série de mistérios. Alguns personagens são heróis, porém sendo pessoas comuns. E isso é uma camada que a série assume e muita gente deixa passar. Com isso em pauta, podemos voltar aquela afirmação que que tudo só da certo, pois como eu já disse: O projeto não esconde e tem orgulho de ser baseado em quadrinhos.

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