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Foto do escritorIury D'avila

Análise Retrô: Nasce uma estrela (2018)

Atualizado: 21 de ago. de 2019



O Oscar 2019 esta chegando, e nessa edição em especifico a variedades de filmes concorrendo a uma variedade maior de prêmios foi o que mais chamou atenção dos fãs de cinema. Porém dentre todas as categorias, temos a principal, e dos oito que concorrem a melhor filme, um deles chama a atenção por várias peculiaridades envolvendo a sua produção. Nasceu uma estrela, que foi indicado a sete prêmios é o filme que vamos comentar hoje, para você entender o qual especial é esse longa.


Bom jovens, antes de mais nada vocês precisam entender pelo menos, resumidamente o que é "Nasce uma estrela". Esse filme de 2018 foi dirigido pelo grande Bradley Cooper, porém a história não é dele. A trama é de um cara chamado William A. Wellman. Esse diretor foi o responsável por lançar um longa lá em 1937 com o titulo Nasce uma estrela, esse que foi o filme original dessa história. Ai então em 1954, 17 anos depois do sucesso do primeiro filme, um rapaz chamado George Cukor fez uma das versões mais famosas do filme ate agora, que rendeu seis indicões ao Oscar's para o trabalho. Essa versão de Cukor contava com a atriz Judy Garland que era uma dos principais nomes dos musicais em sua época. 22 Anos depois, em 1976 tivemos mais uma reprise de Nasce uma estrela, dessa vez comandada pelo Frank Pierson. Essa que é considerada a versão mais fraca de todos os filmes, foi mesmo assim um sucesso em sua época, seguindo assim o legado do filme original. E ai então chegamos em 2018 com Bradley Cooper ressuscitando a obra e colocando Lady Gaga para atuar como protagonista, junto com ele nessa versão mais recente.


A trama conta a história de Ally, uma cantora, sonhadora que deseja ganhar os palcos pelo mundo. Sua vida da um giro completo quando ela conhece o grande cantor renomado Jackson Maine. Eles então se apaixonam, porém ao mesmo tempo que a carreira de Ally começa a voar, Jack começa a decair por conta de problemas alcoólicos.


O roteiro da história, assim como as outras versões, respeita muito o conteúdo original de 37. Tem um pouco da cara do Bradley nesse roteiro, mas o argumento é o mesmo. O roteiro moderniza tudo, tem uma pegada mais atual que funciona muito bem. Alguns filmes as vezes tentam retratar tramas de outras épocas no mundo atual...E muitas vezes não encaixa. Mas no caso de Nasce uma estrela, que é um titulo movido por musica, o enredo então se torna atemporal. Por isso independente de qual ano se passe o projeto, funciona bem, e essa versão de 2018 comprova isso.


Tem uma coisa muito legal na construção dos personagem que é a consistência das motivações. O Jack por exemplo começa o filme sendo um alcoólico, ele e carrega esse fardo durante a trama toda em um nível muito linear. As vezes ele extrapola na bebida, mas ainda sim não muda sua perspectiva do personagem. Ele cresce gradativamente, mantendo o mesmo peso dramático que existia no inicio da história. A Ally é a mesma coisa, os mesmos problemas que ela carrega no inicio da trama, caminham com ela ate o auge. Ela cresce, mas não muda nada em sua base. Os diálogos também são muito bons, as interações funcionam, principalmente dos dois protagonistas.


A relação da Ally com o Jack é bem feita, principalmente, e eu digo isso com toda certeza, pelo fato da Lady Gaga e do Dradley Cooper terem entendido a fundo seus personagens e terem talento para saber o que fazer o que fazer com eles. O Bradley, além de dirigir o filme e saber como ele queria o Jack em tela, ele também canta, por isso ficou tão claro o personagem dele. A Lady Gaga além de ser uma puta artista e ter uma presença forte, ela já atuou também. Então os dois protagonistas estavam completamente em sua zona de conforto. E essa comodidade transcende para o personagem, por isso os dois estão tão bem em seus papeis.


O Cooper também fez um trabalho sensacional na direção. Ele quis deixar o projeto mais realista possível, por isso muitas vezes, principalmente nos show's ele utiliza muito câmera em mão, para assim dar um resultado mais cru para cena. Na verdade, durante quase todo filme, ele carrega essa pegada cinematografia mais amadora (Propositalmente). Ele muitas vezes não fixa a câmera, joga muita iluminação, tira de enquadramento, é uma característica que o Bradley quis, principalmente para a direção conversar bem com a decaída do seu personagem.


O elenco traz nomes grandes como Lady Gaga que faz a Ally, o Bradley Cooper (Sniper Americano) que faz o Jack, o Sam Elliott (The Ranch) que também fez um trabalho sensacional como Bobby, o Dave Chappelle (O Professor aloprado) é quem faz o Noodles, o Anthony Ramos (Ela quer tudo) fez o Ramon, e o Andrew Dice Clay (Dice) é quem interpreta o Lorenzo.


A parte musical é com certeza o ponto mais badalado do filme. O longa que ficou conhecido para muita gente como "O filme da Lady Gaga" apresenta performances maravilhosas da artista.  Shallow, musica principal do longa, em sua apresentação basicamente faz seu corpo ficar todo arrepiado. A parte musical, principalmente a mixagem de som funciona muito bem e anda suavemente por meio do filme. Foi realmente um puta trabalho do Bradley Cooper, que com certeza vai levar alguns prêmios para casa na premiação do Oscar.

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