Premissa sempre é um pilar central quando você quer contar uma história. A proposta que o roteiro apresenta é fundamental para um bom filme, boa temporada de série, bom livro ou qualquer outra história contada em mídia. No cinema as vezes brota alguns filmes que além de serem muito bem feitos, entregam uma premissa fantástica. E adivinhem? Isso mesmo. Hoje é o dia de nós falarmos de um desses trabalhos, por isso... Se preparem jovens que hoje é dia da análise de Beleza Oculta.
Então clã, o trabalho que a gente vai analisar hoje tem vários pontos interessantes de serem tocados, mas... Nós inicialmente precisamos dar um destaque para um dos grandes motivos desse longa ter dado tão certo. O fato é que Beleza Oculta é uma mistura de estrelas que praticamente trabalharam na sua zona de conforto. Com exceção do Will Smith que naturalmente se encaixa em qualquer trabalho, todo o resto da galera principal da produção estava fazendo um filme com a sua cara. O roteiro foi do Allan Loeb que já tinha escrito vários dramas desse tipo, a direção foi do David Frankel que também dirigiu trabalhos como Marley e eu, e o elenco foi formado por grandes nomes, que além do Will tinha por exemplo Edward Norton, Michael Peña, Kate Winslet, Helen Mirren e uma galera incrível que a gente vai listar por completo na hora do elenco. Todo esse talento, junto da premissa incrível do filme, entregou todo esse grande pacotes de acertos que a gente vai falar durante os próximos minutos.
O enredo nos apresenta um rapaz chamado Howard que é CEO de uma grande empresa. Após o falecimento de sua filha, Howard entra em depressão e se isola do mundo e das suas atribuições profissionais. Preocupados com Howard, três amigos próximos a ele, Whit, Claire e Simon, contratam três atores para personificarem o amor, o tempo e a morte, e assim tentarem mostrar por outra visão o mundo ao Howard.
A primeira coisa que a gente pode falar nessa análise é que esse trabalho precisa ser acreditado para ser compreendido. "Como assim, Iury?". Vou te explicar: O filme todo é naturalmente muito lento. A trama é um drama clássico, pé no chão, que não ousa muito. Ate literalmente o último ato, tudo parece muito simplório e nós temos até aquele momento apenas um drama clássico muito bem construído, inclusive. A partir da etapa final do filme, você vai começando entender as camadas dessa construção e vai percebendo que toda sua visão sobre o filme foi manipulada. No geral, esse longa é dramaticamente falando muito bem escalado, e no final temos uma construção geral que transforma a trama que já era muito boa em algo ainda mais incrível.
Mas não só é a trama central que funciona perfeitamente não, os arcos dos personagens de apoio também tem um peso enorme nesse longa. Nós temos praticamente sete/oito personagens dividindo a tela como principais. E acreditem em mim, em apenas uma hora e meia de filme, Beleza Oculta conseguiu contar um arco concreto e fechado de todos os personagens. Ninguém é mal aproveitado, ninguém é deixado de lado e nenhum personagem fica vazio. Todo mundo tem uma profundidade, e como tudo mundo se conecta no final, você percebe justamente nesse aspecto do roteiro, o grande nível de genialidade por traz dessa trama.
Como eu já falei, os arcos são bem fechadinhos, e como não temos pontas e tudo é entregue com devida sustentação, podemos dizer que esse trabalho é completamente redondinho. A gente consegue acompanhar bem a jornada do Howard, e tudo se conecta em um epicentro muito bem definido. Eu gosto bastante de como essa história gira, de como ela é tratada e de como tudo é finalizado de modo natural.
Ainda falando do roteiro, tem uma coisa nesse texto que eu gosto muito e que é utilizado justamente para sustentar todos os argumentos. O roteiro aproveita o primeiro ato do filme INTEIRO para construir momentos que serão chaves no decorrer do filme e entregarão todas as pistas para o plot. Seja pelo jeito de filmar, seja pelo foco em algum personagem ou seja por um destaque no próprio roteiro, você consegue levemente ser induzido a perceber cenas chaves, que serão puxadas de volta para o centro no decorrer da história.
Já que eu citei argumentos, acho um bom momento para comentar sobre esse pilar do roteiro, certo? Os argumentos nessa trama, por mais que sejam bem simplórios, são muito bem utilizados e muito bem resolvidos. Como eu disse, o filme não é ousado durante quase toda trajetória, mas... Através dos argumentos para a virada do plot, a gente pode até considerar que ele se sai um pouco dessa zona segura. Eu acho que os argumentos foram fundamentais para esse trabalho, já que se esse quesito fosse no minimo duvidoso, toda a premissa poderia cair pelo ralo.
E uma das coisas que mais seguram os argumentos para o plot, principalmente emocionais dos personagens nesse filme, são os diálogos. Principalmente por conta do elenco incrível, o roteiro conseguiu desenvolver dinâmicas sublimes, que naturalmente entregaram interações tocantes. Nesse filme existe discursos muito fortes voltados para o amor, o tempo e a morte, que são muito significativos. Os diálogos desse trabalho são maravilhosos, e em cima do objetivo, conseguem entregar bem sua mensagem.
E já falando do plot do filme, a virada emocional desse trabalho é surpreendente. Porém... Tenham calma antes de pensar muito sobre esse ponto. O fato é que o plot desse projeto vem muito em cima daquilo que a gente falou sobre "Acreditar no trabalho", lembram? O plot aqui não é chocante como é em Clube da Luta ou Interstellar. Aqui é algo mais suave e dramático, que só funciona como um plot fenomenal se você realmente entender a mensagem em cima do amor, do tempo e da morte. A virada funciona de modo bem dramático, e se você estiver imerso no filme, com certeza soltará algumas lagrimas.
Como eu já deixei subentendido em algumas tópicos aqui, esse longa pisa em muitos ovos quando se trata do tom do filme. Quando eu citei o nome do diretor, eu falei que ele dirigiu Marley e eu, justamente para exemplificar também o drama do filme. Os trabalhos, tanto em Marley quanto esse daqui, não carregam um tom pesado, porem... Ambos são dramáticos. Beleza Oculta tem uma palheta de cores fortes, algo que não muito pesado, mas que sempre carrega aquele drama na beirada, que em certos momentos consomem o longa.
E justamente por conta dessas cores vivas, esse filme é super lindo, tem uma boa ambientação, é muito bem filmado, tem uma cartilha de cores bem selecionada e visualmente funciona muito bem. O visual entregou bastante, e apesar de não ser nada de especial, eu gostei muito desse aspecto do filme.
A trilha sonora foi outro recurso que eu amei, tanto as originais, quando as selecionadas para o longa. Acho que o tom caminhou bem, lado a lado com o aspecto musical do trabalho, e essa química deu muito certo, entregando ai no geral uma ótima trilha.
O elenco de Beleza Oculta conta com uma galera no minimo de peso. O Will Smith (Aladdin) é o Howard, o Edward Norton (Clube da luta) é o Whit, o Michael Peña (Homem-Formiga) é o Simon, a Kate Winslet (Titanic) é a Claire, a Helen Mirren (Velozes e Furiosos: Hobbs & Shaw) é a Brigitte, a Keira Knightley (O jogo da imitação) é a Amy, o Jacob Latimore (Maze Runner: Correr ou morrer) é o Raffi, a Naomie Harris (Rampage) é a Madeline e a Ann Dowd (The Leftovers) é a Sally Price.
Bom jovens, como vocês viram, esse foi um um trabalho que reuniu grandes estrelas do cinema, em várias funções, para fazer um filme só. Hoje em dia cada um tem seus projetos, e amanhã chega aos cinemas o mais novo filme do ator protagonista desse filme. Amanhã chega as telonas do Brasil Projeto Gemini, o novo filme de Will Smith. Então clã, fica aqui a recomendação, e... Se liguem no Sessão Cinema, que se tudo der certo, amanha estaremos de volta aqui para falar mais um pouco sobre o mais novo trabalho de Will Smith.
Comments