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Foto do escritorIury D'avila

Análise Retrô: Clube da luta (1999)


Plot Twist é uma das coisas mais interessantes do cinema e ao mesmo tempo é um dos artifícios de roteiro mais complicado de se encaixar com perfeição em uma narrativa. Muitas vezes não é simples você enganar o público, e com um simples desliza, tudo poder acabar indo para o ralo. Mas o fato é que em certas situações esse aspecto é tão bem feito, que a volta que o filme dá acaba sendo gratificante de tão bem montado que o trabalho acaba ficando. E também existem casos que o filme em geral é tão bem feito, que mesmo o plot também sendo incrível, tudo já vem sendo gratificante desde que você começou a assistir o longa. O nosso caso de hoje se trata justamente desse terceiro tipo de filme, um longa que naturalmente já é incrível e com o plot tudo fica ainda mais perfeito. Isso mesmo jovens, se preparem que hoje é dia de Clube da luta.


Bom clã, Figth Club é um filme de 1999 inspirado em um livro de 1996 de mesmo nome escrito por um rapaz chamado Chuck Palahniuk. Por conta de seus protagonistas intensos e por conta da abordagem super interessante que o livro tem, o filme foi encomendado e adaptado para o cinema, mostrando assim para o mundo uma visão psicológica de certas situações que normalmente a gente ignora. Isso no geral fez com que Clube da luta se tornasse mais que um apenas um entretenimento, ele virasse também uma lição sobre psicologia.


O enredo basicamente nos mostra um personagem sem nome que sofre diariamente de insonia. Esse rapaz com o tempo foi descobrindo formas de burlar sua falta de sono, e a melhor delas surgiu quando ele conheceu um cara chamado Tyler Durden e ambos formaram um clube de luta. Com o tempo o grupo de pessoas participantes do clube foi crescendo, ate que tudo saiu do controle e nosso protagonista chamado de Narrador, foi quem teve que pagar as consequências.


O visual do Clube da luta é algo totalmente anos 90, carregado por uma assinatura bem caricata do David Fincher. O longa apesar de ser bem escuro, funciona por conta da violência e do sangue frequente que aparece em cena. Essa mistura de direção bem caricada, com gore, violência, sangue e escuridão, se provou bem poderosa, já que é estranhamente é tudo bem divertido de se ver em tela.


O Fincher além de fazer essa mistura pesada de cenas, também consegue trabalhar com as principais técnicas e ferramentas de direção que ele tinha em mãos naquela época. Como eu disse, esse filme é completamente anos 90, e ele brinca com o que mais de clássico aquele fase do cinema achava interessante. Tanto que existe cenas que são lembradas ate hoje pela simpatia que o grande público criou por aqueles momentos. Porém... Nem tudo é perfeito, existe algumas falhas bem esquisitas de direção, existe alguns erros visuais no filme, coisas bem visíveis que prestando atenção, podem incomodar um pouco.


A ação desse trabalho também é uma peça chave que define muito do filme. Um longa chamado "Clube da luta", tinha que ter uma ação bem feita... E esses momentos são entregues com perfeição. O filme naturalmente já tinha que ser violento, mas eles basicamente deram a cara a tapa e entregarem aquela violência que o grande público gosta. O filme é tão pesado em certas cenas de luta, que aqui no Brasil por exemplo ele foi classificado como +18 (Claro que o sexo frequente e a nudes presente também ajudaram).


A parte da ação também funcionou muito bem, principalmente por conta da maquiagem. Vale dar os créditos aqui para essa galera que entregou uma evolução visual sinistra dos personagens em consequência da porradaria. Além disso, tem cenas que não são de lutas, que usam também o artificio da maquiagem, e ficaram muito bem feitas. Esse no geral é com certeza outro ponto fortíssimo do filme.


A trilha sonora é um fator chave e referência desse trabalho. A parte musical é incrivelmente foda e conversa bem o clima e com os personagens. Todo o instrumental tem aquela pegada mais ativa, aquele tom mais de rua, mais eletrônica anos 90, e é algo poderoso de se escutar. A trilha é tão famosa que ate hoje em dia é reconhecida pelos fãs, e é uma das playlists mais incríveis do cinema.


Uma das coisas que mais caracterizou Clube da luta foi seus personagens... Em especifico o Tyler. Esse cara é tão foda e tão icônico, que ele até já foi eleito o melhor personagem da história do cinema. Fora que frequentemente o Tyler aparece em uma lista o outra de melhores personagens das telonas. O fato é que nesse filme temos três personagens relevantes, sendo dois principais, porém só o Tyler sozinho carregaria sem duvida o filme inteiro. Ele só não tem o melhor arco, mas em compensação ele tem a melhor personalidade, tem os melhores argumentos, tem as melhores dinâmicas e é com ele que acontece os melhores diálogos do filme. Quando você entende quem é o Tyler, tudo fica mais completo e você entende o porque ele é daquela maneira e entende todos os argumentos para fazer o que ele fez.


O roteiro do filme caminha lado a lado com o Narrador. Como o próprio nome do personagem entrega, ele basicamente narra a sua própria história tentando explicar quais atitudes ele tomou para chegar naquela situação em que ele se encontra naquele momento. E os três atos do filme, apesar de terem o mesmo tom, praticamente são divididos em três gêneros diferentes. A gente vê nessa história três fases do protagonista, e quando acontece o plot, percebemos que por outro angulo, aquilo tudo era uma fase só. E essa virada de mesa torna tudo bem mais interessante.


Eu acho que clube da luta tem alguns momentos absurdos de roteiro, principalmente nos diálogos, que é justamente os artificios que eles usam para fazer a história andar em alguns momentos. Não é possível que essas "falhas" de roteiro tenham passado em branco, então consequentemente deve ter sido proposital... E considerando que foi, eu acho que funciona pelo simples fato de que esses diálogos normalmente são divertidos. Basicamente, quando você está assistindo o filme e se questiona de algo, aquilo ao mesmo tempo te entrega um momento chave que pode ou não fazer sentido com o roteiro; mas em todo caso, ele te entrete. E por mais que a missão de passar a questão psicológica seja frequente, divertir também é o foco de Clube da luta, e essa questão envolvendo momentos estranhos não afeta o lado psicológico do filme.


Bom jovens, como eu afirmei, clube da luta tem toda uma questão mais psicológica que não só envolve insonia, também trata de sofrimento, violência, entre outros. E o plot do filme, apesar de ser incrível e funcionar bem, é mais interessante para quem analisa de maneira mais profunda tudo que está sendo explicado sobre as questões emocionais do Narrador e sobre os problemas que ele encontra nos outros personagens lá no inicio do filme. O legal é que esse plot não funcionaria sem uma construção correta, e nesse caso, usar os problemas emocionais irracionalmente, foi o que fez tudo dar tão certo.


O elenco desse longa conta com uma galera de peso. O Brad Pitt (Troia) é o Tyler, o Edward Norton (O incrível Hulk) é o Narrador, a Helena Bonham Carter (Planeta dos macacos) é a Marla, o Meat Loaf (Ghost Wars) é o Robert, e o Jared Leto (Esquadrão Suicida) é o Angel face.


Bom clã, recentemente saiu a continuação do LIVRO do Clube da luta, porém não existe previsão do lançamento do segundo filme. Com fé a gente vai esperar, e quem sabe um dia essa história foda ganhe uma sequencia e assim, mais de 20 anos depois, quem sabe poderemos ver um Clube da luta 2.

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