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Foto do escritorIury D'avila

Análise: Aladdin (2019)


Em março desse ano a Disney lançou a versão Live Action de Dumbo, sendo a sua primeira grande adaptação de 2019. Dois meses depois a empresa volta estreando um novo projeto, mais uma vez adaptado de um clássico, que inclusive a gente analisou aqui ontem. Por isso jovens, peguem suas lampadas, preparem seus desejos e se acomodem pois hoje é dia da versão Live Action de Aladdin.


Antes de mais nada, é importante frisar que é bem interessante você ter conhecimento sobre o filme original de 1992 para ter uma experiencia bem mais completa desse trabalho. Com a análise que a gente já fez da animação, fica mais fácil de você ligar alguns pontos e perceber onde as alterações foram feitas. Como obviamente o Sessão Cinema falou do trabalho de 92 antes de ver o novo filme, a gente não tinha ideia de como a produção ia se comportar com base no conteúdo original. Acontece que a fidelidade é bem mais extrema do que a gente esperava, só que de uma maneira bem pessoal. Por isso para entender tudo, volta análise de ontem, que muita coisa que foi dito lá, servirá de base para o texto de hoje.


A trama é basicamente a mesma que a gente já conhece... Com algumas pequenas alterações: Um garoto chamado Aladdin após esbarrar com uma jovem desconhecida em um mercado tipico local, acaba criando um afeto pela garota, que ele logo depois descobre que se trata da princesa de seu reino. Estando completamente encrencando após invadir o palácio para ver sua amada,  Aladdin é influenciado por um rapaz chamado Ja'Far a entrar em uma caverna cheia de tesouros, onde o garoto acaba encontrando uma lampada com um gênio que lhe concede três desejos. Agora Aladdin precisa escolher bem seus pedidos para conseguir ganhar o coração de sua amada, ao mesmo tempo que precisa tomar cuidado para não deixar a lampada cair em mãos erradas.


O roteiro do longa consegue entregar uma fidelidade que é bem diferente do que a gente já conhece de outras adaptações da Disney. Fazendo uma comparação com Dumbo, o filme de março trouxe o conceito da história do elefante, mas reconstruiu todo o arco de sua trama. No caso de Aladdin, todas as voltas e pontos chaves foram respeitados, o começo, meio e fim funcionam igual, porém os entrelinhas são destrinchados e expandem mais esse universo. Eu citei claramente na análise da animação o fato de que Aladdin tinha uma mitologia muito rica, e é exatamente dessa fonte que eles bebem, entregando uma narrativa mais recheada do que a gente já conhecia.


Outro ponto bem especial do roteiro, é do modo como eles adaptaram alguns pontos da história. Apesar dos três atos seguirem o mesmo percurso do conteúdo original, nesse novo trabalho é possível notar que eles trocaram a ordem de alguns fatos e alteraram outros. E isso aconteceu por dois motivos: O primeiro é que eles precisavam preencher lacunas da animação que ficariam muito expostas em uma produção Live Action. Quando estamos falando de desenho, é mais fácil encobrir furos e também problemas de roteiro ficam menos perceptíveis. Com atores reais, o buraco é mais em baixo e uma trama assim sempre precisa ter algumas alterações obrigatórias. E o segundo motivo é basicamente voltado para a introdução de novos personagens. Apesar do arco ser o mesmo, a gente tem um elenco de apoio maior, tanto para suprir a necessidade de um roteiro mais completo, tanto para termos uma interação maior entre o pessoal principal.

A direção do longa é uma das coisas que mais me agradou. O diretor Ruy Ritchie é um puta profissional e sabe fazer umas sequencias maravilhosas. A cena de abertura do filme é incrível, um plano sequencia que vai passando por todo reino e já te ambienta com poucos segundos de filme. Além disso, ele consegue entregar uns momentos idênticos ao original de 1992 que funciona em tela. Essas cenas nostálgicas são bem perigosa, pois se forem feitas de maneira descuidada, podem ficar piegas. No caso do Ruy, as coisas parecem natural, já que ele soube adaptar bem essas imagens icônicas.


A fotografia também é surreal. Na verdade todo aspecto visual do filme é um show a parte. Os cenários, o figurino, maquiagem, o tom, tudo visualmente funciona. O longa muda de planos densos para uma palheta variada de cores na maior naturalidade, sem forçar nada. Esse aspecto do trabalho é bem funcional. Por outro lado, vendo os pontos negativos vemos o 3D que é bem simples e não surpreende tanto quanto deveria.


O CGI é uma dos aspectos mais polêmicos do filme. Há muito tempo o público vem se questionando sobre como será a computação gráfica desse trabalho, principalmente por parte do gênio. Num balanço geral, a gente pode dizer que o CGI não é ruim, mas também não entrega completamente o esperado. Acho que a computação funciona em tela, fica legal, mas você precisa acostumar sua mente para ver um bonecão gigante azul do Will Smith para poder aceitar bem. Além disso uma coisa que corrobora para dificultar esse costume, é que nem sempre o Will aparece em sua forma de gênio. Em alguns momentos do filme, você tem a oportunidade de ver ele em sua forma normal, e isso foi feito justamente para economizar verba, já que o gasto para fazer o Will gênio, é alto demais.


O plot do filme, mesmo 27 anos depois, ainda é fantástico.... Porém do jeito que resolveram não teve tanto encantamento quanto o original. É notável que esse trabalho conseguiu resolver muitas questões de maneira brilhante, adaptando diálogos e cenas para conseguirem entregar um material mais robusto. Só que olhando para o final do terceiro ato, o modo como o antagonista é derrotado, apesar de ser muito bom, não funciona tanto assim quanto funciona na animação. Acho que o dialogo e os argumentos dessa cena em questão foram meio ambíguos, e vale muito da interpretação para aceitar como tudo aconteceu. Existe ate uma cena no meio do filme para explicar melhor esse argumento, mas mesmo assim ainda é tudo muito cinzento.


O elenco desse trabalho conta com uma galera bem esforçada... Mas que perde destaque quando o Will aparece em cena. O Mena Massoud (Open Heart) é bem simpático e manda bem como Aladdin, a Naomi Scott (Power Rangers) apesar de ser uma ótima atriz, quase não tem carisma, e por isso perde muito de seu poder em cena. O grande Will Smith (Esquadrão Suicida) apesar do CGI meio nebuloso está ótimo de gênio, a Nasim Pedrad (New Girl) é a Dalia, o Marwan Kenzari (Onde está segunda?) faz o complicadíssimo Ja'Faz e o Navid Negahban (Sniper Americano) é o Sultão.


Por últimos jovens, vamos falar sobre as cancões e as performances dentro do longa. Na verdade existe todo um contexto de musical por traz desse filme, claramente voltado para a parte as homenagens em relação a animação. Era esperado que tivesse performances, mas o que eles entregaram foi ate além do esperado. Todas as canções foras adaptadas, e cada uma delas muito respeitada e sempre tocante no aspecto nostálgico.


Ainda falando em notalgia, Na verdade o filme inteiro Live Action do Aladdin respeita muito sua origem. Cada alteração feita, toma cuidado em não modificar algo icônico ou marcante que pudesse deixar o público chateado. Com tudo isso em mente jovens, saiba que é esse projeto te entrega uma experiencia bem interessante e que vale muito a pena. Por isso vá no cinema mais próximo, pois você só vai descobrir se a Jasmine confia mesmo no garoto que ela conheceu mercado se for assistir nova versão de Aladdin.

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