top of page
Foto do escritorIury D'avila

Análise - Rambo: Até o fim (2019)



Ontem, dia 19/09, chegou aos cinemas o quinto e provável último filme de uma das franquias mais icônicas do cinema. Por conta do nosso especial de 1 ano aqui do site, nós não fizemos a análise dele ontem, porém... Hoje estamos aqui para comentar um pouco sobre esse longa. Por isso, se acomodem jovens, que hoje é dia da análise de Rambo: Até o fim.


Antes de mais nada, como é de regra, vocês precisam entender um pouco da franquia antes de assistir esse trabalho ou ler essa análise, concordam? Por isso vou deixar aqui linkado a análise da franquia Rambo que a gente fez aqui no Sessão Cinema, para assim vocês se ambientarem melhor nesse filme mais recente.


Bom jovens, o enredo desse trabalho nos conta que após uma década fora de ação, John Rambo segue a sua vida de maneira pacata, cuidando dos seus parentes remanescente e tentando segurar suas magoas do passado. Depois de mais de 10 anos sossegado, mesmo contra sua vontade, ele é forçado a voltar a ação quando vê uma pessoa querida sendo tirada dele. Agora Rambo vai voltar aos velhos tempos, para vingar da maneira mais brutal quem tentou destruir a única coisa que ele ainda tinha em sua vida.


A primeira coisa que a gente precisa falar desse longa é que ele é totalmente por fora do que a gente conhece da franquia Rambo. O quarto filme da saga, apesar de também ser bem independente, ainda funcionava naquele estilo clássico do personagem. Aqui as coisas são bem diferentes, as motivações são outras, a construção dos eventos é toda em outra pegada, o modo como a história é contada acontece de maneira bem particular, e tudo tem uma cara bem mais caseira (o que corresponde bem com a jornada do Rambo e da situação dele nesse quinto filme).


Apesar de ter uma cara bem diferente, o filme em questão de narrativa ainda sim tem muito dos outros trabalhos da franquia. O primeiro ato, por exemplo, tem boa parte dos diálogos focado no Vietnã. Essa guerra que basicamente é o Rambo, ate hoje é usado como referencia para o personagem. E no filme isso fica muito legal, pois tem muitas cenas que são puro fã service para quem viu principalmente o primeiro filme. Acho que de todos os filmes do Rambo, o filme original é o que mais é homenageado aqui, tanto em diálogos, quanto em cenas de ação e violência. Rambo 5 é claramente uma homenagem ao primeiro, e isso fica evidente de várias maneiras diferentes nesse trabalho mais recente.


Dramaticamente falando, a vida do Rambo sempre foi complicada, e depois do quarto filme, a jornada dele praticamente tinha acabado. Então como explicar para o público a vida do Rambo nesses 10 anos? Essa era uma resposta que precisava ter, até pela proposta que o filme entrega, e eu achei muito interessante como eles construíram todo o background do personagem para chegar ate onde ele chegou. Apesar desse trabalho não ter flashbacks, você entende de maneira bem didática o passado do Rambo, e isso é um fator que me deixou muito satisfeito.


E já que a gente falou da história, vale citar que apesar de ser boa, bem construída e interessante, ela no geral é bem simples e sem muito segredo. A trama é bem redondinha, sendo praticamente é uma jornada do herói. Tem umas surpresas corajosas no meio do caminho, mas a trama sempre deixa claro que aquela é uma história bem básica que não vai inovar tanto. Por isso, é um filme que não ousa tanto, e narrativamente falando é bem simples.


Por outro lado, os argumentos que formam essa história são muito bem construídos. Como eu disse, o roteiro flerta muito com os últimos 10 anos da vida do Rambo, e por isso você tem uma galeria em potencial de escolhas que podem auxiliar bem no roteiro. Eu gosto do modo como as escolhas são feitas nesse filme, e mesmo algumas sendo bem irreais, se tratando de Rambo a gente consegue ter um nível de descrença um pouco maior.


E já que nós estamos falando de nível de descrença, automaticamente precisamos falar da violência, que sempre foi algo bem sinistro em Rambo. Nesse quinto filme esse elemento está maravilhoso, e a brutalidade é sensacional. A violência desse longa é bem gostosa, bem feita e com a famosa dose certa de descrença, você aceita com facilidade toda aquela demonstração de fodelancia e testosterona do Rambo em tela.


Mas claro, essa violência não funciona se tivéssemos efeitos especiais bostas, não é? No filme 2008 tivemos isso, e vocês viram o resultado. No caso aqui os efeitos funcionam, falham em pouquíssima vezes, mas no geral é bem positivo. o CGI, todo o sangue, e tudo voltado a corpos e mortes e bem feito e bem gore.


E esse mérito do CGI, além de obviamente a equipe responsável, fica muito para o diretor Adrian Grunberg, que apesar de não ter comandado tantos trabalhos em sua vida, mandou muito bem e deixou uma boa assinatura na franquia Rambo. Eu acho que ele entendeu bem o tom do filme, usou muito bem os filtros, usou muito bem seus recursos, e dirigiu tudo de maneira bem agradável.


O maior destaque do Adrian na direção desse filme, com certeza são os planos contra a luz que ele faz, que é algo bem foda de se assistir. Eu acho que ele ate usou demais esse recurso, mas quando entrou com ele, usou muito bem, e deu aquele efeito de constaste que é tão incrível.


Outra coisa que eu gosto muito vindo da direção é a montagem, já que ela acertou o dedo depois de muitos filmes. Na década de 80 era realmente meio escasso esse recurso, no Rambo de 2008 as coisas foram mais ou menos, mas nesse caso tudo funcionou bem, e a montagem finalmente teve um valor interessante para se reconhecer.


Além da montagem, outro tópico que vale elogio é a maquiagem que está sensacional. O Stallone cheio de sangue é fenomenal, a degradação dos personagens é muito bem feita, os machucados, cicatrizes, toda essa parte de transformação pela maquiagem funciona muito bem.


Os vilões, mesmo sendo bem genéricos, conseguem corresponder bem a essa postura, e entregam antagonistas bem aceitáveis. Gostei de como esses personagens funcionam em tela, e gostei das motivações, principalmente a última. Apesar de serem mexicanos bem estereotipados, os caras assumem isso, e na seriedade fazem bons vilões.


Falando do elenco agora, apesar do Sly fazer aquela performance clássica dele, de mais carisma do que atuação; o resto da galera é interessante. Obviamente o Sylvester Stallone (Rocky) é o Rambo, a Yvette Monreal (Once upon a superhero) é a Gabrielle, a Paz Vega (The OA) é a Carmen, o Sergio Peris-Mencheta (Snowfall) é o Hugo Martinez, e o Óscar Jaenada (Os perdedores) é o Victor Martinez.


A real é que esse trabalho é na verdade um encontro de gerações. Tem muitas cenas que o John se choca com a realidade atual e cai sem querer no mundo da sua sobrinha. Esse trabalho é muito uma redenção da vida sofrida do personagem, que funciona pela trajetória. Por isso vale a pena, e sabendo disso, vá ao cinema assistir Rambo: Até o fim.

0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comentarios


bottom of page