Creed II estreou na ultima quinta-feira dando continuidade ao universo que Sylvester Stallone começou lá década de 70 e provavelmente dando fim a história de um grande lutador conhecido como Rocky Balboa. Essa semana vamos começar preparando o terreno para você entenderem tudo sobre essa enorme franquia que é uma das mais clássicas da história do Cinema.
Rocky Balboa é um dos maiores ícones quando alguém fala em inspiração. O personagem criado por Stallone motivou mais do que uma geração e se tornou um nome bem comum mesmo para quem não conhece seus filmes. O primeiro longa desse personagem foi um grande sucesso que rendeu continuações tão boas quanto o seu primeiro filme. No total foram mais cinco sequencias dentro de 30 anos reprisando quase sempre todo o elenco. A saga Rocky além de ter Satllone como seu protagonista, conta com ele no roteiro e na direção. Esses filmes são basicamente a base da vida como ator e cineasta de Sylvester Stallone. A franquia é um trabalho muito bem feito que merece todo o reconhecimento possível e vai ser devidamente homenageado aqui hoje no Sessão Cinema.
Antes de falar individualmente de cada filme, é importante frisar a consistência desse projeto. Do primeiro ate o quarto filme, tivemos quatro histórias, quatro roteiros diferentes, mas com total sinergia com os filmes que vieram anteriormente. O Stallone conseguiu manter a mesma pegada durante 9 anos como se fosse apenas temporadas diferentes de uma série. O quinto filme segue nessa mesma pegada, porém já com uma proposta diferente, o sexto já é distinto, mas ainda sim consegue em seu auge atingir o tom clássico que foi referencia dos filmes anteriores. O que eu quero dizer aqui é que todos os filmes do Rocky tem principalmente um clima notável que destaca ele como sendo um filme do Rocky Balboa. Desde a primeira cena ate o final, os longas seguem uma formula própria do Stallone que funciona muito bem. O sucesso merecido é apenas uma resposta pela qualidade que o filme era para época e que ainda agrada mais de 40 anos depois.
O primeiro Rocky foi lançado em Novembro de 1976. O longa acompanhava um lutador de rua, descendente de italianos, totalmente desconhecido, chamado de Rocky Balboa. Após expor seu talento nas lutas clandestinas, ele chama a atenção do atual campeão peso pesado Apollo Creed que lhe convida para um evento especial onde Creed daria chance a um desconhecido de lhe desafiar. Rocky então precisa se provar em um treinamento intenso para conseguir bater de frente com o maior lutador de sua categoria e surpreender o mundo. Esse primeiro filme tem um roteiro sensacional. De todos os seis trabalho, ele segue sendo um dos mais completos. E muitas das características que são apresentados nesse longa, segue de base para os próximos que virão, por exemplo a trilha sonora principal que é parte essencial dos outros cinco filmes. A inteligencia do roteiro é outro atributo que se repete sempre, principalmente quando se trata dos diálogos. Temos interações bem interessantes que proporcionam um aprendizado ate inesperado para a proposta do filme. A direção do Stallone é outro tópico muito particular que ele não deixou apenas no primeiro filme, em todos os outros cinco, independente de quais recursos estavam disponíveis, ele sempre voltou a seu modelo básico de direção, principalmente nas cenas de treinamento. Ele respeitou seu histórico e valorizou sua assinatura, por isso todos os filmes da franquia são semelhantes nesse sentido.
Rocky II chegou aos cinemas em junho de 1979 e continuou a trama minutos depois após o fim do longa anterior. O segundo filme do garanhão italiano basicamente trouxe todos os elementos do primeiro filme e elevou a um nível superior. E essa foi outra característica que acompanhou Rocky em seus filmes, a cada longa que passava, o antagonista era considerado superior a o anterior. Isso foi outro recurso que faz a saga se assemelhar a temporadas de algumas séries. Ate o quarto filme esse esquema de elevar o "Vilão" seguiu bem padrão e era uma das características forte dos filmes. Em todo caso, nessa continuação em especifico, Balboa já esta conhecido publicamente, agora não é mais um lutador anônimo e vai precisar voltar aos ringues dessa vez contra o mesmo Apollo Creed para uma revanche que o mundo quer ver.
Rocky III estreou em maio de 1982 e dessa vez apareceu trazendo um roteiro mais diversificado, saindo da zona de conforto onde já era conhecido. A trama dessa vez não focava na rivalidade de Rocky e Creed, mas sim apresentava um novo lutador chamado Clubber Lang que desafia Balboa pelo cinturão. O roteiro dessa vez foca em tentar te surpreender, ousar e mostrar mais as fragilidades de Balboa. Fatalidades, brigas e principalmente insegurança são sentimentos que motivam o protagonista em suas decisões. É nesse filme também que vemos pela primeira vez Rocky e Apollo lado a lado contra um rival em comum. Além disso temos uma menção honrosa aqui para citar que foi nesse longa onde a clássica trilha sonora " Eye Of The Tiger" se tornou presente.
Rocky IV que chegou aos cinemas em novembro de 1985 foi o mais famoso e com mais bilheteria de toda a franquia. Atingindo a marca de 300.000.000 de dólares no mundo inteiro, a quarta sequencia pegou tudo que deu certo no terceiro filme e explorou ao seu máximo. As indiferenças foram jogadas a nível politico, envolvendo guerra fria e a Russia, a insegurança por uma luta que era considerado suicídio de lutar contra uma "Maquina Russa" pelo qual era chamado Ivan Drago era evidente na expressão de Rocky, e a motivação de uma fatalidade que chocou todo mundo foi o estopim para todo o desenrolar de um enredo no minimo ousado.
Rocky V apareceu entre nós em novembro de 1990 sendo um longa mais focado na vida pessoal do protagonista. Pela primeira vez na franquia, a família de Rocky consegue ser mais revelante que o próprio boxe. Em outros projetos, essa decisão de roteiro poderia ser questionada, mas no caso de Rocky, tudo foi construído desde o primeiro filme. Em certos momentos a gente sentiu falta de referencias clássicas que o Stallone não colocou nesse filme, mas foi um trabalho onde ele renovou um pouco da franquia e mostrou que Rocky já não era o mesmo que a gente conhecia.
Nomeado de Rocky Balboa, em dezembro de 2006, o último filme da saga chega aos cinemas. Esse parecia ser aquele filme desnecessário, que no fundo não precisava ter existido já que a franquia já era consagrada. Porém Stallone mesmo não estando em sua melhor forma, mostrou que Rocky nunca foi só sobre boxe, era sobre superação também. A mensagem que esse filme passa é uma das mais lindas da saga. Então mesmo estando abaixo do padrão, comparado aos outros filmes, Rocky VI é ainda sim uma boa experiencia para o público que viu todos os outros filmes.
O elenco que rodou pelos seis trabalhos foi sempre muito consistente. O Sylvester Stallone (Os mercenarios) manda muito bem na pele do Rocky Balboa, ele é sensacional, é simplesmente marcante. A Talia Shire (O poderoso chefão) é quem faz a Adrian, ela que se ausentou da saga apenas no sexto filme. O Burt Young (Era uma vez na América) durante todos os filmes fez o Paulie. O Carl Weathers (O predador) interpretou o grande Apollo Creed. O Burgess Meredith (Dois velhos rabugentos) fez o Mickey, o Laurence Tureaud (Esquadrão Classe A) Faz o Clubber Lang, o Dolph Lundgren (Aquaman) é o Ivan Drago, o Tommy Morrison fez o Tommy Gunn, o Sage Stallone, filho do Sylvestre fez Rocky junior no quinto filme e o Milo Ventimiglia (This is us) fez o mesmo personagem mais velho no Rocky 6, além desses, fechando o elenco, temos o Antonio Tarver que interpretou o Mason Dixon.
Rocky é uma franquia que conseguiu acima de tudo ser uma série de filmes que passavam uma mensagem importante. Independente da trama do longa, o roteiro sempre se preocupara em tocar em assuntos importantes como superação, orgulho, dignidade, vingança, família e até velhice. A saga é uma das mais importante da história do cinema que ainda continua vivo nos filmes do Creed. Rocky Balboa pode não estar mais nos ringues, mas seu coração segue nas telonas fazendo sucesso ate hoje.
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