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Foto do escritorIury D'avila

Análise: Yesterday (2019)



Qual é maior banda de todos os tempos? Alguém já te fez essa pergunta? Se sim, o que você respondeu? Muitos ousam falar que a melhor é sempre a sua preferida, outros citam grupos populares e outros falam de bandas clássicas. Mas o fato é que provavelmente a resposta mais comum que você encontrará será "Os Beatles". Baseado nessa informação, você já imaginou como seria o mundo sem esse grupo que praticamente mudou a música mundial? Não né? Pois bem. Semana passada chegou aos cinemas um longa que aborda justamente esse tema. Por conta de questões pessoais eu não pude fazer a análise antes, mas hoje estamos aqui. Então entrem nos seus submarinos amarelos e se preparem jovens, que hoje é dia de Yesterday.


Bom jovens, antes de falar do filme em si, eu preciso saber de verdade: Você sabe quem foram Os Beatles e o porque eles são tão importantes para a história da música? Infelizmente eu não tenho espaço suficiente aqui para explicar de maneira completa tudo sobre os Beatles, mas... Eu posso pelo menos ambientar tudo no básico para caso  alguém que não conheça o grupo e não tenha visto o filme, não entrar aqui totalmente zerado. Os Beatles foram uma banda de Rock que surgiu lá no começo dos anos 60 e passou toda uma década explodindo sucessos entre a juventude daquela época. Composta por John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr, essa é a banda que mais vendeu suas canções na história da musica. E isso aconteceu principalmente pelo trabalho atemporal do grupo, mas também por conta da novidade musical que eles traziam para aquela época; pois antes dos Beatles não existia essa grande massa musical que existe hoje em dia. Antes dos anos 60 as músicas seguiam um padrão bem "velho" para aquela garotada nova, que precisava de algo renovado, e isso surgiu com os Beatles.


O enredo nos conta que um jovem chamado Jack Malik tem o sonho de virar um artista famoso, porém... Ele não consegue de jeito nenhum engatar sua carreira. Tudo começa a mudar quando acontece um apagão no mundo inteiro, e a Banda The Beatles desaparece da história. Agora que Malik aparentemente é o único que se lembra das músicas do grupo, ele regrava todas elas e começa a fazer o sucesso mundial com os sucessos dos Beatles.


A primeira coisa que a gente precisa falar desse trabalho, é que mesmo eu não querendo entrar no mérito da dublagem (que inclusive a do Brasil é uma das melhores do mundo), esse filme em especifico funciona BEM melhor se visto no conteúdo original. Ou me expressando de maneira mais clara, eu posso dizer que existem diálogos que só são compreendidos com perfeição para quem tem uma certa noção de inglês. E isso acontece porque existe muitos trocadilhos com os títulos das músicas, muitos trocadilhos envolvendo personalidades famosas, muitas referências a cultura pop americana, assuntos da língua inglesa, enfim. Em todo caso, ver dublado não te tira nenhum pouco do filme, porém... Se você conseguir acompanhar no raciocínio em inglês, muitas coisas são bem mais interessantes.


E outra coisa que funciona bem nesse filme, porém na sua língua original fica bem mais proveitoso, é o humor. O lado cômico desse longa funciona demais, e tem muitas piadas ÓTIMAS. Mas muitas delas andam naquela plataforma que valoriza o dialogo se for presenciado no seu idioma original, pois assim a intenção fica mais explicita. E só pra deixar claro, isso não é um problema do filme, nem da dublagem, isso é só uma característica importante do roteiro.


Já que estamos falando em pontos fortes do roteiro, vale citar os diálogos, que boa parte deles, principalmente no terceiro ato, são bem tocantes. Tem muitos momentos bem reflexivos no longa, muitos diálogos chaves, e muitos que fazem parte da construção dramática, mas... Os que me chamam mais atenção são os que se voltam para a temática central do filme. Existem alguns diálogos que são com o intuito de valorizar os Beatles, e esses... É que com certeza são os mais marcantes. Por isso, esse é um pilar muito forte do roteiro, e que particularmente me agradou demais.


Como eu comentei, existe alguns diálogos que são feitos para a construção dramática... Mas também existe uma parte desse drama, que é focado para construir a relação amorosa do casal principal. Desde o inicio do filme, claramente você percebe que o epicentro dramático vai ser a relação dos protagonistas, e isso é inegável. E como eles fazem essa relação rodar no meio desse caos todo envolvendo o sucesso do Jack, é uma coisa que eu achei muito bem montada. Os personagens rodam bem em seus arcos, e apesar de ter momentos bem questionáveis sobre encontros inesperados, eu acho que vale essa aceitação já que o filme fica em um nível de descrença envolvendo um apagão mundial... Então reencontros inacreditáveis se tornam uma peça não tão problemática assim.


A construção do casal é ótima, mas... Nada supera a construção emocional desse longa. O fato é que Yesterday brinca muito com as emoções dos fãs mais fervescentes dos Beatles. Existem várias cenas propositais que disparam o coração dos fãs com momentos incríveis. Esse filme, é muito bom em criar clímax, pois em vários momentos, você fica completamente arrepiado. É incrível como funciona bem o lado emocional desse trabalho.


E essa boa base emocional, vem de alguns aspectos do longa, mas principalmente por conta da direção. O diretor desse filme é um cara genial chamado Danny Boyle. Esse diretor já comandou filmes consagrados, e sabe ganhar o público. Nesse caso mais recente, o cara mandou muito bem e fez um trabalho sensacional em todos os aspectos. O trabalho de filmagem dele é tão impecável nesse filme que ate algumas coisas meio esquisitas do longa acabam se ofuscando por conta desse pilar.


Mas outra coisa que deixou o filme muito gostoso de se assistir foram os personagens. Além de todo mundo em tela ter um proposito no longa, todos eles são muito simpáticos e bem ambientados. Citando o casal principal, a relação dos dois foi bem construída, muito com a ajuda do carisma dos dois e da simpatia deles com o público. Fora todo o elenco de apoio que também entrega bastante e seu arcos também são bem ajustados com o foco sempre girando para o grande arco principal.


A gente citou por cima os personagens de apoio, mas vale falar um pouco sobre a grande participação especial do Ed Sheeran. Eu achei maravilhosa a participação dele no filme, pois além de ter uma presença bem querida em tela e fazer uma conexão mais forte com o mundo real, dentro da trama ele também serviu como elemento cômico e quase todas as cenas dele tem uma pitada de humor. Além disso, a presença dele é muito legal porque ele é super sacaneado no filme, por coisas que acontece aqui na nossa realidade. Fora que na trilha existe musicas dele, com o destaque mais especifico sendo "Shape of you".


Uma coisa que eu curti bastante nesse trabalho, foi justamente o ritmo do filme e a evolução linear dele. O longa não é desesperado, também não é lento, anda de maneira bem gostosa e tem um crescimento fácil de acompanhar. Gostei bastante da velocidade, de como a história foi tratada e da trajetória envolvendo a evolução dos personagens.


Ainda falando dessa questão do ritmo, vale citar que esse aspecto funciona bem justamente porque o longa é bem mais completo narrativamente falando, do que a gente imagina quando assiste o trailer. A trama é bem mais detalhada, a história é bem descascada, tudo é bem mais abrangente do que a gente espera.


E existe algumas coisas que ficam mais interessantes por conta do filme apresentar mais do que ele vende. A primeira é ligada com o crescimento da história, já que para fazer algo mais coerente, o Jack não poderia simplesmente lembrar de todas letras do Beatles. Por isso, se tratando da construção musical, tem uma sacada muito bem feita que é um dos pontos mais positivos dessa realidade do filme.


Outro aspecto positivo que vem por conta dessa expectativa, é a noção da grandiosidade disso tudo. Por mais que o longa realmente seja centrado nas canções do Beatles, não são apenas as referências musicais desse grupo que ficam ali no centro do trabalho. Existem dezenas de referências a outros grupos, a filmes, séries, e tem uma referência ao Thanos. É muito interessante o modo como eles tratam esse evento que fez os Beatles sumirem.


Mas, do mesmo jeito que você monta expectativas sobre o desenrolar da trama, você também monta expectativa para o final do filme. E olhando para o encerramento da história, vale citar aqui que argumentos finais não são pontos fortes desse trabalho. Existe uma certa expectativa de como isso tudo será resolvido, mas vá com a consciência de que o resultado final não vai ser exatamente o que você espera.


Fechando nossa análise, claro que nós tínhamos que falar das homenagens a os Beatles. Obviamente eu não vou citar essas homenagens, para não estragar sua surpresa, mas... eu posso dizer que tem algumas coisas bem gratuitas nesse longas, mas que são propositalmente colocadas para homenagens, e por isso, obviamente a gente aceita. Mas também tem muita coisa que funciona no decorrer da trama e acompanha toda a história. E essas homenagens de dentro da história são as melhores, pois elas são naturalmente as mais emocionantes.


Falando agora do elenco, Esse longa é muito bem atuado, pois ele traz uma galera bem especial. O Himesh Patel (Damned) é um ator, que também é cantor, e mandou muito bem fazendo o Jack Malik. A Lily James (Mamma Mia) é a Ellie, o Joel Fry (Game Of Thrones) é o Rocky, a Kate McKinnon (Meu ex é um espião) é a Debra, o Alex Arnold (Save me) é o Gavin e o Ed Sheeran é o Ed Sheeran.


Bom jovens, esse trabalho é mais um filme feito para homenagear os Beatles, e com certeza vale a pena assistir se você é fã, pois nele você consegue ouvir várias canções da banda. As mais clássicas como Hey Jude, Let it be, Yellow Submarine, Help,  Here Comes the Sun, I Want To Hold Your Hand e a própria canção que deu titulo ao longa estão presentes nesse projeto, por isso vale muito a pena dar uma chance para Yesterday.

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