Quem aqui já ouviu falar em Alan Turing? Conhecido pelo seu titulo de "Pai da computação" ele foi um dos homens mais importantes para os britânicos na segunda guerra mundial. Turing foi um dos homens mais injustiçados da história e sua vida é contada em um sensacional filme dirigido por Morten Tyldum e protagonizado pelo incrível Benedict Cumberbatch (Doutor Estranho). Hoje jovens é o dia de falarmos sobre o Jogo da imitação.
Como eu já citei antes em outras análises, filmes de guerra são um dos pilares do mercado cinematográfico, principalmente filmes da segunda guerra mundial. Porém o jogo da imitação traz um conceito diferente para esse tipo de história, ele aborda a visão não de um soldado ou de um capitão, mas sim de um rapaz "comum" tentando produzir algo que defenda sua nação. A fidelidade de Alan Turing (Benedict Cumberbatch) com a Inglaterra é algo visível e reforçado durante o filme inteiro. O patriotismo que ele adota em sua postura mesmo com todas as dificuldades que encontra pelo caminho é algo exemplar. Turing basicamente foi recrutado para ser um dos criptógrafos responsáveis em decifrar uma maquina de códigos alemã chamada "Enigma" que os outros criptógrafos considerava inquebrável. Alan que na época era apenas um aluno da Universidade de Cambridge, teve a genial ideia de fazer outra maquina que trabalhasse em cima na Enigma e destrinchasse os textos de maneira mais rápida e simples. O problema é que seus parceiros de trabalho e superiores achavam a ideia uma perda de tempo... Porém Turing foi ate o fim com a sua ideia, rebateu todo tipo de critica, provou para todo mundo que ele estava certo e derrotou a maquina nazista. Ate ai tudo estava bem porém as coisas mudaram quando descobriram sua atração sexual por homens. Quando foi revelado que Turing era homossexual, sua vida virou de cabeça para baixo e todos os seus feitos foram ofuscados pelo seu "Crime" de não ser hétero.
O jogo da imitação tem um roteiro muito bem coeso e muito bem argumentado durante toda a trama. Algumas vezes você pode se perder na história pelo fato de que a linha do tempo fica alterando entre passado, presente e futuro, mas mesmo assim elementos do cenário e de roteiro entregam em que ano aquele fato esta se passando. Os diálogos são muito bem elaborados e o titulo do filme é um daqueles que fica subintendido quando você compreende onde ele se encaixa na proposta do filme. Figurino e ambientação são um show a parte, muito fielmente a época do filme que se passa lá pelos anos 40. A direção tem um fator muito importante quando se trata de alguns cortes de cenas que acontecem em períodos diferentes de tempo e também na iluminação e efeitos de algumas cenas são destaques do longa.
A atuação do Benedict Cumberbatch mais uma vez deixa o público cativado, ele que já se provou centenas de vezes como um excelente ator, dessa vez transmitiu muito bem o sentimento do Turing em cada etapa do seu objetivo. A sinceridade trabalhada em cima do personagem do Benedict é algo visível durante todo o filme. A Keira Knightley (Colette) que já fez alguns filmes de época, interpretou a Joan Clarke com uma facilidade impressionante. Essa personagens que na teoria era o par de Alan, passa durante a história por várias curvas e no final acaba conquistando todo o público. O elenco do filme também conta com nomes como Charles Dance (Game of Thrones), Alex Lawther (The End of the F***ing World), e Matthew Goode (The Crown) que são nomes já bem conhecido no cinema.
O jogo da imitação tem um clímax sensacional onde você se empolga como nunca quando finalmente chega a esse ponto do filme. As vezes a história corre lenta, mas não fica cansativo pois nessas horas os diálogos chamam a responsabilidade para si. O longa é um filmão que merece todo o destaque possível, pois a história de Alan Turing foi muito bem recriada e com certeza teve um filme a altura do homem que ele foi.
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