A informação que ronda que por ai é que o novo lançamento "Os Crimes de Grindelwald" é mais Harry Potter do que animais fantásticos...E podemos afirmar com toda certeza que esse boato é verídico. O novo filme ambientado no universo bruxo traz tudo que o fã do menino que sobreviveu estava com saudade de ver e explana isso em um nível além do que se poderia imaginar. Hoje vamos analisar com muito amor de fã, porém com total neutralidade Animais fantásticos: Os Crimes de Grindelwald.
Antes de tudo é bom informar que especificamente esse longa começa uma trajetória na linha do tempo que futuramente resultará no que a gente já conhece hoje em dia pelos oito filmes de Harry Potter. Especificamente é nesse segundo filme que é abordado muitas informações importantes que são citadas na mitologia. Principalmente quem leu os livros, viu diálogos nesse longa que remetem a muitos diálogos encontrados nas paginas da J.K. Na nossa análise de Animais fantástico e onde habitam a gente explicou de onde foi adaptada aquela trama e como eles trataram aquela história, nesse caso mesmo sendo uma continuação do filme anterior, vemos aqui o que já imaginava-se que fosse ser feito: Um primeiro filme apenas introdutório para apresentar os personagens e tudo que seria explorado no decorrer dessa saga, prosseguindo a partir do segundo filme com o verdadeiro sentido geral planejado para esses novos longas.
Diferentemente do trabalho produzido em 2016, dessa vez os animais fantásticos são apenas soluções de roteiro para auxiliar a trama em certas ocasiões. O foco que era presente boa parte do tempo no Newt não existe mais. No primeiro filme todos os arcos giravam em torno desse que era o protagonista, como o personagem principal dessa saga oficialmente será o Grindelwald intercalando com o Dumbledore, temos o Newt dessa vez tendo um pouco menos de atenção, e a previsão é que sua presença em tela se torne menos relevante conforme a trama for evoluindo. Além disso, outros motivos do Newt Scamander estar fora do protagonismo são o tom do filme e a variação de arcos que esse trabalho propõe. O contraste de cores desse filme é muito diferente do primeiro. Naquela ocasião tivemos uma curvatura dramática, onde tudo começa mais leve e o clima vai se elevando e se tornando mais escuro conforme a história vai se desenrolando. Nesse caso temos um filme que já começa com o tom mais escuro e termina ele com esse mesmo tom, porém no meio dele tem essa quebra de ritmo pois o visual mais artístico envolvendo tudo que cerca o Newt não encaixa bem com o aparência que o filme adota. Já os arcos se dividem em tantos personagens que as vezes fica ate difícil de focalizar o que esta ocorrendo com cada um. Isso claramente não é um defeito, pois todos os arcos são mais uma vez muito bem desenvolvidos, porém nessa variação constante nenhum deles, e isso inclui o próprio Grindelwald, tem cenas prolongadas o que as vezes obriga o roteiro a simplificar diálogos.
A estrutura base do roteiro é exatamente igual a animais fantásticos e onde habitam, o desenvolvimento é totalmente diferente, o tom também, e a trama, porém a estrutura é exatamente idêntica. Assim como no filme anterior temos um primeiro ato que apresenta muito bem os personagens e especifica com razoes logicas exatamente o que eles estavam fazendo em cada localidade onde se encontram, o segundo ato quebra o ritmo do avanço da história e temos uma grande perca de tempo em que a trama praticamente não evolui com eficiência, e chegamos no terceiro ato com todos os arcos semi abertos para a finalização do filme de maneira bem objetiva.
Mais uma vez uma história feita pela J.K. é dirigida pelo David Yates e eu tenho duas coisas para falar sobre ele. A primeira é que ele dirigiu mais um filme de Harry Potter. O corte, as filmagens, as características clássicas do Yates no filmes clássicos da saga estão todas lá. Você tem toda a imersão e percepção que esta dentro do nono filme de Harry Potter. Ele abriu totalmente mão do jeito que fez o primeiro filme, e adotou o certo, adotou o que já sabia e meteu um puta trabalho que remete demais aos filmes que ele tinha feito da saga anterior. O outro detalhe dele na verdade é um trabalho que ele fez em conjunto com essa "Direção Potterhead". Quando aparece Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, Alvo Dumbledore, o ministério da magia e outros lugares e personagens já conhecidos, ele faz questão de colocar temas clássicos, fazer takes que colocam a nostalgia na ponta da cabeça e joga referências pra explodir mesmo a mente de quem é fã. O David trabalhou para fazer o fã se identificar ao máximo com o filme e trouxe essa caixinha cheia de Easter Eggs de Harry Potter.
O elenco desse longa acrescentou atores sensacionais para a continuação da saga. Os já conhecidos do primeiro filme Eddie Redmayne (A teoria de tudo) fazendo o Newt Scamander, Ezra Miller (Liga da justiça) interpretando o Credence, Katherine Waterston (Alien: Covenant) dando vida a Tina e a Alison Sudol fazendo a Queenie seguiram o mesmo nível do primeiro filme. A Katherine teve uma pequena evolução do seu trabalho, achei ela mais interessante dessa vez, e o Ezra Miller esta mais incrível ainda fazendo excepcionalmente o seu personagem. O outro que veio do primeiro filme é o Dan Fogler (Maldita sorte) eu não tinha gostado da atuação dele como Jacob naquela ocasião e continuo achando ele um ator fraco nessa sequencia. O personagem que ele faz é ótimo, mas por conta do roteiro, no caso da atuação fica a desejar. O Jude Law (Capitã Marvel) traz muito fielmente o jovem Alvo Dumbledore. A Zoë Kravitz (Divirgente) arrasa no papel da Leta Lestrange. A Claudia Kim (Equals) traz a ótima e icônica Nagini, e fechamos o elenco com ele que com certeza é o melhor ator em tela. Johnny Depp é simplesmente sublime durante todo o filme e contagia demais. Nada mais nada menos que excepcional seu papel fazendo o Gellert Grindelwald.
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