A HBO é uma das emissoras com maior prestigio no mercado graças a seus grandes títulos que normalmente são entregues com uma qualidade inquestionável. Após o fim da sua última grande série: Game Of Thrones, veio na cabeça do público a pergunta "Qual será a próxima grande série da HBO?" E a resposta não demorou muito a chegar as telinhas. `pr isso Jovens, hoje é dia de falarmos do sucesso mais recentes do mundo das séries... Se prepara ai garotada que hoje é dia de Chernobyl.
Bom clã, creio que todo mundo aqui tenha a noção de que a série que nós falaremos hoje é baseada em fatos reais, e espero também que pelo menos uma parte de vocês tenham noção das proporções dos números envolvendo o acidente nuclear de Chernobyl. Em todo caso é interessante ao menos vocês terem conhecimento do fato de que esse foi o acidente nuclear mais catastrófico da história e que nada semelhante tinha acontecido antes. O que rolou na usina de Chernobyl mudou a história da humanidade para sempre, gerando consequências que são refletidas ate hoje.
O enredo da série conta que após após a explosão de um reator nuclear no território da Ucrânia, pertencente a antiga União Soviética, indícios de conteúdo radioativo começaram a ser encontrados por toda a região ao redor a usina. Logo, cientistas e autoridades começaram a descobrir o efeito catastrófico daquela explosão e então perceberam que tudo envolvendo o acidente era mais grave do que eles imaginavam. Tudo que eles sabiam ate aquele momento da explosão era na verdade uma fagulha em comparação com a situação real.
Bom jovens, essa nova produção da HBO vem chamando a atenção do grande público por ser, de acordo com dados críticos, a melhor série já feita. O fato é que Chernobyl é sim uma série inquestionável, e isso tudo se deve graças a um pacote de acertos que encaixa perfeitamente dentro dos moldes de trabalho que a HBO costuma fazer. Creio eu que se Chernobyl não tivesse a assinatura da emissora, provavelmente esse resultado que nós conhecemos seria bem menos surpreendente que o que foi mostrado.
Dentre todas as características positivas que a gente poderia começar citando sobre a série... Vale destacar inicialmente a parte auditiva da produção. A edição de som e os feitos sonoros são totalmente climáticos e trabalham de maneira eficiente criando todo um ambiente agonizante que reflete bem o que está sendo apresentado em tela. A parte sonora em Chernobyl funciona como uma ferramenta didática para explicar de maneira maravilhosa e eletrizante ao público o que eles estão querendo dizer naquele momento.
Vale destacar também que independente do auxilio da trilha sonora no trabalho, a série é naturalmente bem didática. E o mais legal é o modo como explicam para o público mais leigo tudo de maneira bem simples, mas sem duvidas da inteligencia de quem está assistindo. O que eles fazem é basicamente aproveitar um personagem, que faz parte da história real, e utilizar ele como o cara que não entende os conceitos científicos ali presente e vai aprendendo tudo ao longo da série... Assim como o público.
A direção desse trabalho foi feita por um cara chamado Johan Renck. E sem duvida, o trabalho desse rapaz, englobando de pesquisa ate os cuidados minuciosos de direção, tudo foi feito com uma precisão incrível. Essa série tinha uma missão muito difícil, que era retratar em poucos episódios acontecimentos que se passaram em vários periodos temporais diferentes. E o Johan entrega uma linha temporal bem definida, muito clara e bem coerente. A montagem de Chernobyl é ótima e trata com muito respeito vários fatos que mesmo que não façam a trama principal correr , são importantes para contextualizar tudo. É impressionante como tudo é bem ritmado, como tudo corre de maneira livre, como tudo acontece de maneira bem eficiente e como as coisas são bem organizadas.
Outro ponto também muito forte que envolve a direção do Johan é toda a parte visual do filme. O lado fotográfico desse longa é uma coisa absurda. O tom de cores que são escolhidos para retratar as situações, além de serem muito fieis para contextualizar e ambientar a situação, ficam muito lindos em tela. Você claramente percebe o quanto o visual é bem definido, pelos tons de cores pré e pós acidente. Num resumo, a parte visual é outro show, que junto com a trilha sonora entrega bem aquele clima que a gente precisava para densidade do projeto.
Os personagens desse trabalho em sua maioria são baseados em pessoas que realmente participaram daquele fatídico evento. E atrelado a isso, o que deixa Chernobyl mais perfeito ainda, é o fato de que os personagens são além de tudo interessantes. Ninguém que está ali é genérico, ninguém que está ali tem uma presença gratuita e ninguém está ali por acaso. Alguns personagens realmente não fazem a trama caminhar, mas como eu já disse, eles servem ou para contextualizar a grandiosidade que foi aquilo tudo, ou para recriar momentos marcantes do acidente.
Falando agora do roteiro (que é o principal aspecto dessa série), a trama basicamente é contada em cinco episódios, e cada um deles, apesar de serem contínuos, são particulares e redondos dentro deles mesmos. Obviamente um episodio não funciona em sua completude sem o seu antecessor, mas dentro de cada um existe arcos pessoais com uma função especifica dentro da série. O primeiro episódio, por exemplo, é totalmente introdutório, o quarto já é focado em consequências a longo prazo, enfim, cada episódio tem uma função especifica dentro da história para contar tudo o que de mais importante aconteceu. Obviamente Chernobyl não tem uma narrativa linear, porém o modo como eles contam a história funciona justamente por se tratar de um fato adaptado.
Acho que um dos aspectos que também merece ser reconhecido aqui, é o trabalho de maquiagem dessa produção. Chernobyl consegue entregar esse aspecto tão forte tanto na caracterização dos personagens, como também na construção do visual após o efeito da explosão. Com certeza esse é sem duvida um pontos mais altos do longa, pois ele entrega uma fidelidade impressionante.
O elenco dessa produção conta com uma galera que fez um trabalho incrível. O Jared Harris (The Crown) é o Valery Legasov, o Stellan Skarsgård (Thor) é o Boris Shcherbina, o Paul Ritter (Harry Potter e o enigma do príncipe) é o Anatoly Dyatlov, a Jessie Buckley (Wild Rose) é a Lyudmilla Ignatenko, a Emily Watson (A teoria de tudo) é a Ulyan Khomyuk, o Adrian Rawlins (Harry Potter) é o Nikolai Fomin, o Con O'Neill (Happy Valley) é o Viktor Bryukhanov, e o Adam Nagaitis (The Terror) é o Vasily Ignatenko.
Bom clã, obviamente não teremos uma segunda temporada de Chernobyl, e que querendo ou não, isso acaba sendo uma boa noticia. Apesar da série ser uma produção grandiosa, não teria sentido dar continuidade a essa trama. O que poderia ser interessante era outra temporada focado em outro acidente histórico. Em todo caso, a experiencia desses cinco episódios foi incrível e com certeza todo esse sucesso é muito merecido. Por isso jovens, se vocês não viram a série ainda, acessem sua HBO GO e vão assistir o mais rápido possível essa obra incrível chamada: Chernobyl.
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