Qual foi o filme que mais te marcou nos últimos anos? O filme que mais te cotou, que mais te deu esperanças em uma humanidade melhor? A resposta obviamente pode ser variada, porém quem assistiu o filme da nossa análise retrô de hoje com certeza pode ter imaginado uma resposta certeira para a pergunta. Hoje vamos falar de um longa amado por muita gente que traz conceitos ideológicos, sociológicos, e religiosos. Hoje jovens é dia de: Até o último homem.
Para gente falar desse filme, precisamos obviamente lembrar que esse longa foi adaptado de uma história real. Ou seja, todos os fatos presentes naquele longa foram inspirados em eventos recorrentes da Segunda Guerra Mundial. Por isso você precisa se contextualizar e se ambientar naquele universo caótico que era o mundo naquela época. Todas as decisões, todas as reviravoltas, todos os aspectos do filme e ate sua narrativa, tem um peso muito característico sobre raízes ideológicas. Todos os personagens carregam com si sua própria visão da situação em questão, e isso é bem interessante pois condiz literalmente com a vida real. E acho que é isso que Até o último homem tem de tão especial, a trama é uma história real que encaixa em sua narrativa certinho nos moldes de um longa.
O enredo conta a história do jovem Desmond Doss que durante a segunda guerra mundial resolve se alistar para defender seu país. A questão é que Doss leva sua religião muito a sério, e e ele encontra na palavra de Deus afirmações que impedem ele de tocar numa arma. Com isso Doss, mesmo com seu desejo de proteger seu país, não abandona sua religião e segue para lutar em Okinawa atribuindo sua função de desejo: Ser medico para curar os soldados feridos.
Como eu citei, a trama encaixa exatamente na forma base de um filme de cinema. E isso persiste durante todos o longa. Os três atos são bem claros, bem resolvidos e bem objetivos. Você entende todo o trabalho, todas as motivações e todos os fatos ali presente. O fator relevante aqui foca na construção do Doss, e o que cada ato ele representa. A evolução do protagonista é totalmente coesa ate o fim. Ele assume sua ideologia e carrega ate o fim do filme, sem falhar em nenhum momento. E é justamente esse fator especial que te permite ter um afeto maior com o filme. A gente vai falar daqui a pouco da performance do Andrew Garfield, porém é importante ver como a construção, a direção do personagem e atuação do Andrew contribuíram com o carisma do público com o protagonista. No momento em que o Doss ganha a galera no primeiro ato, eles conduzem todo o segundo ato focado em deixar o público aflito, para ter a redenção no fim do filme. Foi um trabalho muito bem controlado, que não traz apenas um aspecto para definir a qualidade do trabalho, várias características montaram o longa e entregaram um trabalho lindo.
Cara, o trabalho do Mel Gibson nesse filme é surreal. O longa em si já tem uma proposta bem memorável, junto com uma fotografia bem resolvida, e com uma direção absurda, a qualidade do filme vai nas alturas. A parte sonora do longa também é bem legal, tanto que levou um Oscar de Mixagem de som SUPER MERECIDO. É maravilhoso de tão foda o modo como todo o trabalho foi conduzido. O Mel Gibson também chegou a concorrer ao Oscar de melhor diretor, e seria merecido se tivesse levado, pois a construção sentimental do trabalho também é bem forte. Até o último homem te pega de jeito e quebra tua cabeça com principalmente uma direção muito bem organizada e uma montagem linda.
O roteiro é bem coeso, funciona e traz como eu já citei, motivações bem válidas para os personagens. Os arcos dos coadjuvantes são bem menos explorados, porém eles vão ate o necessário para abranger algo que envolva o protagonista. A história consegue te prender, tem uns diálogos maravilhosos e super criativos que te transmitem uma sinceridade super real.
O elenco conta com um pessoal que mandou muito bem. O Andrew Garfield (A rede social) simplesmente fez um dos melhores trabalhos da sua vida. A performance dele é incrivelmente surreal. Ele esta muito bem no personagem, e faz um ótimo Desmond. A belíssima Teresa Palmer (A escolha) é a responsável pelo papel da Dorothy, o Vince Vaughn (Penetras bons de bico) é o sargento Howell, o Sam Worthington (Avatar) é o Capitão Glover, o Luke Bracey (O melhor de mim) é o Smitty, o Hugo Weaving (Maquinas Mortais) é o Tom Doss, a Rachel Griffiths (A sete palmos) é a Bertha Doss, e o Ryan Corr (Holding The Man) é o Tenente Manville.
Até o último homem é com certeza um dos melhores trabalho envolvendo a segunda guerra mundial dos últimos anos. O espirito que o longa passa, transmitindo um mensagem que envolve religião, e agradando todos os públicos, foi algo simplesmente marcante. Ele traz informações, toca em feridas, te emociona e passa uma mensagem de superação, além de ser um ótimo filme de ação e de amor... Pois querendo ou não quem não foi inspirado pelo momento "Eu vou me casar com ela...Mas ela ainda não sabe" ?
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