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Foto do escritorIury D'avila

Análise Retrô: Deadpool (2016)


A gente já comentou várias vezes aqui no Sessão Cinema que filmes de Super-hérois são as maiores febres da atualidade. Na última década, esse gênero de filme vem ganhando a cada ano uma relevância bem maior e aos poucos ele foi se estabilizando no topo. E como todo grande sucesso, sempre existe algum filme que é feito para desconstruir o gênero em questão. No caso dos hérois, essa desconstrução veio junto de uma sacada bem esperta dos quadrinho, trazendo para as telonas um personagem ideal para essa função. Acho que vocês já sabem de quem estamos falando né? Isso mesmo meus jovens, a análise retrô de hoje vai falar dele... Chegou a hora da análise de Deadpool.


Bom clã, antes de mais nada, como toda análise envolvendo algum super-héroi, é importante vocês terem noção de pelo menos o básico sobre ele, para assim compreender melhor a produção feita utilizando esse personagem. Primeiramente é interessante saber que naturalmente o Deadpool já nasceu de uma descaracterização. Esse personagem foi criado na Marvel para meio que sacanear o Exterminador da DC (Personagem recorrente na série Arrow). Além disso, nos quadrinhos o Deadpool sempre foi um personagem escraxado, da zoeira e totalmente nosense. Ele vem do universo dos X-men e sua principal característica é ser imortal.


O enredo conta a história de um rapaz chamado Wade Wilson, que após descobrir que tem câncer terminal, aceita passar por um espécie de tratamento que prometia alterar suas células, assim abrindo uma oportunidade dele ser curado. Porém antes mesmo do experimento começar, Wade percebe que o que foi prometido a ele, não era exatamente aquilo que se realizaria, e que no final ele tinha deixado tudo que amava para traz para basicamente ser transformado em uma arma.


Trazer o Deadpool para as telonas, era um desafio sem garantia de sucesso. Por ser um personagem difícil de fazer funcionar em tela, o humor ácido era o único caminho que poderia alavancar a produção. A FOX já tinha tido uma péssima experiência com o personagem em Wolverine - Origens, por isso a insegurança era maior ainda do que o normal. O único que lutou com todas as forças para defender esse projeto foi um cara chamado Ryan Reynolds, o mesmo ator que interpretou o Deadpool lá em 2009. Ele mostrou para os produtores da FOX um trecho do que seria um filme ideal do personagem e logo em seguida essa cena "vazou" na internet. Com a empolgação do grande público, o sinal verde foi dado e finalmente Deadpool teve uma chance decente no cinema.


Com pouco orçamento em mãos, mas com ideias fantasticas para o longa, Ryan Reynolds teve que se rebolar para fazer esse trabalho sair do papel. E ele, junto de um diretor chamado Tim Miller, reorganizou o orçamento de 58 milhões de dolares e montou um filme que mesmo não sendo uma puta produção, conseguiu entregar o ar de uma. Cada centavo do filme foi gasto da melhor maneira possivel, a direção, a trilha sonora, o elenco, e principalmente o Marketing subiram Deadpool para um nível bem semelhante ou ate maior que os outros filmes de hérois de 2016.


A montagem desse longa pode ate ser muitas vezes questionável, mas esse fator entra em um pacote de elementos que a gente ignora com facilidade, já que a produção não se leva a serio em momento nenhum. Na verdade todos os elementos, são meio sacanas e sejam internos ou externos, eles conversam entre si e se entrelaçam de uma maneira ate natural. O Tim Miller, apesar de não ter muito como preencher a tela, consegue usar o que tem em mãos para pelo menos criar cenas confortáveis onde o roteiro pode brilhar. Existe claro cenas maravilhosas de ação, inclusive a cena vazada, mas na verdade, olhando bem, as lutas são bem simples; e o que gera a atenção do público, é o fato de que essas cenas misturam principalmente violência e humor.


E essa linha entre violência e o humor é uma coisa que não é dividida por uma linha tenue nesse trabalho. Em Deadpool, esses fatores caminham lado a lado e em escalas gigantes. A violência transcende qualquer limite e vai na brutalidade pura para a tela. No caso do humor, qualquer respeito é ignorado e o politicamente correto não existe. Eles brincam mesmo, usam o Deadpool raiz, e não se importam com consequencias. São justamente esses fatores que agradam tanto, é o fato de que o Deadpool não se segura, não se oprime e faz um filme que todo fã do personagem queria ver.


O roteiro do filme apresenta uma trama redondinha, legal, porém básica e clichê. A história, apesar de ser divertida, é simples e sem profundidade. Já os diálogos, as dinâmicas e narrativa... São os pontos chaves desse trabalho. Primeiramente é bom lembrarmos que o próprio Deadpool é o narrador da história, ele genialmente usa esse artifício para vender o filme como um trabalho romântico, para quebrar a quarta parede, para controlar a linha do tempo do filme, e etc. As dinâmicas de personagens também funcionam muito bem, principalmente a do Wade com a Vanessa. Mas no geral, todos os personagens são muito bons e funcionam bem em tela. As motivações são bem questionáveis, mas o próprio filme trata isso como um fator irrelevante, e você não precisa levar a sério, justamente porque o filme não liga pra isso.


Esse trabalho tem duas coisas que eu particularmente gosto bastante, além claro da violência é do humor, que são: A trilha sonora e a caracterização dos mutantes. Primeiramente falando das canções, é muito difícil você ver uma playlist tão completa e tão redondinha como é a de Deadpool. Além das musicas que todas elas funcionarem bem, boa parte delas são iconicas prospositalmente. E sobre o visual dos mutantes, todos, TODOS, estão bem, porém... O Deadpool em especial é uma coisa maravilhosa. A liberdade artistica que o uniforme do personagem deu para o Ryan Reynolds atuar é algo maravilhoso. Eu achei incrível e particularmente é um dos meus uniformes de hérois preferidos no cinema.


O elenco conta com um pessoal bem famoso que faz um trabalho bem legal. O Ryan Reynolds (Detetive Pikachu) é o Wade Wilson, a brasileira Morena Baccarin (Gotham) é a Vanessa, a Brianna Hildebrand (Gatunas) é a Negasonic Teenage Warhead, o Andre Tricoteux (Warcraft) é o Colossus, o Ed Skrein (Alita) é o Ajax, o T. J. Miller (jogador Nº 1) é o Fuinha e o Karan Soni (Detetive Pikachu) é o Dopinder.


Bom jovens, Deadpool foi um grande sucesso, principalmente por conta do elemento surpresa, trazendo um filme que escrachava totalmente o gênero de super-heróis. Apesar de Super-herói: O filme já ter feito isso antes, em Deadpool a assinatura foi bem mais forte e estabeleceu o fato de que pode existir variações desse gênero sem ser naquele molde montado pela Marvel. Em todo caso, esse primeiro longa teve um sucesso tão grande, que ano passado a sua continuação chegou aos cinemas, e logo, logo nós iremos voltar aqui para fazer a análise retrô de Deadpool 2.

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