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Foto do escritorIury D'avila

Análise Retrô: Interstellar (2014)

Atualizado: 17 de ago. de 2019



Ficção cientifica é um gênero cinematográfico que abre oportunidades para você desenvolver histórias mais complexas e com atribuições que normalmente não poderiam ser aplicadas em gêneros mais conservadores. E é justamente essa brecha de mirabolância que permite trabalhos como o imprevisível interstellar de um dos melhores diretores da atualidade, o Christopher Nolan ser uma grande obra do cinema.


O filme aparentemente prometia ser uma ficção especial, como por exemplo Gravidade que veio um ano anterior ao lançamento desse trabalho. Porem o que interstellar reservou para o seu público foi mais que uma aventura no espaço, ele aplicou uma realidade indiscutível do criador para um universo onde aqueles acontecimentos no mundo fictício seriam totalmente válidos. O Nolan criou toda uma perspectiva que permitiu a exploração de vários pontos importantes do nosso universo, como buracos negros e relatividade por exemplo, e assim montaram uma história bem original e com aquele toque especial que o nosso querido diretor sempre deixa presente em seus trabalhos.


Interstellar mostra a vida de um rapaz chamado Copper (Matthew McConaughey) em um terra pré Apocalíptica, onde os recursos naturais estão quase escassos. Após decifrar algumas coordenadas misteriosas, Copper descobre um esconderijo secreto da antiga NASA que naquela ambiente já não existia com a força que tem hoje em dia. O rapaz é recrutado pela equipe e chamado para liderar uma missão em busca de outro planeta útil para a vida, onde os humanos possam habitar. Após discutir com sua filha mais nova que não desejava que ele fosse, Copper assume a responsabilidade e vai em busca de um dos planetas habitáveis.


O roteiro do longa apresenta muitas reviravoltas bem provocantes. Muitas vezes o roteiro puxa seu tapete em momentos que você imagina que compreendeu a trama. O primeiro ato é a parte menos empolgante do filme, a apresentação dos personagens é lenta e no inicio bem seca. A empatia vai sendo criada gradativamente conforme você vai vendo as motivações pessoais. A partir do segundo ato ate o fim do filme, você tem cenas de aventura uma atrás da outra. Sempre com aqueles plots que quebram sua expectativa e sempre deixam claro a angustia do Copper em estar participando daquela viagem.


Aliás falando em viagem, o fator relatividade foi uma peça importantíssima para o corrimento da trama. Pra quem não sabe, a relatividade é uma lei de Albert Einstein que diz que o tempo passa de maneiras diferente em locais distintos do universo. Ou seja, aqui na terra um dia pode ser cinco anos em outro planeta. E esse fator do tempo é algo que fica exposto desde o inicio do filme e é sempre o agente motivante que traz o público para a perspectiva de angustia do Copper. O cara tem um filho e uma filha e precisou deixar eles em casa para explorar planetas onde o tempo passa mais rápido, e com isso dias poderiam ser anos na terra... Quando Copper tivesse em casa de novo, não saberia a idade dos seus filhos. O drama do personagem é valido principalmente por conta disso. Todas as decisões tomadas por ele tem um sentido coerente e você aceita por se tratar justamente desse afeto que ele tem principalmente pela sua garotinha.


Na verdade não só o Copper que é bem motivado, todos os personagens tem arcos muito bem articulados e desenvolvidos que corresponde as suas decisões. A personagem Amelia Brand (Anne Hathaway) toma uma postura em relação a seu drama conforme vai descobrindo o que realmente tudo aquilo significa. E é totalmente válido seu argumento se tratando da construção dramática envolvendo ela. Outro que tem um arco bem montado é o do Dr. Mann (Matt Damon). Você, mesmo vendo ele como vilão, entende quais os princípios fizeram ele tomar as decisões que tomou. Mann criou toda sua trama baseada em um instinto natural da humanidade chamado sobrevivência. E por mais que você admita que ele esta errado, a construção para ele chegar ate esse erro é feita através de vários acertos dos roteiristas.


Outro ponto muito bem desenvolvido foi os efeitos especiais. O CGI nesse trabalho é feito em camadas muito bem renderizadas e fielmente realistas. É magnifico a amplitude que desenvolve visualmente cada planeta visitado. As soluções artísticas também são um show a parte e a computação gráfica colaborou MUITO para o sucesso desse filme incrível.


O elenco do longa é outro ponto que precisa e merece reconhecimento. Grandes nomes do cinema apareceram no melhor de suas performances. Além do Matthew McConaughey (O lobo de Wall Street) e Anne Hathaway (Oito mulheres e um segredo) que protagonizam o filme, tivemos também Matt Damon (Perdido em Marte) que aparentemente só faz filme espacial (RISOS). O longa ainda conta com Jessica Chastain (Perdido em Marte) fazendo uma das versões da filha mais nova de Copper, a Murphy. E Mackenzie Foy (Invocação do mal) faz a versão mirim da garota. Michael Caine (A origem) faz o pai da Amelia, e o Casey Affleck (Manchester à Beira-Mar) irmão do Ben Afllec, interpreta o filho mais velho de Copper, Tom. A versão mirim desse personagem ficou na pele do Timothée Chalamet (Me chame pelo seu nome).


Fechando a nossa análise vamos das destaque para o Plot final do filme que é uma das coisas mais belas e inteligentes dos últimos anos. Aproveitar a falta de conhecimento que humanidade tem sobre buracos negros, abriu uma perspectiva sobre o que pode ser encontrado lá dentro completamente plausível levando em consideração todo o arco que cercou o andar da trama. O que o Nolan fez foi basicamente um choque que explodiu a mente de muita gente. Simplesmente incrível.

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