Em 2019 o gênero de suspense anda um pouco ofuscado pelas grandes produções desse primeiro trimestre. O primeiro grande titulo desse ano dentro do gênero é o tão esperado Escape Room. Um filme que mistura um conceito clássico de história, com uma trama que mesmo não sendo algo tão complexo de se imaginar um enredo, quase não foi abordada de modo como foi feito pela nova produção da Sony. Hoje vamos entrar a fundo e tentar decifrar todos os segredos técnicos desse longa.
Eu usei o termo "Esperado" para exemplificar melhor a expectativa de um grupo seleto de pessoas que estavam com expectativa sobre esse filme. Mas a verdade é que Escape Room é mais uma surpresa do que qualquer outra coisa. O filme vinha sido divulgado aos poucos aqui no Brasil, e vem concorrendo nesse começo de ano com uma variedade de filmes gigantes. Quem gosta de um suspense clássico, vai se interessar pelo longa, porque a proposta do filme é justamente essa: Ganhar seu nome em cima de um público totalmente nichado.
A trama conta a história de seis indivíduos que se voluntariam para participar de um cassico jogo de Escape Room, no qual consiste em um objetivo claro que de escapar de uma sala utilizando charadas. Quando Zoey, Ben, Amanda, Jason, Mike e Danny resolvem participar do desafio, eles tinham um proposito em comum: Ganhar o grande prêmio em dinheiro que seria dado a quem escapasse da sala mais realista do mundo. Tudo parecia bem, ate que eles descobrem que esse Escape Room não exitaria em matar eles, e que se os participantes não descobrissem as pistas, não sobreviveriam ao jogo.
A direção desse longa é feita por um cara chamado Adam Robitel, que é um diretor muito conhecido pelo público do terror. E a principal característica dele nesse filme (que você também encontra em outros trabalhos dele) é a movimentação constante da câmera para vários ângulos diferentes. Em uma cena, o Adam faz um plano sequencia, no take seguinte manda um plano holandês, em seguida gira a câmera por traz do personagem, ate de cabeça pra baixo ele filmou nesse trabalho. O diretor abraçou todas as ferramentas de direção disponíveis e aproveitou esses recursos para montar um clima tenso que na maioria das vezes funciona e prende o público. Mas como nada é perfeito, o problema da direção fica presente justamente quando o filme tenta se vender como um terror psicológico. Como suspende, no geral, ignorando alguns detalhes que eu vou citar mais pra frente, o filme funciona muito bem. Mas como terror, em qualquer derivado da palavra, o longa não acerta. Tudo bem que o Adam é do gênero como eu já citei, mas nesse caso a bagagem com terror não acrescentou em nada para o trabalho dele.
O roteiro da história é um pouco problemático. A premissa é realmente muito boa e bem instigante... O problema é que o longa é bem previsível. No primeiro ato eles fazem uma apresentação de personagens muito boa. Eles contam três histórias paralelas, de três personagens diferentes com motivações duvidosas, mas que ainda sim é aceitável. O problema começa quando você nota que serão seis protagonistas e você só foi apresentado a três. Poderia ter alguma solução de roteiro que explicasse tal fato? Sim, poderia... Mas não tem. O resto das motivações dos outros personagem são explicados gradativamente, mas ao mesmo tempo os outros três que já tinha sido apresentados, tem suas tramas mais aprofundadas. Ou seja, não tem explicação para o descaso com metade do pessoal principal no primeiro ato. Além de ficar obvio quem serão as vitimas principais do jogo, você no final tem um argumento pra isso tudo que é no minimo desinteressante. Tudo bem que realmente era complexo fazer um argumento ótimo para um filme com essa premissa... Mas esse era um ponto que o roteirista poderia ter pensado um pouco mais e ter desenvolvido um argumento mais decente. No final tem um plot bem interessante, uma reviravolta legal... Mas que também era meio que previsível.
Já o elenco desse trabalho traz um pessoal muito bom. A Taylor Russell (Falling Skies) esta maravilhosa como Zoey, o Logan Miller (The Walking Dead) também esta ótimo como Ben. A Deborah Ann Woll (Demolidor) é mais uma que manda bem, ela vive a Amanda. O Jay Ellis (Insecure) Manda muito bem como Jason, o Tyler Labine (Deadbeat) viveu o Mike, e o ator/comediante Nik Dodani (Atypical) é o mais fraco do elenco, ele fez o Danny.
Bom jovens, independente de qualquer coisa, não podemos negar que Escape Room é um filme corajoso em certas ocasiões. Deixa um final em aberto para um eventual continuação e para quem sabe uma trilogia. É uma projeto interessante quem curte esse tipo de longa e é uma experiencia que vale a pena principalmente pelo trabalho do diretor.
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