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Foto do escritorIury D'avila

Análise: Minha Vida Em Marte (2018)

Atualizado: 21 de ago. de 2019



Vocês já ouviram aquele ditado bem famoso que diz "Brasileiro só sabe fazer filme policial ou de comedia"? Pois é... A frase pode não estar totalmente certa, mas se ela existe obviamente é porque tem um motivo. Minha Vida Em Marte é mais uma comedia nacional, mas que dessa vez veio totalmente embalada. O longa é uma continuação de um filme de 2014, traz em seu titulo um nome que já é conhecido no Brasil por conta do teatro onde uma peça com a mesma narrativa do filme é apresentada. Com tudo isso é compreensível o rápido crescimento do Hype do filme, junto do boca a boca que espalhou o longa e nós viemos aqui para explicar o que mais de interessante tem nesse projeto.


Para quem não sabe, Minha vida em Marte é a continuação de um filme de 2014 chamado "Os Homens São de Marte... E É Pra Lá que Eu Vou". Filme esse que também tem uma trama baseada em uma peça de teatro que fez bastante sucesso. Com o filme de 2014 sendo destaque, e a peça já renomada, a continuação obviamente rolou tanto no teatro quanto nas telonas. E isso tudo comandado por uma atriz chamada Mônica Martelli que fez várias novelas para a Rede Globo de televisão, participou de vários programas de humor do mesmo canal e além disso seguiu uma parte de sua carreira no cinema. Não posso afirmar de certeza, mas baseado em uma pesquisa rápida, creio que o trabalho dela Com os Homens são de/Minha vida em Marte são pilares e produções mais importantes da vida dela como atriz. É um projeto dela que independente de qualquer critica cinematográfica deu super certo e levantou seu nome.


A trama conta a história de uma moça chamada Fernanda, que após vários anos de casamento, se encontra em Crise com seu atual esposo Tom. Ela tenta reanimar seu casamento de várias formas diferente, mas quando percebe o desgaste emocional, resolve partir para a vida de solteira. E cabe a seu grande parceiro de longa data, Aníbal, a missão de animar Fernanda e colocar ela na pista de novo em busca da felicidade.


O fator mais importante e um dos mais relevantes dessa continuação é que Minha vida em marte funciona perfeitamente sozinho. mesmo sendo uma sequencia, ele não exige um conhecimento prévio da trama e narra o inicio da história já te ambientando bem de todo o universo. O longa conseguiu ao mesmo tempo deixar o público novo confortável e trouxe para o velho público uma narrativa que solidifica mais ainda aquela trama que foi apresentada no filme anterior.


O trabalho de direção nesse caso é da Susana Garcia, irmã da Mônica Martelli. A Susana faz um trabalho legal, mas é visível que direção não é ponto forte dela. Ela não ousa em nenhum momento, faz o básico, deixa a câmera quase sempre linear e consequentemente não tem nenhuma assinatura pessoal. Isso não chega a ser um defeito, é totalmente uma escolha você seguir em uma zona segura... Mas evidentemente ocasiona que o filme perde algumas oportunidades de brincar com a direção, criando planos bem mais elaborados que a Susana deixa passar.


O roteiro é o ponto mais crucial desse filme principalmente por dois motivos: Primeiro que essa é outra função que a Susana Garcia assumiu, e é onde a ela tem destaque já que além de tudo, a moça também é escritora. E no roteiro também é onde a premissa do filme é carregada, é lá onde entra totalmente a parte cômica que é a proposta do filme. E justamente pelo roteiro ser o tópico mais valioso, é justamente nele que a expectativa é depositada. E quando quase toda a trama, incluindo muitas piadas são entregues no trailer... Sua experiencia é um pouco comprometida. Além disso, o primeiro ato é totalmente superficial. A insistência em fazer piadas repetitivas com casamento é meio preocupante. Nos outros dois atos o humor é muito bem conduzido, as piadas e referências são muito bem sacadas e realmente o longa é bem hilario a partir do segundo ato. A trama em si é bem difícil de falar, pois é uma história rasa, sem muita profundidade que no final não fecha o arco principal de maneira concreta. Tem uma virada importante que ressalta a mensagem que o longa quer passar, mas (E novamente por escolha) a trama central não se finaliza oficialmente, dando espaço para outra provável continuação.


A trilha sonora é uma das coisas mais sensacionais do filme. Funciona muito bem e anda colado com o enredo. Foi uma seleção maravilhosa que reflete o longa em seus variados tons. As musicas conversam muito bem, entram ocasionalmente, e seguram a barra nas cargas emocionais.


O elenco é um pouco mais delicado de se comentar pelo seguinte motivo: Como o projeto é da Mônica Martelli (Minha mãe é uma peça) e ela interpreta essa personagem a MUITO TEMPO no teatro, é evidente que ela esta confortável no seu papel. Ela sabe interpretar a Fernanda, ela entende a personagem e entrega uma performance convivente... Mas isso não dita que ela foi uma boa atriz.  A mesma coisa ocorre com o Paulo Gustavo (Vai que cola), ele entende o Aníbal, sabe o que precisa fazer, mas também não faz uma grande performance. Porém os dois protagonistas, comparado ao Marcos Palmeira (O homem que desafiou o diabo) estão sensacionais. O Marcos é um nome grande do cenário nacional, já fez grandes papeis, mas ele em NENHUM MOMENTO acerta o tom nesse filme. Ele não se encaixa, fica meio perdido e esta muito mal no seu papel de Tom. Já o Gabriel Braga Nunes (Chatô) esta muito bem, caracterização perfeita, e realmente fez um puta trabalho nesse longa.


Bom pessoal, Minha Vida Em Marte é inegavelmente uma experiencia bem divertida, impossível sair do cinema sem dar uma risada, e considerando sua proposta, podemos dizer que foi um grande acerto. Tem um público MUITO nichado, bem especifico, porém ele consegue agradar muito bem esse pessoal. Vale a pena se você gosta desse tipo de trabalho e também é um bom titulo nacional para se divertir no cinema.

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