Durante a história do cinema, alguns longas entregaram um trabalho tão icônico e original, que acabaram assumindo a identidade principal em cima daquele tipo de proposta. Esses trabalhos normalmente acabam sendo homenageados ou relembrados sempre em filmes e séries, por conta da genialidade do seu roteiro. E Hoje nós vamos falar de um desse longas, de um dos trabalhos com a identidade original mais forte do cinema. Por isso, se preparem clã que hoje é dia de Feitiço do Tempo.
Bom clã, hoje, mais do que nunca, é importante vocês estarem totalmente ambientados sobre esse longa, pois quem nunca assistiu ou quem não sabe sobre sua importância, com certeza ficará perdido na análise. Vocês sabem aqueles filmes ou séries que fazem um personagem ficar revivendo o mesmo dia várias vezes? Pois é, existe muitos trabalhos que abordam isso, e o mais recente deles é A morte te dá parabéns 2. Esse tipo de roteiro é sempre fantástico, pois é algo sempre interessante, e se for bem feito, se torna uma diversão ótima. Mas o fato é que obviamente um filme teve primeiro a ideia de fazer esse tipo de roteiro, e como vocês devem imaginar, foi Feitiço do Tempo quem lançou essa fantástica ideia no mercado. Hoje em dia, qualquer trabalho que saia do papel com essa escolha de roteiro, foi inspirado por esse trabalho e com certeza sofrerá comparações.
O enredo basicamente nos apresenta um jornalista bem egocêntrico chamado Phil, que é enviado pela sua emissora para fazer a cobertura do grande dia da Mamota. Após o evento, Phil deveria seguir sua vida normal, porém, tudo começa a ficar esquisito quando ele começa a reviver o mesmo dia da Marmota assim que acorda toda manhã.
A primeira coisa que a gente precisa falar, claramente é da premissa, certo? A ideia de você fazer um trabalho que usa um roteiro repetindo o mesmo dia várias vezes, hoje em dia, para algumas pessoa pode ate parecer meio manjado, porem... Em 93 a base ainda não existia. E o mais legal disso tudo, é que essa premissa caminhou por uma rota que basicamente consumiu todas as vertentes que um roteiro como esse poderia oferecer. Hoje em dia é difícil fazer um trabalho original com essa temática, justamente porque Feitiço do tempo usou recursos mega criativos que se tornaram o exemplos. Hoje em dia esse trabalho tem um valor histórico incrível e ate hoje ele é lembrado por todos.
E esses recursos que a história usou, foram bem aproveitados justamente porque você tinha as ferramentas pra isso, e com esse roteiro era possível fazer o que eles planejavam. Imagina você, vivendo o mesmo dia todos os dias, cansativo, não é? Mas se você pensar bem... Com um passo diferente, você poderia alterar a rota do seu dia e criar elementos novos baseados no que você já sabe. E essa estrategia é usada é de maneira sublime nesse projeto, onde o Phil brinca com as possibilidades e em pouco menos de 2 horas de filme, ele explora literalmente todo aquele universo que foi imposto para ele.
E esse roteiro, além de ser muito esperto por criar elementos totalmente exploráveis, ainda consegue ser bem dramático por conseguir criar um sofrimento recorrente do personagem. Naturalmente o Phil já sofreria por estar vivendo sempre o mesmo dia, mas... Quando isso não se torna exatamente um problema, o roteiro cria outros momentos que geram uma crise dramática perturbadora. Então dramaticamente falando, Feitiço do tempo funciona muito bem, pois você consegue sentir o peso dramático que o protagonista carrega no seu "dia a dia".
E todo esse drama, é muito resultado da montagem do longa. Deve ser bem difícil fazer a montagem de filme que repete sempre o mesmo dia, já que você precisa manter um padrão visual muito meticuloso. Mas, nesse caso, a montagem é muito bem feita, porque os cortes são feitos em momentos bem sacados da trama. Você percebe o efeito da transição de um dia pro outro, e a montagem das cenas ajuda muito a criar todo esse clima e todo o drama necessário. É um aspecto muito bem utilizado que no geral é um dos corações do filme.
Esse recurso da montagem também é bem interessante, pois ele acompanha um padrão de vários elementos para recriar sempre a mesma manhã. A montagem, junto com a trilha, mais o jogo de direção e da atuação do ator protagonista, cria uma identidade bem padrão que gera toda a base daquela realidade (considerando o fato de que assim que ele se mover, todos os elementos daquele dia podem mudar). O dia pode até ser o mesmo, porém o interessante é que o Phil pode molda-lo como quiser.
Apesar de no fundo esse longa ser uma história de amor, eu acho esse trabalho muito bem resolvido em cima da premissa para construir o que é necessário para entregar esse plot da história. A evolução dos personagens é o fator fundamental desse quesito, e essa evolução acontece com uma qualidade surreal. A direção e a montagem ajudam muito o crescimento do Phil, para assim, junto com ele, você descobrir do que na verdade aquilo tudo se trata.
Além do Phil, os outros dois personagem que formam o trio principal são muito bons. Os três funcionam em tela, cada com sua particularidade, deixando assim o trio é bem estabelecido. Os coadjuvantes também são bem legais, bem aproveitados e acabam se tornando, por conta da proposta do filme, um recurso fundamental do roteiro.
O elenco traz uma galera muito boa, mas o destaque com certeza vai para o nosso protagonista que entregou as fases do seu personagem de maneira bem convivente. O Bill Murray (Os caça-Fantasmas) é o Phil, a Andie MacDowell (Quatro casamentos e um funeral) é Rita, o Chris Elliott (Todo mundo em panico), é o Larry, e o Stephen Tobolowsky (Amnésia) é o Ned Ryerson.
Bom jovens, esse longa é um clássico do cinema, é um dos filmes mais legais de 93 e vale muito a pena. Se tiver tempo, tiver chance, e curtir outros trabalhos desse tipo, dá uma chance a esse longa, pois Feitiço do Tempo que começou tudo isso.
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