Obras Japonesas nem sempre dão certo quando são adaptadas em um contexto ocidental por pessoas da nossa parte do mundo. Apesar disso, sempre aparece uma nova versão de um clássicos tentando novamente algo nas telonas. Em 2014 a Warner tentou trazer mais uma vez um desses icônicos personagens para o cinema, e mesmo sabendo da missão complicada, tentou repaginar a história de um monstro gigante para explorar mais do que o público já tinha visto. Jovens, se acomodem, fiquem e se preparem, pois hoje o grandão está entre nós, hoje é dia de Godzilla.
Mais conhecido no japão como "Gojira", esse personagem é simplesmente um dos mais importantes do entretimento japonês e mundial. Obras do Godzilla vem sendo feitas para o cinema desde da década 50, e de lá pra cá, dezenas de títulos chegaram as telonas. Esse novo filme de 2014 é um longa que pode ser considerado bem mais otimista do que outros que vieram antes, pois esse trabalho iniciou um universo compartilhado que será finalizado em um longa chamado "Godzilla Vs King Kong" que tem estreia prevista para o ano que vem.
O roteiro desse projeto conta a história de um rapaz chamado Ford Brody que é forçado a ir ao Japão após descobrir que seu pai foi detido por tentar invadir um local em quarentena atrás de provas sobre a existência de um segredo grandioso que escondiam no local. Após uma pesquisa mais aprofundada, Joe Brody e seu filho confirmam a presença de titãs em nosso mundo, e o único que poderia nos proteger de uma grandiosa fera que ameaçava a terra é o grandioso Godzilla.
Esse filme, apesar de ser bem dirigido, tem alguns problemas visuais e de roteiro que te deixa meio decepcionado na experiencia geral. Um deles é a grande demora que o longa tem para engatar. Tirando o inicio do filme, todo o primeiro ato é fraco, o segundo ato se arrasta bastante e só no final do terceiro ato é que realmente as coisas de interessante começam a rolar. Mesmo assim , a grande luta do filme é algo bem fraco. Esse desgaste do roteiro, na verdade não é nem um problema, pois foi intencional. A Warner sabia que precisaria ambientar bem o universo do Godzilla se quisesse fazer esse crossover acontecer, por isso fazer um filme totalmente focado na introdução do personagem era de suma importância. O roteiro poderia muito bem encurtar muita coisa e entregar tudo mais enxuto, porém fechar todo o arco básico da mitologia do Godzilla ali, era essencial.
Um dos meus problemas com Gozdilla é que muitas coisas são didáticas demais. Eles explicam o roteiro, conversam muito sobre coisas básicas, falam muito sobre o obvio, e entregam um longa fácil. Mesmo se você não prestar tanta atenção assim, fica fácil compreender tudo, pois os argumentos são jogados na sua cara da maneira mais simples possível.
Já uma coisa que eu gosto bastante nesse trabalho, é como eles usam a mitologia do Godzilla para fixar o personagem. Na verdade tudo voltado ao Godzilla (Tirando o CGI) é muito interessante, mas especificamente a história por traz dele eu acho que foi bem utilizada para ambientar o personagem no mundo real. Apesar do God aparentar ter menos tempo de tela e ser menor relevante que o antagonista da trama, o background dele para isso tudo é bem feito.
Por outro lado, me incomoda muito como eles mal utilizaram os humanos nesse contexto monstruoso. O Godzilla e seus rivais, são feras colossais que destruiriam e matariam facilmente qualquer misero humano. E a relação das pessoas com os titãs deveria ser de pleno massacre físico e psicológico. É perceptível que eles tentaram fazer um roteiro bem arranjado nesse sentido, mas ficou meio esquisito e no final os humanos, como previsto, saíram a zero.
Agora falando da direção, ela é outra parada que me chama muita atenção positivamente. Esse longa foi comandado pelo Gareth Edwards, e ele é um profissional que sabe criar muito bem um terreno e sabe mexer bem com o cenário. O Gareth também manja de filmar no escuro, coisa que aconteceu muito nesse filme, também consegue ajustar um visual muito lindo e além disso tem um costume de treme a câmera, que nesse trabalho fica incrível. O diretor também capta muito bem as emoções dos personagens, e nesse caso em especifico entrega bem a relação de profundidade e grandeza que o Godzilla precisa. No resumo: Sabe muito bem fazer filmes de monstros.
O CGI desse trabalho é bem complicado boa parte do tempo. O Godzilla apesar de ser visualmente bem interessante, não convence que é real. Era realmente uma missão difícil você fazer esse monstro funcionar em tela, e eles tentaram de tudo, inclusive se beneficiar do escuro... Mas no final as coisas não saíram exatamente como a gente queria.
Godzilla conta com um elenco bem interessante, trazendo ai um pessoal que é bem popular atualmente. O Aaron Johnson (Vingadores: Era de Ultron) é o Ford Brody, a Elizabeth Olsen (Vingadores: Ultimato) é a Elle Brody, o Bryan Cranston (Breaking Bad) é o Joe Brody, o Ken Watanabe (Batman Begins) é o Ishiro Serizawa, e a Sally Hawkins (A forma da água) é a Dra. Wates.
Bom clã, hoje nós falamos sobre o inicio desse universo compartilhado da Warner no cinema, e amanhã voltaremos, ainda nesse universo, para também de um personagem gigante... O foco dessa vez será o adversário do Godzilla. King Kong será nossa segunda análise desse universo de monstros.
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