Na análise de ontem nós comentamos sobre um dos filmes mais icônicos de um dos diretores mais clássicos da história do cinema. Esse trabalho grandioso feito por Quentin Tarantino foi dividido em duas partes, na qual a primeira já foi comentada aqui. Hoje estamos de volta para falar sobre a segunda metade dessa história, e por isso jovens se preparem que hoje é dia de Kill Bill Vol. 2.
Bom crianças, obviamente antes de começar a análise eu recomendo que você olhem o texto que a gente escreveu ontem, pois a análise de Kill Bill Vol. 1 é basicamente toda a base que nós vamos usar para o texto de hoje. Muita coisa eu citarei por cima, pois faz jus a um atributo que foi citado na análise de ontem. Por isso jovens, recomendo muito que vocês vejam nossa última resenha.
O enredo basicamente nós mostra a continuação da história exatamente do mesmo ponto em que o Vol.1 foi finalizado. Após os eventos daquele longa, a Noiva continua sua caminhada em busca de vingança com o objetivo principal de matar o homem que lhe fez tanto mal, o bendito Bill.
Esse segundo filme obviamente segue a formula que a gente conheceu no volume 1. Como na teoria é o mesmo trabalho, muitas coisas seguem ao pé da letra. Porém, creio que a maior diferença de um longa para o outro é justamente a função do roteiro em cada história. Enquanto no Vol. 1 nós tínhamos a protagonista na maior parte do tempo executando sua jornada, aqui a maior da história é justamente explicativa. Essa segunda parte serve muito para amarrar tudo e explicar toda insanidade que foi apresentada no filme anterior. Existe claro uma evolução da história aqui também, mas esse trabalho funciona em sua boa parte como um "previously" antes de tudo que a gente assistiu.
Visualmente falando, nós ainda temos muito sangue, muita violência, muita luta escrachada e muita cena de combate semelhante ao que foi comentado na análise de ontem. Porém, aqui aparentemente os confrontos parecem ser menos visualmente exagerados. As lutas ainda são muito surreais, mas o sangue parece ter uma textura mais realista, as cores não são tão fortes, e ate a textura do filme parece ser mais pé no chão.
Kill Bill Vol. 2 tinha a missão de explicar tudo o que foi apresentado na primeira parte. Obviamente o Tarantino já tinha essas respostas, e como não podia ser diferente, ele caminhou por um terreno onde a resolução disso tudo também é no meio-fio do inacreditável. Como eu já falei ontem, qualquer coisa referente a combate nesse projeto é muito voltado para uma especie de parodia a filmes asiáticos, e por isso ate a explicação de arcos brinca com isso.
Os personagens das duas partes são bem caricatos, mas eu acho os dessa segunda bem mais do que os da primeira. Como sempre, cada um tem uma personalidade fundamenta de forma bem particular, e por isso os estilos de vida, de luta e de trama são bem diferentes, o que nesse caso gera uma dinâmica bem legal. Obviamente alguns personagens da primeira parte são resgatados para pelo menos em uma participação ou citação, mas a maior parte do elenco é nova.
Nesse trabalho também existe aquelas cenas de luta super bem dirigidas pelo Tarantino, só que na minha opinião isso não é o centro e tudo, já que no meu ver o coração desse Vol. 2 é os diálogos. Essa ferramente de roteiro foi utilizada com um pouco mais de frequência do que no vol, 1 e entregou interações fantásticas. Eu gosto muito da dinâmica da noiva com praticamente todo mundo que ela interage. Boa parte dos diálogos importantes ou são pra explicar alguma coisa de base da trama ou são pra fazer uma especie de jogo de inteligencia entre os conversantes.
Ontem a gente explicou que a direção do Tarantino é naturalmente incrível em tudo, incluindo Kill Bill vol. 1. E o fato é que aqui, ele mantem essa média. O cara seguiu mandando muito bem nas lutas, seguiu mandando muito bem nas cenas dramáticas, seguiu inovando com recursos visuais e no final entregou uma segunda parte digna do que a gente esperava.
Em Kill Bill os arcos dos personagens são umas das coisas que eu mais amo nesse projeto. Tirando o arco da Noiva que vem do primeiro filme, nesse trabalho quase todo mundo tem seu arco aprofundado exclusivamente aqui. E mais uma vez, eu gostei bastante de como os personagem são tratados e de como cada um segue sua jornada. Os arcos são tão bem coordenados, que rola ate espaço para licença poética em alguns deles. Todo mundo é bem tratado, todo mundo tem sua trama respeitada e isso foi fundamental tanto na primeira parte quanto na segunda.
Ontem eu comentei que uma das partes do coração de Kill Bill é a trilha sonora, lembram? Pois é, aqui também seguimos com essa particularidade que usa canções que vão de uma temática bem dramática ate icônicos arranjos orientais. Além de claro os efeitos e o edição de som que a gente já elogiou na parte 1.
O elenco traz de volta a protagonista do volume anterior e apresenta uma baita galera nova. A Uma Thurman (Pulp Fiction) é A Noiva, o David Carradine (Kung fu) é o Bill, a Daryl Hannah (Blade Runner) é a Ellen Driver, o Michael Madsen (Os oito odiados) é o Budd, o grande Gordon Liu (A 36ª Câmara de Shaloin) é o Pei Mei, e o Michael Parks (Um drink no inferno) é o Esteban Vihaio.
Bom jovens, Kill Bill é um clássico do cinema moderno e é um dos grandes trabalhos de Quentin Tarantino. Falando nele, esse astro do cinema faz a estreia amanhã do seu 9º trabalho nas telonas. E com certeza nessa quinta voltaremos aqui para falar dele e comentar tudo de mais interessante que esse nono filme do diretor traz. Então esperem jovens que amanhã voltaremos aqui para falar de Once Upon a Time in Hollywood.
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