À alguns dias atrás, nós aqui do Sessão Cinema fizemos várias análises comentando toda a franquia X-men ate a chegada de Fênix Negra. Praticamente todos os filmes envolvendo os mutantes foram analisados, sendo divididos em três textos diferentes: Um que falava da primeira trilogia, outro que falava dos filmes da nova geração e mais um que comentava os longas feitos exclusivamente para o nosso grande Wolverine. O fato é que nessa análise dos trabalhos envolvendo o Carcajú, nos deixamos um titulo especial de fora, pois querendo ou não, esse filme em questão se passa por foram do universo estabelecido dos X-men. E é sobre ele, desse trabalho especial que nós vamos comentar hoje. Por isso Jovens se preparem que hoje é dia de Logan.
Se vocês lerem a análise dos filmes dos X-men, vão perceber que o Wolverine, apesar de ser o principal protagonista da franquia, nunca teve um filme solo que realmente entregasse o que os fãs queriam ver do personagem. Com a decisão da saída do grande Hugh Jackman da franquia, a ultima chance de entregar um trabalho que agradasse os fãs em geral tinha chegado... E dessa vez, nada poderia dar errado. Por isso, e principalmente por conta do sucesso de Deadpool, que já tinha quebrado aquela linha tênue que definia o padrão de filmes de super-heróis, a FOX deu sinal verde e a produção de um filme do Wolverine mais velho, com muita violência, sangue e mostrando o lado mais bruto desse mutante, finalmente iria sair do papel.
O enredo conta que em um futuro próximo, os mutantes estão devastado, e para aproveitar esse momento frágil da raça, uma organização decide transformar as novas crianças mutantes que estão surgindo em monstro. Com isso, Logan, que já não tem mais o seu poder em total eficiência, acaba assumindo a responsabilidade de proteger uma garotinha em meio caos mutante. Mal sabia Logan que Laura é mais parecida com ele do que ele imagina.
A primeira coisa que a gente precisa falar desse trabalho é o fator direção. O cara que comanda esse longa é um rapaz chamado James Mangold. E ele é o mesmo diretor que dirigiu Wolverine: Imortal lá em 2013. Naquela ocasião, apesar do projeto não ter agradado tanto assim, dava para perceber que o James sabia entregar um trabalho bonito. No caso de Logan, ele manteve uma palheta de cores bem semelhante ao filme de 2013, porém o tom de tudo era bem mais denso. Ele conseguiu entregar um clima bem cru, necessário para o objetivo proposto.
Como vocês sabem, o James e o Hugh já tinham trabalhado juntos anteriormente no último longa do Wolverine, e por isso ambos já tinham um noção do caminho que precisavam trilhar. A história que eles escolheram focava em um arco de quadrinhos chamado "Velho Logan" que retratava justamente uma fase do Wolverine em que o mutante já é uma criatura bem mais vivida do que a gente normalmente conhece. Trazer esse arco para o cinema foi um dos principais acertos do trabalho já que assim o drama em cima do personagem, que faz constante com a situação real por fora das câmeras, teria um resultado bem mais efetivo. A aposta se concretizou e realmente tivemos uma história bem tocante que meche com o público.
A ambientação, a maquiagem, o figurino e toda a parte artística do trabalho é sem duvida um dos pontos mais interessantes do produto que foi entregue. O visual do Logan é completamente condizente com tudo que a gente esperava. Além disso, o Hugh Jackaman entregou esse papel com uma sinceridade e com um carinho tão grande, que você percebia a fundo o sentimento dele. Fazendo uma comparação com Wolverine: Imortal, onde o Hugh também se transformou no inicio do filme, é possível ver a diferença de sinceridade dos trabalhos e como tudo é bem mais natural.
O roteiro desse projeto a gente pode dividir em dois tópicos principais: A trama geral e a história visando o universo cinematográfico dos X-men. E Primeiramente é importante ambientar bem esse longa dentro de tudo que a FOX fez no cinema. Como eu já afirmei aqui, Logan se passa por fora de tudo que a gente foi apresentado nesses 19 anos (17 quando Logan foi lançado). E era necessário desenvencilhar esse trabalho dos outros, porque claramente a narrativa não seria condizente a tudo que foi feito ate aquele momento e também o tom dos trabalhos não se conversam. Mas o que deixa isso tudo bem mais amarradinho é o fato de que Logan não nega tudo que foi apresentado ate aquele momento, ele aceita que existe, mas trata tudo como uma ficção dentro daquele universo; e isso foi uma sacada genial da direção.
O outro aspecto envolvendo o roteiro é a trama principal que gira em torno do arco dos protagonistas. E essa história que eles apresentam é uma das coisas mais redondinhas que a gente poderia presenciar. O filme tem um objetivo, caminha dentro do seu quadrado e encerra o longa com uma maestria belíssima. Os três atos conversam bem entre si, nada é por acaso, o filme é bem climático, as dinâmicas funcionam bem, os diálogos são ótimos, tudo é muito feito com coração e principalmente muita qualidade.
A trilha sonora, como não podia ser diferente, também é sensacional. As musicas escolhidas são totalmente climáticas e conseguem montar aquele terreno necessário para tudo que foi proposto visualmente e dramaticamente. O destaque fica muito para a canção "Hurt" que foi utilizada em um dos trailers, e foi um dos principais agentes empolgantes para o grande público antes mesmo da estreia do filme.
O elenco traz uma galera excepcional. O Hugh Jackman (Wolverine: Origens) é o Logan, o Patrick Stewart (X-men) é o Professor Xavier, a Dafne Keen (The Refugees) é a Laura, o Boyd Holbrook (Narcos) é o Donald Pierce, e o Stephen Merchant (The Office) é o Caliban.
Bom jovens, Logan foi um fenômeno em seu lançamento e ficou marcado na história por ser o último trabalho do Hugh Jackman como Wolverine. Infelizmente o ator provavelmente não voltará para interpretar o personagem, mas mesmo assim nós sabemos que ele sempre ficará marcado na história por ter sido um grandioso Logan.
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