top of page
Foto do escritorIury D'avila

Análise Retrô: O grande truque (2006)



Magica sem duvida nenhuma é um dos entretenimentos mais apaixonantes que existe no nosso mundo. A quem retrate esse tipo de de arte como algo tão maravilhoso, que alguns dedicam sua vida a praticar tal ato durante toda sua vida. Viver sua mágica é um dos lemas dos grandes mágicos... E existe um filme que retratou isso muito bem. Com isso em mente jovens, saibam que hoje é dia de comentarmos um pouco sobre esse trabalho que é um dos mais amados pelo público amante de mágicas e também de cinema. Por isso clã, tirem seus coelhos da cartola e se preparem, pois hoje é dia de O Grande Truque.


Pois é jovens, mágica é algo que já fez parte da vida de todos nós, não é mesmo? E muitas vezes, não é simples fazer um longa focado nesse tipo de diversão, porque... Normalmente esse tipo de trabalho corresponde melhor com um grande plot twist, e nem sempre essa reviravolta funciona. No caso de O grande truque, acontece justamente o oposto. No último ato, rola um plot atrás do outro, e diferentemente de alguns outros filmes de mágica (que eu gosto bastante, mas tem alguns problemas com plots), nesse caso, tudo funciona bem amarradinho e nada é gratuito. O grande truque é um exímio longa que trabalha em cima dessa arte, e hoje nós vamos entender o porque.


O enredo desse longa nos ambienta no século 19, e nos apresenta dois mágicos amigos, que após um enorme desentendimento em palco, acabam se separando, se rivalizando e seguindo caminhos diferentes. E essa grande rivalidade se transforma em obsessão quando um dos dois mágicos, conhecido como Alfred Borden, cria um truque Impossível, que seu ex-amigo, Rupert Angier, não consegue decifrar. Angier então dedica todo seu esforço a descobrir o segredo de Borden, mesmo sabendo que o que o seu rival faz é algo impossível.


A primeira coisa que eu acho interessante a gente comentar sobre esse trabalho é a direção. O grande truque é comandando por um cara chamado Christopher Nolan, que é simplesmente um dos diretores mais eficientes dos últimos anos. O Nolan, nesse trabalho em especifico, entrega um resultado final que é algo muito incrível de se assistir. Acima de tudo, o Nolan entende muito bem seu filme, consegue visualmente te ambientar bem naquele universo, dramaticamente coloca um peso naquela narrativa, e trata seus personagens com uma qualidade notável. Fora que o Nolan, nesse longa, brinca muito com as luzes, e isso dá um tom muito lindo para o trabalho. Aproveitando que os mágicos usam naturalmente luzes no palco, ele usa as vezes a luz do show para criar certos momentos inesquecíveis filme. Fora o escuro com o claro que é algo sempre presente, e que também faz parte desse jogo de luzes. Eu acho que visualmente o longa funciona bem, e esse aspecto sai com um saldo muito positivo.


O Nolan e o Christian Bale (que é um dos protagonistas do filme) já tinham trabalhados juntos no primeiro filme da trilogia do Batman. Eles se conhecem bem e se entendem, por isso acho que o bom resultado do filme, veio muito dessa boa relação. O Hugh Jackman (O outro protagonista), também parecia estar bem confortável, e acho que esse trio poderoso entregou um trabalho bem cativante. No geral, o tom bem denso do filme só funciona daquela maneira bem particular, pois todo mundo ali consegue entregar bem e todos os personagens funcionam.


Falando em personagens, cada um dos principais desse longa tem um arco bem definido e muito bem conduzido. Mesmo o personagem do Michael Caine sendo usado em sua grande parte como um recurso narrativo, ate ele tem uma função e um arco estruturado no filme. Mas o legal de O grande truque é que... Além dos arcos funcionarem, eles são interessantes e com profundidade. Sacrifícios são feitos, e essa dor é transmitida bem em tela e sofrida pelo público. Fora todo esse lado dramático, ainda existe a evolução dos personagens, que dentro de 1 hora e 50 minutos fica bem consistente.


Ainda falando dos personagens, tem outro quesito que funciona de maneira bem agradável nesse longa voltada para esse pilar: A caracterização. A ambientação da época, no meu ver, já é bem aceitável, mas se tratando dos personagens, a maquiagem, cabelo, figurino e etc, além de serem aspectos fundamentais no filme em geral, também funcionam com o um atributo diferencial para esse longa. Gosto bastante do visual dos personagens, e da particularidade que cada um transmite em seu momento mais significativo.


Focando agora no roteiro, conforme o filme vai andando e os personagens vão evoluindo, cada vez mais vai ficando mais claro que as motivações de todos ali são bem aceitáveis. Eu gosto bastante dos argumentos usados, pois todos são concretos e nada é puxado do vazio. Esse filme é bem fechado, principalmente graças as boas motivações que tem embasamentos e que sempre se amarram.


E essa grande qualidade das motivações, aparece justamente por conta de um roteiro rico. Esse trabalho trouxe uma trama com um potencial enorme, e mesmo que alguns feitos sejam duvidosos, isso no final, é um filme de mágica, e nesse contexto... Acho bem aceitável o que foi imposto. Em todo caso, a trama apresentada é um deleite, com personagens bem estruturados, com argumentos bem embasados, e com reviravoltas muito interessantes.


Eu citei agora a pouco que existe existem alguns feitos no filme que são duvidosos, mas aceitáveis... E acho que isso pode ser explicando melhor. Acontece que por conta da realidade apresentada dentro dessa trama, algumas coisas podem ser surreais no mundo de um filme que é "pé no chão". Mas se você prestar atenção... Esse surreal é o pé no chão desse filme. O fato é que esse longa usa personalidades reais durante sua narrativa, e obviamente usa eles dentro de um curso diferente da história. Quando isso acontece, essa personalidade, dentro da trama, está dentro da liberdade artística do roteirista, e por isso... Dependendo dos conhecimentos dele naquele universo, o que poderia ser improvável... Se torna algo aceitável.


Alem disso, a realidade é mais presente ainda, já que esse longa é cheio de referências a mágicos, truques, clichês, e tudo envolvendo o mundo da magia (Claro, ambientado naquela época).


Outra coisa muito boa do roteiro, na minha opinião, é como o longa vai construindo a trama, te dando elementos do que vai acontecer no plot final. O filme, durante todo o seu tempo, tem um trabalho cuidadoso em desenvolver seus personagens e sua história para o grande plot. Durante todos os atos, tem cenas chaves, que com as informações que você vai recebendo, criam uma linha tênue, que entrega a grande revira-volta. Isso é um trunfo ótimo do longa, que amplifica a experiencia.


Além dessa evolução, outra coisa que acontece é o fato de que a todo momento, o longa também te força a crer no inacreditável. O impossível é algo repensado nesse trabalho, mas não é entregue de bandeja. Aos poucos, elementos vão entrando, e aos poucos o trabalho vai te convencendo de que aquilo tudo, dentro daquele universo é possível.


O elenco desse longa conta com uma galera fenomenal. O Christian Bale (Trilogia do Batman) é o Alfred Borden, o Hugh Jackman (Logan) é o Robert Angier, o Michael Caine (Batman - O inicio) é o Cutter, a Scarlett Johansson (Vingadores: Ultimato) é a Olivia, a Rebecca Hall (Homem de ferro 3) é a Sarah Borden,  a Piper Perabo (Agente dupla) é a Julia McCullough e o grande David Bowie é o Nikola Tesla.


Bom jovens, sem duvida nenhuma esse longa te entrega uma experiencia maravilhosa. Vale dar uma chance a esse trabalho, vale dar uma oportunidade e por isso, recomendo demais. Comprem o mais rápido possível o filme, pois só assim vocês vão descobrir como funciona O grande truque.

0 comentário

Comments


bottom of page