A primeira e a segunda guerra mundial foram dois dos maiores eventos históricos da humanidade. Consequentemente várias produções usam como base esse fatos diretamente ou indiretamente para criar produções baseadas em histórias reais que aconteceram nesses períodos. E o longa de hoje bebe exatamente dessa fonte. O homem que viu o infinito acompanha a história de um matemático indiano que exatamente quando os americanos entraram na primeira guerra, ele desvendou um dos maiores mistérios da matemática na época e entrou para a história sendo uma das maiores mentes de sua época. Hoje vamos analisar cada detalhe da produção que cobriu a vida de Srinivasa Ramanujan.
Bom jovens, antes de tudo é legal vocês entenderem um pouco do contexto histórico daquela época. Lá no inicio do Seculo XX, o orgulho americano era bem massivo com estrangeiros. Os donos da razão eram eles e poucos aceitaram a ideia de que um indiano por exemplo pudesse ter um conhecimento maior do que os representantes do conselho matemático americano. O feito de Ramanujan fez não foi só importante para a matemática, já que socialmente foi legal ver um estrangeiro ganhar o respeito, como foi conquistado por ele. E isso é um ponto que o filme faz questão de destacar, em meio a guerra, principalmente os jovens que vão lutar pelo seu país, tratam o jovem indiano com um certo preconceito. E é nessa construção sócio cultural que o filme acerta muito bem. Historicamente falando, visando a trama principal, o filme funciona muito bem como uma construção de personagens preservando claro a história real.
O enredo apresenta a vida na índia do jovem Srinivasa Ramanujan, que após ser descoberto por um grande matemático americano, ele deixa para traz alguns dos seus maiores conceitos culturais e vai para os EUA com a promessa de publicar suas descobertas para o mundo. Chegando lá ele descobre que a vida na América não seria tão simples e Ramanujan precisaria ser forte para passar por todos os desafios que a vida lhe impôs.
O homem que viu o infinito tem um trabalho de direção comandado por um rapaz chamado Matthew Brown. Apesar de já ter sido indicado para o Oscar, Ele não é um grande nome do cinema, na verdade ele não é um cara tão experiente nesse tipo de filme e visualmente você consegue perceber pequenos pontos que deixam a desejar no trabalho dele. Esteticamente falando, o longa é muito fraco. A ambientação quase não contem filtro tanto para remeter o sentido histórico, quanto para destacar o setor indiano. É tudo muito linear e sem muita criatividade. Muitos filmes de época visualmente falando são bem mais bonitos. Mas em compreensão o Matthew acerta muito no sentido metafórico do longa. O filme tem algumas camadas que elevam cada vez mais o público para uma perspectiva ideológica que tudo funciona através de números. E isso vai ficando claro a cada camada que o filme vai atingindo, sempre deixando tal tópico mais mais evidente.
Outro ponto que o Matthew acerta bem, são nas referencias matemáticas dentro do roteiro. Os diálogos, principalmente os mais relevantes, sempre são carregados de referencias numéricas, ou trazem informações relevantes que fazem a história caminhar com mais fluidez. Também tem muitos diálogos que trazem a tona o assunto principal do filme num tom mais cômico que destaca o breve alivio da tensão que o filme carrega principalmente no último ato. Os diálogos nesse trabalho é a marcha que conduz todo o acervo metafórico que a gente já citou.
O elenco principal desse projeto é algo surreal. Todo o destaque fica sem duvida alguma para o Dev Patel (Quem quer ser um milionário?) que é um ator sensacional. A gente já conhecia o histórico dele, mas o que ele faz nesse filme é algo inacreditável. Ele interpreta o Ramanujan que é o personagem que tem mais camadas... E ele atinge cada uma delas com muita perfeição, o Dev esta sensacional nesse papel. O Jeremy Irons (Batman Vs Superman) é outro ator maravilhoso, que nesse filme mandou muito bem fazendo o Prof. Hardy. O Toby Jones (Capitão América: O primeiro vingador) é mais um que esta muito bem, ele interpreta aqui o Littlewood, o Stephen Fry (The Liar) vive nesse filme o Sir Francis Spring, a Devika Bhise faz a Janaki e a Arundathi Nag (Drama) fez a Komalatammal.
O homem que viu o infinito tem um ritmo bem lento e caminha muito através dos diálogos. É um longa que vale a pena a experiencia principalmente pelos fatos históricos que eles trabalham em cima sem precisar citar, justamente pelo grande foco seu arco principal. Para amantes da matemática vai ser bem interessante, e também é uma boa pedida para quem gosta de um roteiro cheio de diálogos bem interessantes.
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