top of page
Foto do escritorIury D'avila

Análise: Saga Rambo (1982 - 20...)



Na história do cinema já tivemos muitos filmes clássicos, muitas histórias marcantes e principalmente personagens incríveis. Um dos poucos filmes que mistura esses três elementos foi lançado em 1982, iniciando assim uma das franquias mais sensacionais da história. Amanhã chegará aos cinemas nacionais a quinta e provável última parte dessa trama, e por isso estamos para destrinchar a franquia inteira. Então sabendo disso, se preparem jovens que hoje é dia análise da saga Rambo.


Bom clã, antes de começar uma análise, principalmente uma análise de saga, é fundamental que o leitor tenha alguma noção sobre a franquia, caso não tenha conhecimento sobre a própria, concordam? A gente já tinha feito um breve resumo da saga Rambo na análise do trailer do mais novo filme, Porém aqui vai ser diferente. Enquanto lá nós citamos a origem do personagem fora dos filmes (Nos livros que originaram a obra), aqui falaremos da trama básica do personagem entre os filmes. O fato é que John Rambo é um veterano de guerra, que lutou no Vietnã e ficou mantido como refém pelos soldados locais durante MUITO tempo. Após ser liberado, Rambo tentou voltar para a civilização, mas acabou caindo no meio da tensão que vivia os EUA pós-guerra e não se adaptou a esse momento americano. A partir de um conflito de indiferenças com um oficial local, Rambo acaba desencadeando vários eventos em sua vida, sempre trazendo a tona de volta seus pecados no Vietnã.


Bom jovens, Rambo, ao lado de Rocky Balboa é um dos maiores projetos de Stallone, e de coração? A franquia ficou sendo mais dele do que qualquer outra coisa. Sabendo disso, podemos comentar do fato que tudo que o Stallone coloca a mão em questão de produção, sai com um assinatura muito icônica que é gostosa de se assistir. Por essa mistura, Rambo se tornou um dos personagens cinematográficos mais incríveis da história e ate hoje tem um clube de fãs enorme. Apesar desse sucesso, Rambo também recebeu muitas criticas pela visão americana que eles dão a tudo que envolveu o Vietnã, porém, no geral a saga é muito bem aceita.


Em 1982 chegou aos cinemas mundiais "Rambo: First Blood" ou como ficou conhecido no Brasil "Rambo: Programado para matar". Esse longa abriu a franquia, apresentando para o público esse personagem que seria um dos famosos nos anos 80. Nesse primeiro trabalho se destaca algumas coisas em especial, principalmente a boa direção do trabalho. O longa que foi dirigido por um cara chamado Ted Kotcheff é muito bem filmado e com certeza na época, agradava demais. A direção é tão eficiente, que é fácil ate as novas gerações se apegarem a esse trabalho, já que apesar de estar historicamente datado, visualmente ele ainda é legal de assistir apesar de suas limitações.


Esse filme também foi muito marcante pois apresentava de maneira bem eficiente a visão de um soldado que serviu no Vietnã e está tentando regressar a sociedade. Os EUA naquela época pós-guerra era um caos social absurdo, por isso, por mais que a interpretação geral seja de que os Americanos são os bonzinhos nesse filme, na verdade o que ele mostra é que os soldados estavam sendo culpados por uma guerra que não era culpa deles. E com esse peso do personagem caindo sobre o Stallone, ele, apesar de suas limitações de atuação, sabe ser carismático, e o que aconteceu com Rocky Balboa, se repetiu aqui, onde ele entregou uma performance que é mais simpatia do que atuação.


Além disso o longa é CHEIO de diálogos fortes, principalmente no primeiro ato. Durante o filme inteiro temos dinâmicas bem interessantes, e o roteiro no meu ver é um deleite. Apesar de ter muita coisa tirada do livro, incluindo inspirações e alguns diálogos, vale creditar o Stallone que fez algumas alterações pequenas na história, mas eficiente para entregar o que a gente conhece hoje em dia.


No geral o primeiro Rambo brilhou por uma critica firme a guerra do Vietnã, mostrando um posto de vista que pouca gente via na época. Esse trabalho é tão forte, que a última cena dele é uma das coisas mais incríveis que eu já vi no cinema. Serve como um pequeno plot também,  mas é um desabafo que vem da alma e você sente e entende tudo que o Rambo fez durante sua trajetória.


No ano de 1985 chegou aos cinemas Rambo 2, sendo uma continuação tempos depois dos eventos do primeiro filme. Assim como o trabalho anterior, esse longa também foi bem dirigido, alias... Eu acho que o George P. Cosmatos fez um trabalho mais notável nessa sequencia do que o Ted Kotcheff no filme passado. Esse longa ele também é bem melhor produzido e teve um orçamento bem maior.


Esse filme ainda se apega muito na guerra do Vietnã, e na verdade nos apresenta uma profundidade bem maior da frustração da América em cima daquela guerra. No primeiro filme isso ficava implícito, mas aqui tudo era mandado na veia. Nesse projeto também temos um pouco da experiencia do que seria o governo americano naquela época, os conflitos e toda a burocracia interna que eles carregavam por conta da tensão de tudo que estava acontecendo lá no Vietnã. Assim como o primeiro filme, esse trabalho também sofreu algumas criticas, principalmente porque era apresentado CLARAMENTE que os Vietnamitas eram os vilões dessa guerra.


Apesar de ter uma base semelhante, esse trabalho também tem algumas particularidades dele mesmo. A primeira é que muita coisa que a gente viu na visão dos policiais no primeiro filme, agora a gente viu na visão do Rambo contra os Vietnamitas. No primeiro filme por exemplo, a visão da selva era dos policiais, agora aqui a gente entende um pouco como ele se escondia e se organizava no meio da selva. Nesse trabalho também a gente conseguiu ter uma empatia maior pelo Rambo, já que a gente também entende as motivações dele, e dessa vez o sofrimento é mais bruto e você sente a dor física e emocional dele.


Em questão de roteiro, esse trabalho pode ser bem questionável, já que o primeiro ato do filme é bem monótomo, também podemos questionar algumas coisas de montagem, já que por exemplo cenas do Rambo atirando flechas são ridículas, e podemos questionar também os antagonistas já que os soldados Vietnamitas são burros ao extremo. No geral o filme só ganha força mesmo lá pelo terceiro ato, que é quando o Rambo clássico aparece e muita coisa do primeiro filme vem a tona.


Em 1988 chegou aos cinemas nacionais o terceiro do que por muito tempo foi a trilogia de Rambo. Esse último trabalho era o mais particular entre todos, pois ele trazia muitas inovações para franquia. Era uma cartilha de roteiro totalmente nova que focava mais na guerra fria. Indo muito na onda de Rocky 4 que já mexia com esse papo de União Soviética, Rambo 3 tem uma formula bem parecida, criticando muito os soviéticos, como era de praxe lá nos anos 80.


A primeira coisa que a gente pode falar de Rambo 3, é que o nível de descrença desse filme precisa ser um pouco maior do que os outros. Nos dois primeiros existia um claro nível de descrença, mas aqui o negocio sai dos trilhos. O Rambo faz coisas mais inacreditáveis ainda, que tiram ele do patamar bizarro de soldado/humano que ele já tava, e coloca ele perto dele ter poderes surreais.


Além do Rambo estar full power, o Stallone está GIGANTE nesse filme. O cara malhou muito, muito mesmo para fazer esse personagem, e em 85 ele estava em um auge inacreditável. Stallone estava muito monstro nesse trabalho, e isso criou uma imagem mais foda ainda pra ele nesse terceiro filme.


Mas o destaque desse terceiro longa fica muito para o roteiro, já que é nele que a gente tem essa premissa de guerra fria, e também é o primeiro roteiro que dá uma relevância de ação para o general. O longa é eletrizante o filme inteiro, e o roteiro tem diálogos FODAS. Apesar de ser o mais genérico de todos, ainda sim Rambo 3 funciona e é um filme narrativamente falando, bem interessante.


Em 2008, 20 anos depois do último trabalho, chega aos cinemas do mundo inteiro Rambo 4. E esse quarto trabalho entra numa galeria de longas do Stallone que foi feito muito em respeito da história dos personagens dele no cinema. Ele já tinha feito isso em Rocky 6, e com Rambo foi a mesma coisa. O quarto filme só existe por puro desejo do Stallone de voltar a atuar no personagem. E Isso não é ruim, na verdade é ótimo. Como ele ainda segue entregando, deixa o cara fazer quantos filmes for, que a gente assiste todos.


E esse filme no geral é bem simples, tem um arco redondinho, é um filme bem fechadinho, traz homenagens aos outros trabalhos, traz toda a essência do Rambo de volta e ajuda o personagem a caminhar dramaticamente. O legal desse quarto filme é que a história evolui, e conclui o arco principal dessa franquia.


Toda a saga Rambo sempre teve uma violência pesada, mas como não tinha recursos naquela época, era difícil deixar o filme visualmente sanguinário. No caso desse Rambo mais recente, o gore é presente no trabalho inteiro. Mas não são cenas nojentas, na verdade vem muito da brutalidade e do sangue jorrando em tela.


E essa brutalidade mais exposta com sangue e gore, poderia funcionar muito bem, mas... Os efeitos especiais são podres. Nossa cara, é MUITO mal renderizado a maioria dos efeitos violentos, e isso te tira muito do filme. Era 2008 cara, tinha tecnologia o suficiente para fazer um negocio decente, mas o resultado foi horrível.


E apesar da direção do Stallone não ser ruim, tem umas coisas bem piegas nela. Em algumas cenas o sangue jorra na tela e fica estranho, tem algumas cenas de ação bem esquisita, algumas escolhas de direção bem duvidosas, enfim... Não foi péssimo, mas também teve muitas falhas.


E fechando, obviamente temos que falar do nível de descrença que mais uma vez é surreal. Acho que esse trabalha surfa um pouco nas irrealidades dos três filmes, já que fica claro que esse longa homenageia muito tudo que foi feito lá da década 80.


O elenco recorrente dessa franquia é muito curto. Praticamente só dois personagens participam dos filmes, e no último por força histórica, só existe o Rambo. Por isso, o curto elenco recorrente de Rambo é formado por: Sylvester Stallone (Rocky) que faz o rambo e pelo Richard Crenna (Temporada de verão) que faz o coronel Trautman.


Bom jovens, Rambo: Até o fim estreia amanhã nos cinemas brasileiros, e nós com certeza voltaremos aqui para falar dele, mas... Não será no dia da estreia. Vocês devem saber que nós sempre fazemos análise no dia da estreia, certo? Porém, nessa quinta temos uma surpresa, e por isso só na sexta voltaremos aqui com Rambo: Até o fim.

0 comentário

Comentários


bottom of page