Nas duas últimas décadas o cinema ganhou alguns títulos tão grandiosos que sobressaíram de seus trabalhos únicos e acabaram se tornando franquias de sucesso. Uma dessas franquias em especifico tem uma base fãs tão grande que ate hoje longas carregando seu titulo são esperados por muita gente. Nessa quinta-feira chegou aos cinemas a nova produção dessa franquia, sendo na verdade um Spin-off focado em dois dos personagens mais carismáticos dos últimos tempos. Hoje nos viemos aqui para falar desse trabalho e analisar a fundo esse o projeto. Por isso jovens, engatem a primeira e se preparem que hoje é dia de Velozes e Furiosos: Hobbs e Shaw.
Bom clã, antes mais nada, muita gente deve estar se perguntando "Esse é o Velozes e Furiosos 9?". Não, não, esse não é o nono filme da franquia. Essa sequencia provavelmente estreará ano que vem ou no começo de 2021. Mas então qual é a desse filme? Esse trabalho acabou saindo do papel justamente pela simpatia e pelo carinho que o público tem pelos dois protagonistas desse trabalho. Em versão resumida de toda a história, rola boatos por ai de que Dwayne Johnson e Vin Diesel estavam se estranhado no set de Velozes e Furiosos e isso acarretou em um desentendimento que veio a público através de uma troca de farpas pelo instagram. Com isso então, Vin Diesel seguiu seu caminho e foi fazer seu Velozes 9 sem Dwayne, e o nosso querido The Rock conseguiu ter liberdade para produzir essa Spin-Off com seu personagem. Lembrando que isso tudo é bem vago, já que tem muito peixe escondido nessa história.
O enredo desse filme nos conta que um vírus que é capaz de destruir a humanidade, acaba sendo roubado pela irmã do Deckard Shaw, Hattie Shaw. E agora que ela está sendo perseguida por uma organização que deseja acabar com o humanidade que a gente conhece e também por um homem com certos poderes chamado de Brixton, ela vai precisar fazer de tudo para sobreviver, inclusive trabalhar Com Hobbs e Shaw, dupla que foi escolhida a dedo para essa missão.
Bom clã, como vocês devem ter percebido pelo enredo, esse trabalho é muito ligado com o fator família. Além de termos a irmã do Shaw no filme, a mãe dele também aparece e o Owen, o outro irmão dele, é citado. Fora que temos um background inteiro focado na família do Hobbs. O fato é que o fator família é muito o motivador de toda essa trama, e muitos dos argumentos usados no filme, vem com esse peso dos parentes. Apesar disso trazer a humanidades dos personagens em um filme onde tudo é muito surreal, existe no roteiro um certo desespero em explorar esses membros da família que nunca tinha sido citados. Existe algumas soluções bem interessante e algumas referências bem legais que foram introduzidas em outros filmes, mas no geral a utilização dessa galera pode ser questionável. Em todo, por serem bons personagens novos e por terem sido bem aproveitados, a gente cria uma certa aceitação por eles estarem ali.
Já que a gente começou por uma ramificação do roteiro, vamos seguir por essa linha logica na nossa análise. Existe um grande problema no filme por conta da história que é toda enrolada para assim ter situações que precisam ser criadas para acontecer ação. A trama não é linear, ela não é lisa e nem funciona de maneira redondinha. Parece que a história caminha sempre para forçar algum evento, e só depois volte aos trilhos para o fim. E isso afeta ate as motivações, que acabam se tornando bem rasas. A mais considerável é com certeza é do Shaw, já que sua irmã é um alvo.
Se narrativamente o filme é bem desajustado, comicamente ele funciona muito bem. Existem três pilares que sustentam todo lado o humorístico do filme: A dinâmica do Hobbs com o Shaw e as piadas e o humor natural de algumas cenas. O ponto é que esses três aspectos funcionam em um centro só, que é a relação dos dois protagonistas. Durante o primeiro e o segundo ato, independente da cena, se os dois estiverem juntos em tela, algum desses três elementos vai ocorrer. Ou aquela cena foi feita justamente para ser cômica, ou um vai fazer algo para trollar o outro, ou eles vão começar a discutir e trocar ofensas. E seja qual for, qualquer um desses três aspecto, durante o filme inteiro, e principalmente nos atos iniciais, funciona muito bem.
Ainda falando do lado cômico, existe também um fato recorrente em Velozes e Furiosos, que eles acabam aproveitando nesse filme. E esse fato é que a franquia parou de se levar a sério e nesse novo trabalho isso também é evidente, eles sabem que estão caminhando por um caminho mais fictício, e existe toda uma galeria de piadas voltadas para isso. Durante o filme inteiro eles brincam com o impossível e jogam na sua cara que eles sabem que aquilo é viajado, mas isso era pra ser assim, já que essa é a proposta do filme.
Ainda falando também da dinâmica do Hobbs e do Shaw, o fato é que eles funcionam muito bem juntos e isso foi aproveitado na sua maior essência. O Dwayne Johnson e Jason Statham se provaram uma dupla maravilhosa que fica bem em qualquer situação. Eles tem uma química inacreditável e comicamente entregam demais.
Fechando o roteiro, é bom a gente falar das referências. Por ser um trabalho muito da cultura POP, aparentemente o pessoal resolver jogar uns Easter Eggs bem interessantes. Além de citarem alguns super-heróis durante o filme, também existe várias referências a outros filmes e séries, com destaque para Game Of Thrones que é lembrada várias vezes.
Esse filme foi dirigido por um cara chamado David Leitch, e onde ele acertou nesse trabalho foi justamente onde ele costuma acertar, bem nos pontos fortes dele, ou seja: O visual. A fotografia, especificamente no terceiro ato, é uma coisa absurda de linda. Fora que o filme é bem bonitinho, e mesmo tendo alguns filtros exagerados, tem momentos que só ficam lindos por conta de como ele usa esse aspecto.
Falando da ação, dirigindo lutas o David conseguiu entregar um trabalho ate legal. Eu gostei bastante de como ele filma os embates, da violência, das batalhas, e de tudo. Sinceramente, eu curti muito essa parte da ação. Porém... Quando a gente vai falar desse aspecto voltado para as corridas, que são a marca de Velozes e Furiosos, ai a gente precisa dizer que ficou muito abaixo da média. Tem cenas de corrida que claramente são mal trabalhadas e algumas mal finalizadas. Com certeza o David não agradou em nada quando se fala da parte veloz do filme.
No geral, eu achei que a direção foi bem feita quando se tratava dos personagens, já que o Hobbs e o Shaw foram aproveitados de maneira bem interessante e tiveram uma dinâmica ótima, porém o desenvolvimento do filme em geral foi meio enrolado e como eu já falei, não é totalmente liso.
Sendo esse um Spin-Off de Velozes e Furiosos, a gente tem uma obrigação moral de comentar um pouco sobre como esse filme é, vendo a franquia por completo. O fato é que Hobbs e Shaw carrega alguns elementos dos filmes originais, porém não tem a essências dos mesmos. Durante o filme ate que tem várias cenas de corrida, vários momentos que lembram a franquia, várias cenas que são referências a os outros filmes, e especialmente uma trilha sonora que tem a cara de Velozes e Furiosos, porém, esse filme é muito particular e caminha por uma estada totalmente pessoal. Eu tenho quase certeza que é proposital seguir essa trilha, que o Dwayne e o Jason queriam que o trabalho fosse mais furioso do que veloz, porém, isso causa um certo estranhamento no público, já que você se sente deslocado por conta da expectativa que o titulo "Velozes e Furiosos" gera automaticamente em sua mente.
O elenco desse projeto conta com uma galera muito boa. O Dwayne Johnson (Rampage) é o Luke Hobbs, o Jason Statham (Carga explosiva) é o Deckard Shaw, o Idris Elba (Vingadores: Guerra Infinita) é o Brixton, a Vanessa Kirby (Como eu era antes de você) é a Hattie, a Helen Mirren (Excalibur) é a Magdalene Shaw e o Eddie Marsan (Sherlock Holmes) é o Andreiko.
Bom clã, Hobbs e Shaw tem cenas pós-crédito, e elas nos dão pistas de uma eventual continuação. Então provavelmente voltaremos aqui para falar desse Spin-Off, e fiquem atentos que logo, logo nós também voltaremos parar do nono filme da saga principal de Velozes e Furiosos.
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