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Foto do escritorIury D'avila

Análise: Shazam (2019)



Após toda a proposta do DC Universe que foi para o ralo (A gente explicou essa trajetória durante a semana no Especial DC), era hora da galera da galera responsável por esses personagens  dar um passo adiante na mitologia, trazendo para as telonas filmes que não necessariamente precisassem ser totalmente coligados. A proposta começou começou a rodar no Aquaman em Dezembro, e hoje Shazam chegou aos cinemas sendo o mais novo projeto dentro desse novo formato do universo da DC. Hoje vamos falar um pouco desse longa, e informar o que de mais interessante tem em Shazam.


Cara, o que a DC deixou subentendido após Liga da Justiça, era que a partir daquele momento os filmes não seguiriam a estrategia da Marvel, compartilhando conexões frequentes entre seus títulos. E tudo bem, mesmo sendo desmotivante essa noticia, a gente tem noção de que não deu certo, e o público entendeu que a vibe da DC seria outra. Porém o que foi apresentando um ano depois em Aquaman e agora em Shazam é um exemplo de universo compartilhado, porém com uma assinatura autoral. A DC fez melhor do que extinguir seu DC Universe, ela deixou qualquer formato baseado em modelos da Marvel de lado, e criou um modelo próprio de fazer interação entre seus personagens. A DC viu que não é necessário conectar temporalmente seus filmes, é só citar os personagens e apresentar itens que façam referencias especificas de qual universo ele esta ambientado. O primeiro acerto de Shazam foi esse, saber conduzir personagens do mesmo universo, sem precisar forçar um enredo que fizesse conexão com algum outro filme.


O roteiro conta a história de um garoto chamado Billy Batson que após se perder de sua mãe quando ainda era uma criança, acaba crescendo em orfanatos. Sua vida muda completamente quando ele encontra um mago que resolve lhe passar seus poderes antes de morrer, Billy então recita o nome do mago, assumindo assim sua identidade de Shazam.


A primeira coisa que a gente precisa falar é sobre o tom do filme. Esse longa consegue tirar o esteriótipo de qualquer semelhança com os outros trabalhos do DC Universe que são sombrios ou ate mitológicos. Shazam basicamente desconstrói os filmes de super-heróis, com embasamento nos longas da DC. É muito bom ver que assim que o filme começa, ele assume uma proposta, assume uma carga para cada personagens, assume um nível de importância para cada pessoa em tela, e segue numa linha reta ate o fim. Acho que o diretor mesmo não fazendo um trabalho excepcional, conseguiu acertar bem onde mais deveria que era no balanço entre o dramático e o cômico.


Uma coisa muito interessante que Shazam também traz em sua proposta, é a questão das mensagens motivacionais que ele deixa implicitamente plantadas no seu roteiro e na escolha de elenco. Além do fato do Billy morar em um orfanato, ele é uma criança, ou seja, a inclusão já assume responsabilidade em dois aspectos. Além disso, quase todo o elenco principal traz um esteriótipo social em cima de seus personagens. Temos a representação do nerd, do gordo, do deficiente, do gamer, do negro, do estrangeiro, do adolescente, entre vários outros. Shazam consegue agradar uma vasta quantidade de pessoas basicamente com detalhes simples do filme.


O roteiro é bem redondinho, tem uma história muito boa e um enredo bem criativo. Esse longa ele da uma nova visão ao contexto do heroísmo, ele literalmente da uma perspectiva jovem do que seria tem super-poderes. No primeiro ato temos uma apresentação muito boa dos personagens principais, o segundo ato é recheado de momentos bem especiais que são os fatores que desconstrói os filmes de super-heróis, e no terceiro ato temos o momento que o longa volta para o rumo clássico e finaliza a trama sem perder o ritmo nem o tom. E durante os três atos uma coisa que funciona muito bem é o humor. Em qualquer contexto que o longa se encontre, as piadas são muito bem encaixadas, e é um humor que combina com a situação e não força uma personalidade falsa dos personagem em tela. Literalmente todas as piadas funcionam e isso um ponto muito positivo do longa.


Mas ainda falando do roteiro, tem um quesito que ficou abaixo da média, e foi um problema que você só percebe se analisar bem. A questão é que no geral, todas as motivações do filme são bem básicas. Todo o terreno armado, toda reviravolta, tudo é muito pé no chão é sem muita ousadia. Você tem um plot que te pega no terceiro ato e serve com agente motivador do Billy, porém essa informação afeta mais um tipo de público do que outro. Por isso a experiencia para alguns deve ser mais impactante do que para a maioria. Só que o problema não é nem esse, o principal incomodo do roteiro fica na motivação do Dr. Silvana (Ou Sivana se você prefere o conteúdo original). O personagem tem um arco coeso, tem uma magoa que você acredita ser verdade, mas basicamente ele foi motivado por uma birra de criança???? No fundo foi isso, ele se tornou o vilão porque era uma criança mimada. A gente entende tudo que aconteceu, os fatos que ocorreram para ele chegar ate aquela situação, mas querendo ou não, o fato é que ele se magoou por uma bronca do pai e uma zueira do irmão, isso foi o motivo dele ter toda aquela angustia.


Para finalizar os pontos negativos, tem outro detalhe que incomoda, que é modo de filmarem as cenas de voo que eles usaram nesse filme. O ponto é que o David F. Sandberg, diretor do projeto, não tem costume de filmar esse tipo de trabalho. E as vezes em alguns momentos fica claro alguns deslizes. O problema maior é quando os personagens estão voando, a cena causa uma estranheza enorme na tela. Pode ter sido proposital? eu sinceramente não sei, mas o fato é que tem uns problemas ali na hora de filmar os personagens no ar.


Em todo caso, uma coisa em que esse filme agrada muito, é nos conceitos que ele apresenta. O David deslizou em certos pontos da direção, mas acertou na maioria. Uma delas a gente já citou que foi como ele tratou os outros personagens do DC Universe,  já outro aspecto bem criativo dele, é como ele apresenta naturalmente os poderes do Billy Batson, também é interessante o modo como ele adaptou a história para as telonas, como visualmente ele resolveu bem o filme, todas as partes que envolveram um trabalho de visão do diretor, teve um saldo bem positivo.


Além disso, outra coisa que se destaca nesse trabalho são todas as referências a outros filmes e séries. A maior de todas as referências é o próprio Freddy, melhor amigo do Billy que sempre esta usando uma camisa de algum de algum super-herói da DC, é fã do Batman e tem uma mochila do Superman. Além heróis, o filme faz referência a Game Of Thrones, Rocky Balboa, Harry Potter, Monstros S.A. e ate o Queen é referenciado na trilha sonora com um dos seus maiores sucessos.


O elenco conta um pessoal bem foda, com destaque para o elenco infantil que mandou muito bem. O Zachary Levi (Thor: Ragnarok) é um cara bem simpático em tela, é um bom ator, porém eu acho que ele não foi tão longe como Billy Batson como a gente achou que ele iria. Já o Asher Angel (Andy Mick), eu gostei bastante do moleque, mandou muito bem fazendo a versão mirim do Billy. O Mark Strong (Kingsman) é outro que esta bem, ele faz o Dr. Silvana, o Jack Dylan Grazer (It: A coisa) é outro destaque do filme, ele faz o Freddy, a Grace Fulton (Annabelle) é a Mary, o Ian Chen (Fresh off the boat) é o Eugene, e a Faithe Herman (This is us) é a Darla.


Shazam tem duas cenas pós-créditos, uma que sugere continuação e a outra como não podia faltar é uma referencia a um personagem do DC Universe. Mesmo esse filme não sendo totalmente coligado com outros, não se pode negar todo o contexto de que o longa faz parte e de onde ele veio. Quem sabe futuramente veremos Shazam com essa galera da liga, só que dessa vez em uma reunião realmente renda um filme para ser base para um universo coeso.

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