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Foto do escritorIury D'avila

Análise: Bohemian Rhapsody (2018)

Atualizado: 17 de ago. de 2019



Você já ouviu falar de um cara chamado Farrokh Bulsara? Provavelmente sim, mas não com esse nome. Artisticamente esse rapaz nascido na Tanzânia atende pelo nome Freddie Mercury, grande artista que ficou mundialmente conhecido por ser o vocalista e um dos integrantes do Queen, uma das maiores bandas de Rock de todos os tempos. No longa de hoje nós acompanhamos a história completa de Freddie dentro da banda e também vamos presenciar a criação de vários clássicos do grupo, incluindo o grandioso sucesso Bohemian Rhapsody.


Normalmente aqui no sessão cinema, nós começamos as análises fazendo um resumo geral do filme e depois vamos intercalando os aspectos positivos e negativos ate chegarmos no ponto mais alto da produção, que fica sendo seu destaque principal. Porém... Como fazer isso em um filme que praticamente tudo é lindo? Em um filme onde você percebe desde a primeira cena que aquelas vão ser horas de puro prazer, que vai ser um experiencia gratificante! É impossível escolher qual foi o maior acerto do filme, sendo que todos os acertos foram precisos. Por isso hoje vamos fazer diferente, hoje vamos destacar o porque esse filme merece todo sucesso possível e só no final vamos falar da única coisa que deixou a desejar e atrapalhou apenas um pouco na entrega do trabalho.


Por se tratar de um obra baseada na vida real, nada mais justo que começarmos falando do roteiro. Essa que com certeza foi uma parte muito complicada do trabalho por conta das camadas que precisava ser atingida, chegou em seu resultado final com uma prioridade incontestável. Além de focar no Freddie e montar um arco equilibrado entre a realidade crua e um roteiro coeso, os arcos dos outros integrantes da banda precisavam se manter pelo menos no mesmo nível durante todo o filme. Dar uma relevância para a banda era um papel complicado levando em consideração que a imagem de boa parte do grande público que vai ver o longa é apenas focada no Freddie. Explorar os temperamentos, as questões musicais, os gostos pessoais de cada pessoa ali foi um ingrediente muito importante para a identificação do público com o grupo todo,  e não apenas como o protagonista. A linha do tempo que acompanha a trama também é uma das cerejas no bolo. A história se inicia em 1970 quando Freddie era ainda Farrokh e não integrava a banda que naquela época ainda nem se chamava Queen, e vai ate a apresentação deles no Live Aid no Wembley Stadium em 1985. Mas o ponto crucial que fez tudo dar certo é movido principalmente pelo segundo ato. Durante os três atos existe pulos de anos que vão exclusivamente para datas importantes que são relacionados a lançamento de discos ou criação de musicas... Mas no ato dois isso é feito de maneira integral e sincronizada. É onde podemos considerar que o filme assumiu o espirito e deixou de ser uma produção cinematográfica para ser um enorme compilado de extras mostrando a vida do Queen atras do palcos. Foi maravilhoso como eles fizeram a história andar apenas mostrando clássicos como você nunca viu em suas primeiras versões. No meio disso a trama ainda pula de país em país (Incluindo um belo destaque para Rock in Rio no Brasil) e lentamente vão introduzindo elementos que formarão no final a musica do filme.


O trabalho depois de muita confusão nos bastidores, teve confirmação e foi dirigido pelo Bryan Singer, e eu posso dizer com muita convicção que eu realmente não esperava um acerto tão grande no tom do filme como foi apresentado. Muitas vezes o Bryan extrapolou em cores na tela jogando tudo no rosto do telespectador...Mas esse exagero foi justamente o que deu mais que uma cara retrô e especial ao filme. Ele deu aquele espirito explosivo do Mercury, ele mostrou exageradamente o que precisava ser exposto em um filme onde você fica com sede de mais. O longa tem duas horas e quinze, parece que tem três horas mas você quer que tenha dez. É simplesmente brilhante como o Singer conduz o filme e traz uma noção bem fiel e muito bem humorada, incluindo pontes que ligam cenas relevantes do inicio do filme, aproveitadas no final da produção para fechar arcos e algumas vezes dar sentido cômico. A cena mais marcante da produção, claramente é o Show do Live Aid que na vida real durou em média vinte minutos, e no longa se passou quase dez. Sim meus amigos...Tem uma cena gigante de uma performance AO VIVO do Queen onde é apresentado alguns dos seus maiores sucessos. É uma cena incrível que deixa o público totalmente imerso. Aliás, o filme deixa CLARO em todas as apresentações e composições, que quer envolver a plateia do filme como uma forma discreta de quebrar a quarta parede. Recomendo assistir o longa em uma sessão lotada, pois com certeza o público vai se contagiar e você vai entrar na onda de ter ido assistir um filme, mas no final ter a experiencia de um show de Rock.


A fotografia com toda certeza é o que chama mais atenção. O tom mais amarronzado e sujo remete muito aos anos 70 que é onde se passa o filme, e conforme os anos vão passando, esse filtro vai ficando mais claro e limpo ate chegarmos no show final. Muitos takes também são rodados no escuros, mas o reflexo muitas vezes com luz trocada pela câmera, faz o foco ser belíssimo.


O figurino, a maquiagem e a ambientação são pontos fortíssimos do longa. O visual do Mercury durante os quinze anos é extremamente fiel. Todos os personagens, literalmente TODOS estão irreconhecíveis no seu papel. É muito real a visão tanto dos protagonista quanto do elenco de apoio, você sente que são eles, você sente que aquilo é a vida real, aquilo aconteceu...E muito disso graças ao perfeito figurino que acompanha os personagens.


Mas além da galera atras da câmera, o sucesso também se deve ao pessoal que ficou na frente dela. O Elenco é perfeito, todo mundo fez um trabalho lindo, mas com certeza o destaque fica com o Rami Malek (Mr. Robot) que fez PERFEITAMENTE o nosso protagonista Freddie Mercury. O moleque é muito bom, muito bom mesmo. Ele é incrível, ele trouxe TODOS os trejeitos do Mercury, ele atuou DEMAIS, realmente sublime. O cast ainda contou com Ben Hardy (X-men apocalipse) fazendo o baterista Roger Taylor, Gwilym Lee (Jamestown) que faz o guitarrista Brian May e o Joseph Mazzello (Jurassic Park) que interpreta o baixista John Deacon. Ainda temos no apoio Lucy Boynton (Ballet Shoes) como Mary Austin e nomes como o de Aidan Gillen (Game Of Thrones), Allen Leech (O jogo da imitação) e Mike Myers (Austin Powers) também fazem presença


A trilha sonora descarta apresentações, basicamente são as musicas do Queen que normalmente aparecem nos arcos que cercam a montagem da canção em questão. Além de claro Bohemian Rhapsody, o filme ainda tem clássicos como We Will Rock YouDon't Stop Me NowKiller QueenRadio Ga GaLove of my lifeI'm In Love With My Car, e a musica que levou todo mundo ao delírio no fim do filme: We Are The Champions.


Como prometido, por último vamos falar rapidamente da única coisa que ficou a desejar. O CGI não é um atributo muito usado nesse longa, mas precisou ser utilizado na cena do concerto final para montar a multidão de pessoas. E para ser sincero, ficou bem mal acabado. Tava na cara que eram bonecos de CGI e isso foi um defeito grotesco que deixaram passar.


Mas enfim, Hoje eu vi com certeza um dos melhores filmes do ano e recomendo a todos. Vão e assistam Bohemian Raphsody no cinema.

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