Uma das trilogias mais populares dos últimos anos com certeza foi Maze Runner. Baseado em uma saga de livros de grande sucesso, a trama no cinema comandada pela FOX já chegou para o público sendo uma grande promessa de uma franquia que traria toda a paixão dos fãs dos livros para o cinema. Um ano após ser finalizada, hoje aqui nós vamos analisar como Maze Runner foi tratado no cinema e o que de mais interessante podemos tirar dessas três produções.
Bom jovens, para quem não sabe a franquia de livros Maze Runner na verdade é composta por cinco livros. Os três que formam a trilogia e outros dois que mostram o passado, antes de todos os fatos que conhecemos. Quando os filmes começaram a ser produzidos, o quarto livro estava em processo de lançamento, e o quinto livro só foi ser lançado em um período próximo ao lançamento do último filme, ou seja... Tudo em Maze Runner foi pensando exatamente em modelo de três filmes. Independente do sucesso do primeiro longa, independente da bilheteria, o planejamento era nada mais nada menos que mais duas continuações. E mesmo a trama já tendo um norte para qual seguir, esse tipo de proposta ainda sim é arriscado. Um exemplo disso é o próprio cronograma dos pois primeiros longas dessa trilogia que foram lançados um em 2014 e outro em 2015, ou seja, no minimo a pré-produção do segundo já tava sendo feita antes mesmo da avaliação do primeiro filme. E por isso Maze Runner teve seus problemas, principalmente em questão de roteiro. O desenvolvimento da trama e a adaptação de algumas partes da história para a versão cinematográfica deixaram a desejar e esse foi um ponto crucial que define a cara da trilogia em seu lado mais negativo.
O primeiro filme de 2014, Maze Runner: Correr ou morrer conta a história do jovem Thomas, que após acordar desorientado e perdido, descobre que foi mandado para uma comunidade onde a cada semana um garoto é enviado para conviver com outros em isolamento do mundo. A única saída teórica é um labirinto complexo que se altera toda noite e é cheia de criaturas mortais que matam quem passar a noite lá dentro. Agora Thomas, junto com seus amigos precisam descobrir como escapar daquele lugar sem serem mortos. Essa primeira parte da trilogia é com certeza a melhor de todas, e se não fosse o seu final "Extra" é o único dos três trabalhos que funcionaria muito bem como um filme solo. Ele é totalmente utópico no sentido da sua trama, enquanto os outros tem umas características mais distópicas. O primeiro Maze Runner, assim como foi o livro, traz uma historia totalmente original e bem criativa com conceitos bem aceitáveis. O roteiro funciona bem, a ação é muito boa e a direção do Wes Ball, que não é um diretor tão experiente, também surpreende, e com certeza o primeiro é o melhor filme de toda a trilogia.
A continuação veio logo no ano seguinte, Maze Runner: Prova de Fogo é aquele filme que se preocupa em fazer tantas coisas, que não faz nenhuma com total exito. Prova de fogo sentiu falta de um roteiro consistente, e utilizou muita ação forçada, sem necessidade para preencher lacunas com soluções de roteiro fáceis. O segundo filme é tão sem chão, que você percebe a dualidade que ele faz com o livro, seguindo um caminho próprio tanto de sua versão literária, quanto do filme anterior, já que ele não faz questão de manter quase nenhum padrão visual. Realmente, o segundo filme tem uma proposta diferente, já não tem mais aquele fator inovador do seu antecessor... Mas eles praticamente caminharam com as próprias pernas para fazer um filme mais voltado para ação do para o enredo. O inicio do filme ate que funciona, tem um roteiro legal, tem um pouco do primeiro Maze Runner ali, porém tudo nesse primeiro ato corre muito rápido e termina muito precocemente. A partir do segundo só temos correria e um monte de arcos ainda não amarrado que são deixados para o terceiro filme.
Em 2018 tivemos Maze Runner: A cura mortal. Agora que a mitologia já estava estabelecida, que foi o fato mais importante que prova de fogo acrescentou para trilogia, era hora de explorar tudo que eles tinham em mão e finalizar tudo com o pé direito. No terceiro filme parece que eles focaram em tentar corrigir os erros do segundo filme. O primeiro passo foi voltar aos caminhos dos livros e seguir o norte já definido. O segundo foi trabalhar mais o roteiro e deixar ele mais completo, mais carregado e entregar motivações interessantes para os personagens. Nesse último filme a fotografia esta bem mais elaborada, esteticamente tudo esta mais bem filmado, a história flui melhor, e principalmente a ação não é exagerada. Temos um primeiro ato ali que você engole um pouco as motivações iniciais, mas o roteiro te encarrega essas informações melhor conforme o filme vai andando. No final de tudo temos uma boa representação dos personagens, temos um fim de história bem interessante e um final de trilogia empolgante que entrega emocionalmente a grande de Maze Runner.
O diretor Wes Ball, mesmo sendo pouco experiente, ganhou força pelo primeiro filme. O primeiro Maze Runner é sensacional em questão de roteiro, de direção de personagens, e de direção geral. Perde visualmente para o terceiro filme, mas mesmo assim Correr ou Morrer entrega muito do potencial do Ball. Ele fez um bom trabalho também nas sequencias, a cena que abre A cura mortal é muito boa por exemplo e passa a segurança dele na ousadia de abrir um longa com uma cena daquela.
O elenco traz uma galera maravilhosa e todo mundo manda muito bem. O Dylan O'Brien (Teen Wolf) esta ótimo como Thomas, o Thomas Brodie-Sangster (Game Of Thrones) é o Newt, a Kaya Scodelario (Piratas do caribe) é a Teresa, o Ki Hong Lee (Wish Upon) é o Minho, o Will Poulter (Bandersnatch) é o Gally, o Dexter Darden (Canção do coração) é o caçarola, o Giancarlo Esposito (Breaking Bad) é o Jorge, a Rosa Salazar (Alita) é a Brenda, a Patricia Clarkson (House of Cards) é a Ava e o Aidan Gillen (Game Of Thrones) é o Janson.
Independente dos pontos baixos, ou ate dos acertos gigantes, Maze Runner atingiu seu objetivo e teve uma trilogia bem reconhecida. Foi uma adaptação de cambaleou em certos momentos, mas que no geral agradou o grande público e principalmente fez os fãs se emocionarem com momentos clássicos dos livros.
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