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Foto do escritorIury D'avila

Análise: O menino que descobriu o vento (2019)



A Netflix que esta lançando freneticamente conteúdos novos a cada semana, dia o outro lança alguma produção que se torna seu pilar principal durante uma parcela de tempo. O filme mais recente e principal do trabalho da Netflix é um titulo chamado "The Boy Who Harnessed the Wind" ou como em sua tradução literal para o Brasil "O menino que descobriu o vento". Hoje nos vamos fazer a análise desse filme e tentar entender o porque ele entrou no gosto popular.


Antes de mais nada, obviamente vamos contextualizar o longa: Essa trama foi baseada em uma história real, e conta fielmente a vida de William Kamkwamba. O filme vai na onda de um livro de mesmo, que também se basou na mesma história e foi escrito pelo próprio William. A trama se passa bem no inicio do Seculo Século XXI e é ambientada no Malawi, um dos países mais pobres da africa.


A sinopse é bem simples, basicamente Malawi, o país onde reside a família Kamkwamba, acaba sofrendo com uma enorme seca que acaba prejudicando as plantações e assim retirando a fonte de renda de muitas famílias. Após a escassez de alimentos, os moradores da região precisam tomar medidas drásticas para não morrerem de fome. E mesmo quando a esperança já era quase nula, o menino William seguiu apelando para os estudos e conhecimento, pois assim acredita ele que seu aprendizado poderia salvar todos ali.


A história apesar de ser redondinha, fechada no seu arco e bem objetiva, trata seu desenvolvimento de uma maneira crítica, tanto historicamente quanto pedagogicamente. O filme, a todo momento tecla na ferida sobre escola e aprendizagem, para deixar sempre a mensagem que estudo é a solução. Por mais que essa não seja a mensagem principal do filme, eles não deixam esse fato solto de lado, existe uma amarração que prende esse argumento com a trama principal. Também o longa é cheio de pontas envolvendo fatos políticos da vida real. Como a obra é uma versão adaptada, faz ate sentido as referencias ao mundo real, e isso é outra ferida, dessa vez politica, que o longa não deixa de tocar.


O roteiro toma muito cuidado pra não deixar as coisas saírem do lugar. E isso é um fato que fica claro justamente pela evolução do longa que acompanha o ritmo de um filme padrão e não ousa tanto. No terceiro ato, a gente recebe informações que se fosse entregue de maneira errada, poderia causar certo estranhamento do público. Tudo só funcionou, pois durante os dois primeiros atos, a gente tem ganchos e argumentos que explicam aquela liberdade criativa no fim do filme. O primeiro ato é uma introdução bem simples, ate rasa. Na verdade não tem muita coisa de interessante nos primeiros minutos de filme. A partir da segunda parte da história é que realmente as coisas vão ficando interessante, e você percebe a trama evoluir bem.


Um dos aspectos que caracteriza muito bem a direção desse filme, é como eles conseguiram passar o sentimento de desolação dos personagens. Obviamente esse tópico envolve também um trabalho de maquiagem e atuação, porém fica bem claro através do tom seco, da fotografia mais suja, dos cenários, e todos esses fatores que resultam em uma chuva de créditos para o Chiwetel Ejiofor, que fez simplesmente um trabalho ótimo criando um ambiente desconfortável.


A direção em geral desse trabalho eu achei bem legal, não foi nada de extraordinário, não teve um puta desempenho, porém o Chiwetel conseguiu entregar o esperado e montou seu filme de maneira bem interessante.


Obviamente o filme de uma hora e cinquenta minutos não teria tempo para contar o drama todo da vida de William, por isso muitos fatos são reduzidos ou são apenas citados durante algumas cenas. E isso é um ponto que fica bem visível, algumas coisas, por mais que façam sentido, entram na trama as vezes de modo suspeito, e então meio que você já percebe que aquele fato terá relevância no ato final. Ao mesmo tempo que isso é um problema para a narrativa, a escolha se transforma em uma solução para o roteiro.


Além de todos esses detalhes, vale dar um ponto também para a maquiagem do trabalho que esta muito bem feita. O ressecamento, o suor, oleosidade, todos os tons da pele dependendo da ocasião são bem construídos, além disso ainda temos a maravilhosa caracterização que eles fizeram na mãe do William. A maquiagem realmente faz sua função de maneira belíssima nesse longa.


O elenco traz uma parte do pessoal que manda muito bem, e outra parcela que fica na média do razoável. O diretor do filme Chiwetel Ejiofor (Doutor Estranho) também atua no filme e ele é o melhor do elenco, interpretando o Trywell Kamkwamba. O Maxwell Simba é o protagonista do longa, ele interpreta o William Kamkwamba, a Noma Dumezweni (O menino que queria ser rei) é a Edith Sikelo, e a Aïssa Maïga é a Agnes Kamkwamba.


O menino que descobriu o vento não é uma produção divertida de se assistir, porém é um trabalho muito interessante de se acompanhar. É um longa que te traz algumas mensagens muito boas que servem de inspiração em vários aspectos da vida. Vale a pena assistir, é uma boa obra e mais um bom trabalho do Chiwetel.

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