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Foto do escritorIury D'avila

Análise Retrô: O Quarto de Jack (2015)

Atualizado: 22 de ago. de 2019



Em 2015/2016 o mundo do cinema se reverenciou para um dos filmes mais tocantes dos últimos anos. A história emocionante de uma mãe com um garoto, adaptada de um livro incrível chegou ao mundo com o nome Room ou na tradução brasileira "O quarto de Jack". Hoje nos vamos entender um pouco mais sobre esse filme que premiou a Brie Larson com o Oscar de melhor atriz, e ainda foi indicado a mais três categorias na premiação de 2016.


Cara, um fator muito relevante para esse projeto foi principalmente o marketing e a divulgação que essa obra teve. O filme em si é maravilhoso e a gente tem muito do que falar dele, mas a fama do longa veio crescendo principalmente pelos trailers e pelo material critico do pessoal que tinha visto antes da estreia. O quarto de Jack aparentemente vinha para ser um dos maiores nomes de 2015, e podemos dizer que todo o Hype que colocaram em cima dele fez jus ao sucesso. O longa não é um trabalho superestimado e conseguiu entregar um projeto que te quebra totalmente no sentido afetivo.


O filme conta a história de uma moça chamada Joy que foi sequestrada e vive em cativeiro a sete anos. Nesse período ela acabou tendo um filho do sequestrador, esse que recebeu o nome de Jack. Durante cinco anos Joy criou seu filho dentro daquele pequeno quarto, precisando convencer ele que o mundo é apenas aquele cubículo e que tudo fora daquele quarto é apenas uma ilusão.


Antes de falar de qualquer outro aspecto do trabalho, temos que dar uma atenção especial para o roteiro. Em um filme, essa parte do trabalho é divida em alguns sub aspectos como diálogos, a trama, o modo de narrativa, entre outros, e nesse caso, falando de O quarto de Jack, tudo caminha lado a lado com uma perfeição surreal. Inicialmente o roteiro precisava te ajudar a entender o que esta acontecendo. Se você não tem nenhuma base, no inicio do longa ele não te entrega nada. Mas conforme a história vai andando, aos poucos ele vai te entregando fatos, que quando se unem formam a trama na sua cabeça sem você nem perceber. O quarto de Jack na verdade faz isso direto, ele nunca te entrega nada de bandeja, sempre vai jogando pequenas pontas para serem unidas em uma cena chave. Os diálogos é a ponte mais forte que liga empaticamente os personagens com o público de fora, principalmente o Jack com os telespectadores. O modo como a Joy conduz e ensina o Jack, também ajuda o público a aprender sobre o filme; Do mesmo jeito que o Jack passa a sua diversão para o público através das palavras que ele vai soltando conforme ele vai interagindo com ele mesmo. E essa relação é feita de maneira totalmente caseira e coerente, pois o Jack é uma criança de cinco anos, e crianças tem esse costume de falarem sozinhas, então a solução de roteiro para esse quesito é totalmente aceitável.


Os três atos são divididos como se fossem três tramas de três filmes diferentes, sendo três continuações. As pontes que interligam esses atos, são os agentes motivadores que vão sendo introduzidos no meio de cada um, e crescem quando o ato vai sendo finalizado para ligar com o próximo. A primeira etapa do filme leva o nome de apresentação, e ela é feita aqui nesse longa de maneira LITERAL. 80% da primeira parte do filme é sempre focado em uma explicação de cada detalhe de alguma informação ali presente. Todo ele se passa dentro do quarto, e obviamente ali é um ambiente limitado, por isso encher um ato inteiro dentro de um cenário com certeza foi um trabalho bem pesado que exigiu muito do lado criativo. O segundo ato tem um apelo mais dramático, é ai que os artifícios como fotografia, trilha sonora, a direção, o próprio roteiro se unem com uma facilidade enorme para mudar bruscamente o tom do filme para algo mais intenso. E no terceiro ato gente tem as consequências de tudo, já com uma terceira pegada, dessa vez de drama familiar.


A direção desse longa foi feita por um cara chamado Lenny Abrahamson. Eu não conheço a fundo o trabalho dele, mas creio eu que essa tenha sido sua melhor performance. O que ele faz é te tirar sempre daquela zona de conhecimento e te colocar na percepção de vida do Jack. Em todos os três atos a sua visão é sempre através do quanto o Jack conhece da situação. E o diretor faz isso de maneira maravilhosa. Por exemplo, existe uma cena em um hospital, onde é a primeira vez do Jack naquele ambiente. E você através da performance do Jack e da precisão do diretor, consegue se sentir novo naquele ambiente. O Lenny também destrói no primeiro ato quando ele precisa filmar apenas dentro do quarto. É difícil filmar em um cenário tão pequeno, mas ele usa todas as cartas que tem para ate passar uma visão de confinamento, sempre transmitindo aquele sentimento de esperança que a Joy precisa carregar.


O elenco desse trabalho conta com uma galera que é simplesmente maravilhosa. A Brie Larson (Capitã Marvel) esta simplesmente perfeita como Joy, ela fez um trabalho sensacional que marcou e emocionou demais quem assistiu o filme. O Jacob Tremblay (Extraordinário) é outro que esta maravilhoso nesse trabalho. Ele que já se provou de novo em outros projetos, nesse longa ele se vendeu para o mundo interpretando o Jack como um dos grandes atores dessa nova geração. Outro que esta no filme é o Sean Bridgers (Deadwood) ele faz o Velho Nick, temos a Joan Allen (O Ultimato Bourne) ela é quem faz a avó de Jack e o William H. Macy (Fargo) é o responsável pelo avô.


O quarto de Jack é  um pacote completo de muitos atributos, incluindo trilha sonora, a maquiagem, ambientação, e outros aspectos que estão muito bem feitos. Porém certos pontos roubam a atenção, e nesse caso foram três dos principais: Direção, roteiro e elenco. Esse é um filme que não é simples, mas é recompensador. Com certeza vale a pena assistir, principalmente para vocês verem o talento que tem por traz da Brie Larson, atriz essa que aparecer mais uma vez amanhã nos cinemas, dessa vez estrelando Capitã Marvel.

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