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Foto do escritorIury D'avila

Análise Retrô: Somos tão jovens (2013)



Bom jovens, independente do seu estilo musical, com certeza você já ouviu falar de um cara chamado Renato Russo, certo? Esse rapaz foi o fundador e vocalista de uma bandas mais iconicas do Brasil, e lançou muitas canções que se tornaram atemporais e clássicas ate hoje. Lá em 2013, com a co-produção da FOX, um filme sobre a vida de Renato e sua trajetória ate a legião foi lançado, e por isso hoje nós resolvemos trazer esse longa para comentarmos um pouco dele. Por isso, se preparem meus amigos, pois  hoje é dia de Somos tão jovens.


Bom clã, eu sei que muita gente aqui conhece um pouco da Legião Urbana, porém, obviamente existe uma galera que não conhece esse grupo tão importante na história da musica brasileira. E antes de começar a análise, vale a pena abrir aqui um espaço para recomendar que vocês ouçam algumas canções do grupo e se familiarizem com o trabalho deles. Também é legal que vocês escutem um pouco de capital inicial, já que ela, junto com a legão, foi a banda formada pelo resquício de outro grupo chamado "Abordo Elétrico". Clássicos do capital como "Veraneio Vascaína", "Fátima" e "Musica Urbana" são canções do Aborto, que inclusive são referenciadas no filme. Além de que os próprio clássicos da Legião como "Será", "Geração Cola-Cola", "Eduardo e Monica", "Eu sei" e entre outros também são apreciados durante esse trabalho.


O enredo nos apresenta uma trama que se passa nos anos 70, focado na vida de um jovem chamado Renato e do seu sonho de virar Musico. Após uma tentativa frustante de sucesso com uma banda chamada "Aborto Elétrico", o artista monta um novo grupo, e finalmente realiza seu grande sonho formando a Legião Urbana.


Bom jovens, a primeira coisa que a gente pode comentar sobre esse longa é o grande respeito pelo qual toda a produção tem por traz desse trabalho. É perceptível de longe que roteiro foi escrito com o coração, que a produção foi feita com muito carinho e que todo mundo que está envolvido nesse trabalho tem uma grande admiração por aquela história que está sendo contada. Apesar do filme não ser perfeito e ter alguns defeitos bem visíveis, a gente pode afirmar que tudo foi feito com muio respeito e que o Renato teve sua vida bem retratada nas telonas.


Eu falei que esse longa tem alguns defeitos, e isso realmente a gente não pode negar, porém... Existe um fato que ajuda a entender um pouco esse baixo nível de qualidade de produção em certos aspectos. O fato é que Somos tão jovens é um filme que demorou muito a sair do papel e teve várias complicações ate o seu inicio das gravações. O primeiro boato sobre um projeto voltado para a vida de Renato Russo saiu no inicio do milênio e seria na verdade um documentário. Mesmo após acertar as pontas, o projeto teve um orçamento de 6 Milhões, que é bem pouco, e por isso tudo parece ser caseiro. Em todo caso, o filme se saiu muito bem, e sua impressão negativa fica bem baixa após a apreciação desse projeto.


Principalmente por conta do orçamento, mas também por naturalidade, Somos tão jovens é um longa bem fechado, bem simples, bem isolado na caixinha dele, que não ousa tanto assim. É claramente um filme nichado, e que realmente precisava ser mais contido. Eu acho que nesse trabalho, esse aspecto é bem acertado e ele se respeita em suas limitações.


Falando do roteiro, é ai onde eu acho que existe o maior problema de todo o trabalho: O ritmo. O filme se mantem numa velocidade linear o tempo todo, porém essa velocidade é muito corrida. O trabalho precisa contar anos da história do Renato em pouco tempo, e acaba que muita coisa, se você não tiver um conhecimento prévio,  fica superficial. A trama aborda muitos anos da vida de Renato e dá um valor (merecido) a muitos arcos de outros músicos, consequentemente deixando o grande arco principal com uma montagem bem apressada.


Como eu já citei, outros personagens também recebem um foco interessante durante a trama, e isso é um ponto muito positivo do filme, pois você expande o foco do longa. Somos tão jovens entrega mais do que ele propõe para nós e isso é muito gratificante. Você consegue ver a história do Renato, você entende a história da chegada ate a Legião, você entende a história do Aborto Elétrico, você entende o destino dos integrantes do Aborto, você entende o universo do Rock nos anos 80, e você entende o inicio de muitas bandas daquela época. No geral clã, esse trabalho é bem interessante pois o Renato pode ate ser o protagonista, mas a afamilia dele, os irmãos Lemos, todos os amigos, O Bonfá, o Dado, o Herbert Vianna e ate o Dinho Ouro Preto são tratados com a importância merecida.


E essa junção dessa galera toda, só funcionou porque a essência dos artistas e o clima do Rock naquela época foram captados. Apesar de todo mundo, LITERALMENTE TODO MUNDO, ser bem caricato fazendo o seu papel, você sente que é aquilo que deveria ser feito. Obviamente é notável que aquilo não é o Renato, aquilo não é o Fé Lemos, aquilo não é Flavio, aquilo não é o Dinho, aquilo não é Herbert, aquilo não é o Bonfá, aquilo não é o Dado, enfim, mas... Acho que o elenco fisionomicamente falando, foi muito bem selecionado. Além disso, os leks são bons atores e eles entregaram bem a essência de cada personagem.


A direção desse trabalho foi feita por um cara muito experiente do Brasil, chamado Antonio Carlos da Fontoura. Esse diretor, além de ser um profissional incrível, viveu naquela época em que a legião nasceu e tinha muito conteúdo para trabalhar em cima. O cara mandou muito bem e eu  acho esse trabalho muito bem comandado.


Além da boa direção, eu também gostei de todo trabalho de sonorização, que envolve a direção de som, montagem de som, a trilha sonora e também as versões cantadas no longa (na qual não houve Playback).


Fechando nosso texto, vale falar como sempre das referências. Obviamente existe MUITAS referências musicais daquela época, referências a bandas, canções, shows e etc. Sem falar que o próprio titulo do filme é uma referência a música "Tempo Perdido". Também tivemos várias referências politicas, várias referências da mídia e principalmente vários diálogos que deixam ganchos para as criações das músicas da Legião. Fora as personalidades artísticas que começaram junto com Renato naquela época, e ate hoje alguns ainda são sucessos, como é o caso de Capital Inicial.


O elenco desse longa conta com uma galera bem especial, e que como eu disse, foram muito bem escaladas. O Thiago Mendonça (2 Filhos de Francisco) é o Renato Russo, a Laila Zaid (Tainá 3) é a Ana Cláudia, o Bruno Torres (Infinitas terras) é o Fê Lemos, o Daniel Passi (À deriva) é Flavio Lemos, o Conrado Godoy é o Marcelo Bonfá, o Nicolau Villa-Lobos é o Dado Villa-Lobos, o Ibsen Perucci é o Dinho Ouro Preto, o Edu Moraes é o Herbert Vianna  e a Bianca Comparato (3%) é a Carmem Teresa.


Bom jovens, o filme da Legião ficou muito legal, porém muito discreto. Não atingiu tanta gente assim, e poderia ter sido bem mais reconhecido. Em todo caso, é uma boa experiencia se você curte rock e por isso vale a pena dar uma chance para Somos Tão Jovens.

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