Um dos heróis mais querido pelo grande público dos quadrinhos, um dos personagens mais amado das animações, um dos maiores nomes que marcou a geração de 90-00 por conta de sua trilogia no cinema, o dono do coração de muita gente com certeza é o Homem-Aranha. Esse que é um super-herói da Marvel, teve que ter seus direitos cinematográficos vendidos para a Sony, com o objetivo de livrar a casa de ideias de uma eventual falência. Sem poder ver a Marvel usar o personagem no cinema, os fãs do UCM apenas sonhavam que Peter Parker pudesse se juntar ao grupo de heróis que já estava consagrado para a nova geração. E após um acordo feito entre Marvel e Sony que culminou na aparição do personagem em Guerra Civil, finalmente o amigão da vizinhança ganhou seu filme solo integrado no universo Marvel. Hoje nós vamos falar um pouco desse trabalho, e explicar como ele foi introduzido nessa gigantesca narrativa.
Antes de mais nada, é bem importante frisar o qual sensacional foi a aparição do Homem-Aranha junto dos outros heróis em Guerra Civil. Era literalmente um sonho, que se tornou realidade. Em qual universo você pensaria na probabilidade da Sony ceder direitos para a Marvel produzir um filme dentro do UCM? E pois é... Aconteceu. Porém a questão aqui é que esse acordo é temporário. Os direitos do Homem-Aranha voltam para a Sony após a aparição do personagem em cinco filmes, sendo eles: Capitão América: Guerra Civil, Homem-Aranha: De volta ao lar, Vingadores: Guerra Infinita, Vingadores: Ultimato e Homem-Aranha: Longe de casa. Por isso toda a trama do Peter Parker dentro do UCM, foi feita através de adaptações que não prender ele ao universo. De todos, o Peter Parker é o personagem que menos se sobressai, porém contextualmente falando, isso funciona por se tratar justamente do Homem-Aranha... E o motivo eu explico daqui a pouco.
O enredo acompanha a vida de Peter-Parker após os eventos de Guerra Civil. Depois de lutar lado a lado com Tony Stark, Peter assume a responsabilidade de combater crimes locais, com a permissão do senhor Stark e o acompanhamento do Happy. Porém tudo desanda quando a tecnologia alienígena que veio para a terra, começa ser a reaproveitada e alguns maniacos com armas começam a ameaçar a paz. Peter então resolve, sem a permissão de Tony, procurar descobrir quem são esses vilões e quem comanda esse grupo.
A trama de Homem-Aranha: De volta ao lar, é um pacote completo de referencias ao próprio personagem. Pela primeira vez em um filme inicial do personagem, não acompanhamos a história clássica, que você já conhece e viu na Trilogia do Sam Raimi e nos filmes com o Andrew Garfield. Porém nesse trabalho, tanto o roteiro quanto a direção, são bem fieis em referencias ao personagem nos quadrinhos e nas telonas. Várias diálogos, várias frases e várias cenas são contextualizadas para fazerem sentido com a atual trama do personagem. Além disso ate o próprio titulo "De volta ao lar" remete tanto há vários sentidos dentro e fora da trama. O longa é cheio dessas dualidades narrativas, que são muito bem feitas.
Outro fator amarra direção e roteiro em um pilar só, é o próprio tópico que eu já citei sobre o filme ser "pé no chão". O Homem-Aranha dessa vez não encara uma SUPER AMEAÇA, ele não enfrenta um vilão principal, alguém super-maléfico, dessa vez eles fizeram o Peter ser mais caseiro, e ser mais casual, assim como várias versões do personagem nos quadrinhos. E isso é mais um atributo que funciona fora e dentro do roteiro. Na trama faz sentido pela existência dos vingadores, que são os verdadeiros protetores, o Peter é apenas uma aposta do Sr. Stark; E fora do filme funciona pelo acordo da Sony com a Marvel, pois assim, sem explorar tanto o personagem fora do seu próprio arco, você não cria uma liga que prende muito o Homem-Aranha com o UCM caso ele eventualmente precise sumir do universo.
A direção do Jon Watts eu acho bem legal, ele consegue transmitir um tom bem jovial, conseguiu trazer um clima bem colegial e cria muito bem aquele conceito de drama adolescente. Eu não curto tanto a ação desse filme, as lutas ficam abaixo de alguns outros filmes de mesma proposta, e muitas coisas são filmadas no escuro, o que deixa a cena confusa. Porém em contrapartida o Peter é muito bem dirigido, os personagens principais são bem colocados em cena, e eu acho que o Jon Watts acerta mais quando filma cenas mais fechadas do que em ambiente aberto.
O roteiro é bem interessante, um pouco diferente da estrutura padrão que a gente conhece do universo Marvel, porém fica legal pela própria proposta que é diferente também. Como eu já afirmei, esse é um filme mais pé no chão, e por isso todas as viradas são bem mais concisas. Apesar disso são plots bem montados, que realmente dão as motivações necessárias.
O elenco traz um pessoal muito bom. O Tom Holland (Z: A cidade perdida) faz maravilhosamente o Peter Parker, a Laura Harrier (Infiltrado na Klan) manda muito bem fazendo a Liz, a Zendaya (O rei do show) faz fantasticamente a Michelle, o Michael Keaton (Batman) é o Adrian, a Marisa Tomei (A primeira noite de crime) é a tia May, o Jacob Batalon (Todo dia) é o Ned, o Jon Favreau (Homem de ferro) volta do como Happy e o Robert Downey Jr. (Os Vingadores) aparece mais uma vez como Tony Stark.
Como já era de se esperar, o filme não evolui nada do UCM, nem com alguma referencia dentro da trama, nem com suas cenas pós-créditos. Pelo contrario, na verdade esse é um filme que homenageia mais o passado do que foca no futuro. Uma das cenas extras apenas é uma piada com o próprio longa e a outra é uma prévia do que poderíamos encontrar na continuação. Mesmo sendo de maneira temporária, esta sendo ótimo ver o Peter Parker junto com outros... Mas antes dele se reencontrar com a galera de novo, outro encontro acontecia em outro filme do UCM... O Thor encontrava o Hulk, e é sobre essa dupla que a gente fala no próximo Nostalgia Marvel que vai ser sobre Thor: Ragnarok.
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