2017 foi o ano que a Marvel decidiu expandir seu universo compartilhado para várias vertentes diferentes. Fez isso com Guardiões Vol 2, feliz isso com Homem-Aranha: De volta ao lar e principalmente usou esse conceito em Thor Ragnarok. O personagem que era ate o momento o menos valorizado do quarteto inicial, viu em seu último longa da trilogia uma porta para brilha. Thor: Ragnarok então correspondeu as expectativas e apresentou para o público uma nova versão do Asgardiano. Por isso hoje vamos explicar um pouco como o Thor passou de de um cara para um homem, e como Taika Waititi reformulou toda a imagem do personagem.
No ponto exato em que se passa Thor: Ragnarok, os outros heróis do UCM estão se enfrentando na guerra civil. O embate dos heróis, que deixou Thor e Hulk de fora, acumulou fatos que seriam peças fundamentais para o desenvolvimento de Guerra Infinita e de Vigadores: Ultimato. Mas com quase todos os outros personagens já pré-ambientados, faltava dois dos grandes confirmarem sua presença nesse confronto contra Thanos. Thor: Ragnarok tem justamente essa função de localizar Bruce Benner e o Thor, para poderem colocar eles juntos em algum momento ao lado dos outros Vingadores. Por isso esse filme do Thor é considerado um dos mais relevantes para Guerra Infinita, pois é ele quem faz a principal conexão entre os outros longas da Marvel, entre os personagens que faltava aparecer após era de Ultron e Vingadores 3.
O roteiro desse filme é com certeza o mais interessante da trilogia. Após os eventos de Vingadores 2, o Thor após passar por muito perrengue acaba conseguindo retornar para casa, porém quando chega lá encontra problemas com sua irmã Hela que resolve invadir Asgard com o plano de destruir o planeta. Após um confronto com ela, Thor acaba perdendo o Mjölnir e parando em um ambiente totalmente desconhecido, onde literalmente terá que lutar pra sobreviver.
A história que esse filme traz tenta suprir as características de duas sagas famosas dos quadrinhos, a primeira delas é a saga do Ragnarok, fato clássico da mitologia Nórdica. E a segunda saga é a arco Planeta Hulk, que é o referente principal do Bruce Benner nesse longa. Como a Marvel não pode fazer um filme solo do herói verde nas telonas, ela conseguiu unir bem esse arranjado para fazer um longa "Dual" que acompanha dos dois personagens. Ou seja, apesar do trabalho ter o Thor como protagonista e carregar o nome do próprio, é evidente que se tratando das limitações da Marvel envolvendo o Hulk, o objetivo em introduzir o Bruce como um segundo protagonista ficou muito claro para suprir essa necessidade.
Como eu já afirmei, o roteiro desse longa é com certeza o mais completo da trilogia. Ele é o longa mais bem escrito, mais bem desenvolvido e que mais acertou o tom do Thor. O roteiro desse longa desconstrói totalmente o personagem que a gente já conhecia e apresenta ele com uma nova assinatura. Inicialmente, para quem vem acompanhando o UCM de longa data, pode parecer uma mudança grotesca, mas vale informar que o Thor, de todos os personagens, era um dos que menos tinha o gosto popular. Para a grandeza dele, ter dois filmes que não foram totalmente dominantes, fica um clima estranho para o personagem. Por isso esse investimento e essa roupagem nova, foi uma aposta necessária que deu muito certo.
Além do roteiro solido, o que se destaca também é toda a parte artística e visual que compõe o longa. A Hela esta maravilhosa nesse trabalho, o Thor com o visual novo, assumiu a cara que reescreveu ele na Marvel, a ambientação e os cenários são surreais, o tom do filme é maravilhoso. E tudo isso só combou bem por conta de dois caras. O primeiro deles é o diretor Taika Waititi que assumiu essa responsabilidade e conseguiu entregar um trabalho que tinha a grandeza de ser o principal filme pré Guerra Infinita. O segundo é um cara que mesmo sem saber ditou o tom do longa: Jack Kirby. Um dos grandes nomes dos quadrinhos, que moldou um visual bem pessoal do Thor, foi o homenageado desse longa, tendo sido referenciado em vários momentos do filme, e principalmente na fotografia do longa que carregou elementos que poderiam facilmente ser assinado por ele.
A trilha sonora é uma das coisas mais chama atenção no trabalho, principalmente pela complexidade compreensiva que ela apresenta. O Rock pesado foi escolhido para um longa teoricamente mais colorido, e juntar esses elementos não é algo comum. O Taika conseguiu, dosou certo a divisão para esses atributos e acertou bem na parte musical.
O elenco é outro ponto fortíssimo, pois traz nomes que são bem pesados no mercado do cinema atual. Protagonizando o filme, como sempre é o Chris Hemsworth (Thor), a Tessa Thompson (Creed) também faz parte desse elenco, ela interpreta a Valquíria. A Cate Blanchett (O mistério do relógio na parede) esta maravilhosa de Hela, o Tom Hiddleston (Os Vingadores) esta muito bem de Loki mais uma vez, o Mark Ruffalo (Truque de Mestre) manda muito bem como Bruce Benner, e o Anthony Hopkins (O silencio dos inocentes) que tem participações fodas nesse filme, esta incrível como Odin.
Thor: Ragnarok de todas as produções recentes ate aquele momento, com certeza era a mais revelante. Além de uma conexão direta com Guerra Infinita em sua cena pós-crédito, ele ainda se conectou com Steve Stranger e fez jus a sua cena no filme do Doutor Estranho. Com essas duas linhas fortes, Thor ate aquele momento era frisson que deixou o público Ansiosíssimo para o novo filme dos Vingadores, que naquela altura do campeonato, faltava seis meses. Porém, antes de Guerra Infinita, um filme ainda faltava estrear, e quem diria que ele seria um dos maiores fenômenos de 2018... Sim jovens, no próximo Nostalgia Marvel, Pantera Negra será o foco.
Comments