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Foto do escritorIury D'avila

Análise: Deuses Americanos (2ª temporada)



"Deuses são reais se acredita neles". Quem nunca ouviu essa frase icônica que ficou fixa como uma das marcas registradas de Deuses Americanos? O sucesso literário de Neil Gaiman ganhou uma adaptação para as telonas em 2017 quando foi exibida sua primeira temporada, e esse ano, 2019, foi ao ar o segundo ano desse trabalho que é um dos maiores sucessos da Amazon Prime no Brasil. Por isso jovens, peguem seus amuletos de fé, preparem sua oração e se acomodem porque hoje é dia da segunda temporada de: Deuses Americanos.


Pois é pessoal, dois anos depois dos primeiros da primeira parte da trama, a Starz liberou mais 8 episódios dando continuidade aos eventos da temporada anterior. Se quiser entender um pouco melhor o primeiro ano da série, basta ler nossa análise que já foi feita e posta aqui a um tempo atras. Mas só para te ambientar rapidamente, vamos te passar o fato mais importante que aconteceu no fim daquele arco. (SPOILERS) {no final da última season a gente acaba descobrindo que o Mr. Wednesday é nada mais na menos que Odin. E essa é uma das informações mais relevantes para todo o arco principal que é desenvolvido nessa segunda temporada}.


Bom, basicamente o enredo geral acompanha um rapaz chamado Shadow Moon, que repentinamente tem sua vida virada de cabeça para baixo quando ele acaba descobrindo que deuses existem, que eles vivem entre nós e que agora ele faz parte de todo esse mundo. Shadow então passa a acompanhar o Mr. Wednesday em sua cruzada onde o objetivo dele é uma guerra entre os antigos deuses clássicos e os novos que estão surgindo atualmente.


Se você leu nossa análise da temporada passada, fica fácil identificar que o objetivo no primeiro ano da série era exclusivamente te jogar para dentro desse mundo dos deuses meio que na visão inocente do Shadow. A primeira temporada foi totalmente introdutória e teve como objetivo te mostrar da maneira mais crua possível esse mundo grandioso. No caso da segunda temporada, o roteiro considera que você já entendeu como a série funciona, já entendeu a mitologia, já entendeu a proposta e sabe o que vem por vir. Esses oito episódios novos trazem um recrutamento e uma preparação para a guerra. Os dois lados, tanto os deuses novos quanto os deuses antigos, fazem suas jogadas e vão preparando suas armas para o que vem por ai. E isso é bem interessante dentro do roteiro, porque você vai entregando gradativamente aquela construção para o embate tão esperado. Deuses americanos não pula etapas e só avança sua história se explicar pelo menos simplificadamente o que significa cada ação de cada personagem.... E isso eles entregam de maneira bem eficiente. Existe realmente uma lentidão no roteiro, mas não é barriga e não é cansativo, tem explicações e razoes para aquelas cenas, por isso fica legal e é um ponto muito bom da série.


Ainda falando do roteiro, uma coisa que também agrada bastante é o respeito que a história tem com cada personagem. Como a trama em geral aborda muita gente, você tem muitos personagens para desenvolver arcos. Contudo o roteiro consegue entregar bem redondinho a trama de cada um em tela. É impressionante como funciona e flui bem todos os arcos, como tudo se cruza e se conecta com facilidade, como as motivações são válidas, e como os argumentos são aceitos. E simplesmente maravilhoso. Outra coisa muito interessante dos arcos nessa temporada, é a profundidade que cada um dos protagonista recebeu. O Shadow, o Mr. Wednesday e o Mad Sweeney são personagens que ganham uma profundidade ainda maior, você aprende mais um pouco dos três e ambos ganham um peso bem mais considerável do que no primeiro ano. Na primeira temporada esse fato aconteceu com alguns deuses e também com a Laura Moon, que teve também seu background explicado. Nesse caso mais recente, esses três personagens ganharam um poder maior ainda, e foram bem mais trabalhados que os outros.


Visualmente falando, essa temporada é bem menos escrachada que sua antecessora. Quando a série nos foi apresentada, tudo era muito mais massivo e bem fantasioso, agora a violência continua, porém o tom é mais divino. Deuses americanos tem uma fotografia que já era linda e agora ficou melhor ainda. Como os deuses foram devidamente apresentados, agora você consegue visualmente expor isso melhor e sentir em cena a presença forte desses seres. Chega ate ser intimidador, pois normalmente o Shadow é o fisicamente mais forte em cena, mas a serenidade do deuses transborda um poder que engole o nosso principal protagonista... Tudo isso só por conta da parte visual (E do trabalho dos atores também). Todos os eventos nessa temporada não são exagerados, agora tudo é um pouco mais pé no chão, sem forçar nada visualmente.


Os diálogos mais uma vez são sensacionais. Esse é um dos pontos mais marcantes de deuses americanos, e é um tópico que eles sempre trabalharam muito bem e sempre entregam um material muito bem feito. Além de grandes frases de efeito, tem muita coisa de mitologia, muita metáfora e ate referências. É um aspecto chave da série.


Já que falamos em mitologia, nessa temporada, Deuses Americanos entrou bem a fundo na história de várias entidades bem populares. Creio que a maior delas entre todas seja o Thor. O deus do trovão da série finalmente apareceu, e foi legal ver como resolveram o arco do filho de Odin. Era uma duvida que muita gente tinha, e nessa temporada eles resolveram esse fato, no mesmo episodio em que resolveram o passado do próprio Mr. Wednesday.


O elenco dessa temporada conta com uma galera maravilhosa. O Ricky Whittle (The 100) é o Shadow Moon, o grandioso Ian McShane (Game Of Thrones) é o Mr. Wednesday, a maravilhosa Emily Browning (Pompeia) é a Laura Moon, o Pablo Schreiber (The Orange is The New Black) é o Mad Sweeney, a Yetide Badaki (Cardinal X) é a Bilquis, o sereno Crispin Glover (De volta para o futuro) é o Mr. World, o Bruce Langley é o Technical Boy, o Orlando Jones (Room 104) é o Mr. Nancy, o Mousa Kraish (Superbad) é o Jinn, o Omid Abtahi (Damien) é o Salim, a Kahyun Kim (Sexta-Feira muito louca) é aNew Media, e o Peter Stormare (Prison Break) é o Czernobog.


Pois é clã, mais uma temporada se passou e mais uma vez temos uma ótima trama de Deuses Americanos. A guerra tão esperada ainda não chegou, mas a terceira temporada logo, logo bate na porta e a gente fica no aguardo de saber o desfecho dessa história. Ano que vem (ou em 2021) quando sair a terceira temporada, a gente volta aqui para falar um pouco mais de Deuses Americanos.

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