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Foto do escritorIury D'avila

Análise: MIB - Internacional (2019)



Hoje chegou aos cinemas de todo o Brasil o mais novo filme de uma das franquias mais amadas do cinema. Nesse dia 13/06 estreou o quarto filme desse titulo que ganhou o coração do grande público e ganhou um grupo de fãs enorme que já rodou quase três décadas. Pois é clã, após sete anos ele estão de volta. Por isso jovens, se preparem que hoje é dia de MIB - Internacional.


Antes de começarmos falando propriamente do filme, é interessante vocês saberem que ontem a gente fez um breve resumo explicando um pouco do que foi e do que é MIB, assim como também no mesmo texto fizemos um breve resumo de cada um dos três longas que tinham sido lançados ate hoje. Por isso leiam a análise dos três primeiros filmes, pois assim sua base para esse conteúdo de hoje será bem maior.


O enredo desse longa traz de volta aquela famosa agencia secreta da terra conhecida como MIB que controla a vida alienígena na terra. Dentro desse contexto somos apresentados ao agente H, que é conhecido como um dos melhores homens da sede de Londres. Ele então acaba fazendo uma parceira com uma novata conhecida como agente M, e juntos eles vão tentar proteger a terra de uma ameaça que o agente H conhece muito bem...


A primeira coisa que a gente precisa e deve comentar é o roteiro do longa. A história que ele se propõem a nos contar e constrói através de sua narrativa, apesar de ser bem promissora a primeira vista, acaba sendo entregue de maneira bem gratuita. No primeiro ato a apresentação dos personagens é bem vazia e a construção inicial deles acontece muito rápido. O primeiro ato desse longa, os arcos dos protagonistas, e principalmente o arco da agente M é bem raso. Faltou trabalhar o desenvolvimento dos personagens, e principalmente faltou uma conexão bem feita entre os dois protagonistas em tela. Muitas decisões nesse começo de filme são bem duvidosas e a coerência de personalidade do agente H fica em cheque muitas vezes durante a trama.


Eu citei que o ritmo desse primeiro ato é um pouco estranho, mas na verdade o ritmo do filme inteiro é bem esquisito. O primeiro ato corre de uma maneira inacreditável, e tudo vai acontecendo muito rápido. O segundo ato ele é bem complexo, pois tem momentos bem agitados, ai depois a trama dá uma pausa, depois tem um mini plot no meio da história, ai o ritmo diminui de novo e fica frenético, no geral o roteiro é bem mal conduzido e você claramente se sente desconfortável pela velocidade uniforme das coisas e pelo caminho que a história vai trilhando.


Outro problema do roteiro que afetou bastante a experiencia, foi o fato de que não só teve uma história principal sendo contada... Houveram no minimo duas, e você pode considerar mais algumas se quiser. Houve uma leve mistura de algumas tramas paralelas e ficou complicado administrar tudo. Por isso, creio eu, que houve muita correria em vários momentos do filme, pois criaram muitas histórias e tinha muita coisa para resolver.


Fechando o roteiro, a última coisa que a gente precisa falar, e creio eu que seja a mais relevante para esse caso é o lado cômico do longa. Para quem não sabe, MIB tem um histórico incrível de piadas pesadas ou referentes a própria trama. E todo esse humor que MIB entrega é tão bem feito, que você percebe a inteligencia do roteiro. Porém... Esse tipo de piada é tão difícil de se fazer, que virou ate uma das marcas do primeiro e do segundo MIB. A formula para acertar esse tom de humor é tão difícil, que nem o terceiro MIB conseguiu entregar,e no final foi apenas uma vergonha alheia gigante. O fato é que MIB internacional tentou MUITO acertar esse tom de piadas, mas não conseguiu. O humor do longa é muito fraco e as piadas apesar de serem bem sacadas, não entregam o lado cômico que é uma característica fundamental dos dois primeiros filmes.


Tommy Lee Jones e Will Smith é uma das duplas com a melhor dinâmica dos últimos tempos no cinema. Basicamente os dois tem uma conexão tão forte que você sente em tela o clima satisfatório que eles passam. Os dois mandam muito bem juntos, e isso foi um dos grandes motivos para MIB ter feito tanto sucesso. Como agora, para esse novo filme, o elenco seria outro, obviamente o cast escalado deveria ter uma dinâmica pelo menos agradável, para assim conseguirem transmitir aquela vibe que o Tommy e o Will passavam. Quando o Chris Hemsworth e a Tessa Thompson foram escalados, parecia que a escolha tinha certeira pois os dois são ótimos atores, já trabalharam juntos, fazem uma dinâmica ótima, sabem fazer humor e estão no auge de suas carreiras. Parecia ser essa a formula que resgataria MIB, porém.... Em tela as coisas são foram tão bem assim. Como eu já citei a Tessa e o Chris tem uma química natural, porém os personagens deles foram muito mal trabalhados. Primeiramente que você não tem empatia por nenhum dos dois, e segundamente que os diálogos envolvendo a dupla não convencem. A relação deles nesse trabalho parece forçado, e não natural como era a Will com o Tommy.


Para fechar esses pontos negativos, temos mais dois problemas que a gente pode citar desse trabalho. O primeiro é a montagem que é um pouco bagunçada, principalmente no inicio e no final do filme. E outra coisa que acabou me incomodando bastante é o fato de que existe pouquíssimas referências ao três filmes originais. E além disso, as coisas que são referenciadas, não são tão bem aproveitadas. Em um universo grandíssimo como é o de MIB, era de se esperar mais. Obviamente existe easter eggs, mas na minha opinião, o filme precisara ser mais inserido ainda desse desse universo que ele participa. O fato é que Esse MIB é bem particular dentro dele mesmo.


Falando agora do diretor, ele é um cara que se chama F. Gary Gray, e esse rapaz trabalha oficialmente como diretor de clipes musicais, destacando-se assim no gênero do RAP. Justamente por isso, e pela sua bagagem o Gary Gray tem uma assinatura particular fortíssima. Você já deve ter visto o trabalho dele em Velozes e Furiosos 8, e basicamente aqui ele não renega seus pontos fortes e faz um filme totalmente com a sua cara. MIB - internacional tem uma pegada e uma cenas de ação bem fodas que são justamente o forte do diretor. Apesar de eu não curtir como ele conduz o filme, eu gostei bastante da direção dele e esse longa representa muito do que o Gary Gray sabe ou não fazer.


Na análise de ontem, eu critiquei bastante os efeitos especiais do segundo e do terceiro MIB. No caso de hoje, finalmente, depois de anos, tivemos ai criaturas com efeitos decentes. Apesar de não ser espetacular,o CGI é legal, funciona e entrega tudo bem bonitinho. É um aspecto ótimo que é bem feito nesse trabalho.


Antes de falar do elenco, é importante falar que MIB - internacional pode ter errado em muitas coisas, mas ele também soube respeitar vários aspectos da franquia e o mais relevante deles foi com certeza a trilha sonora. Eles usam a musica oficial de homens de preto nesse filme, e todas as outras canções parecem ser dessa mesma vibe. Obviamente tem um pouco do peso do diretor na trilha selecionada, mas no geral ela respeita bastante a obra original.


O elenco conta com uma galera foda, que trabalha bem junto, mas não tiveram uma de suas melhores performances nesse longa. O Chris Hemsworth (Vingadores: Ultimato) é o agente H, a Tessa Thompson (Creed II) é a agente M, o Liam Neeson (Busca Implacável) é o Grande T, a Emma Thompson (Homens de preto 3) é a agente O, o Kumail Nanjiani (Doentes de amor) é o Pawny, o Rafe Spall (Jurassic World: O reino ameaçado) é o agente C, a Rebecca Ferguson (O rei do show) é a Riza e fechando o elenco o nosso querido Sérgio Malandro (Lua de cristal) interpreta ele mesmo no filme.


Bom jovens, MIB - internacional não foi o filme que a gente esperava e justamente por isso eu desejo que a franquia pare por ai. Acho que esse titulo já deu o que tinha que dar, marcou história, mas evidentemente não tem mais como fazer como era antes. Valeu muito a tentativa, a expectativa era boa, mas o que foi entregue não empolgou. Enfim jovens, num resumo se você quiser ir no cinema... Vale a pena se você for muito fã ou da Tessa ou do Chris ou Sérgio Mallandro.



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