Por meados de 2016 um longa apareceu pelo mundo com uma premissa bem interessante e com trailers que chamavam a atenção do grande público. Uma aventura envolvendo desafios era um tema bem interessante de ser abordado, e adicionando tecnologia nesse pacote, o projeto que iria sair do papel poderia ser bem promissor. Por isso, hoje jovens, nós iremos relembrar esse longa que apesar de não ter sido um enorme sucesso, conseguiu chamar um pouco da atenção em seu período de lançamento. Então se prepara clã que hoje é dia de Nerve.
Bom pessoal, eu já falei isso em análises anteriores, mas é sempre bom dar uma reforçada: Nos últimos anos, utilizar um argumento tecnológico envolvendo mídias sociais como centro de um trabalho cinematográfico tem sido uma estrategia bem interessante que muita gente vem utilizando. Creio que o maior caso recente tenha sido "Buscando..." do ano passado. Nerve chegou dentro desse contexto, e querendo ou não trouxe para o mercado uma vertente bem interessante de como aproveitar esse tipo de longa. Mesmo já tendo outros filmes e series (Como Black Mirror, por exemplo) que usam a tecnologia dessa maneira, Nerve conseguiu dar uma visão bem pessoal de como a gente pode brincar com isso.
O roteiro dessa trama apresenta um aplicativo chamado Nerve, onde basicamente pessoas te pagam dinheiro para ver você executando algum desafio determinado. O problema é que esse jogo acaba crescendo demais, e perde o controle, afetando assim a vida de muita gente, incluindo a de uma garota chamada Vee.
Primeiramente eu queria falar um pouco da direção e do visual desse trabalho. Esse filme é comandado por dois caras que trabalham juntos a um tempo e sabem utilizar bem o que tem em mãos. Henry Joost e Ariel Schulman, no meu ver, conseguem entregar um trabalho muito bem feito. Eu gosto muito de como eles criam climas, de como eles apresentam situações, de como ele montam as interações entre personagens, e principalmente eu gosto muito do tom e das cores do filme. O longa é bem colorido e a fotografia funciona. Apesar de ter uma mudança de tonalidade forte no último ato, eu acho que é aceitável já que o roteiro caminha por um caminho sombrio nesse momento do trabalho. Então na minha opinião, toda a parte visual funciona bem e eu gosto muito do que eles entregaram.
Comentado agora sobre o roteiro, é interessante observar que a premissa desse projeto é uma coisa ótima. O que eles panejaram para Nerve, e ate o que tiraram do papel, no meu ver funcionou muito bem... Ate certo ponto. O inicio da história eu acho bem feito, o crescimento e o desenvolvimento dos personagens é interessante, e as primeiras missões são bem aceitáveis. Chega no meio do segundo ato e você começa a ficar meio cansado, mas ainda sim tudo segue bem, quando chega no terceiro, no momento de resolução, você nota que a história subiu tanto, que para finalizar a trama eles precisaram quebrar muito do tom e apresentar um encerramento bem diferente do que, creio eu, fosse o melhor para aquele projeto. Esse fato acaba de tirando um pouco do longa e te faz questionar algumas outras coisas que vão passando em branco durante o filme.
O ritmo de Nerve é outro ponto que pode ser discutível. Apesar do arco geral ser bem dominado, existe alguns outros personagens secundários que não tem um crescimento tão linear quanto os dois protagonistas. Existe algumas motivações dos personagens secundários que são bem duvidosas, e nisso, seu nível de descrença para certas situações precisa ser bem baixa.
Ainda falando dos personagens, eu gosto bastante de todo mundo, acho que tirando um ou outro, geral funciona bem dentro da trama. Gosto da dinâmica do casal principal, gosto da interação dos personagens secundários com os protagonista e os diálogos, apesar de não serem tão bons, são bem espertos em alguns momentos. Enfim, no geral o pacote de Nerve entrega um filme bem divertido.
O elenco conta com uma galera que trabalha bem e alguns são bem conhecidos do grande público. A Emma Roberts (American Horror Story) é a Vee, o Dave Franco (Truque de Mestre) é o Ian, a Emily Meade (The Leftovers) é a Sydney, o Machine Gun Kelly (Bird Box) é o Ty, o Miles Heizer (13 Reasons Why) é o Tommy, e a Kimiko Glenn (Orange is the New Black) é a Liv.
Bom jovens, Nerve, apesar de não ter sido um puta sucesso, conseguiu um burbulhino do público, o que lhe rendeu pelo menos uma boa atenção após sua chegada nos serviços de Streaming. Nerve é divertido em vários aspectos diferentes, tem um público alvo, consegue acertar nele e arredonda no final seu roteiro, porque obviamente é obrigatório. Mas nesse trabalho a diversão é o foco, e por isso vale a pena dar uma chance para Nerve: Um jogo sem regras.
Comentários