Quando se fala em séries infanto-juvenis, na cabeça de muitos podem vir alguma produção da Nick ou da Disney, mas... A verdade é que em boa parte da galera que cresceu nos anos 90 e começo dos anos 2000, é um grupo de heróis coloridos quem rouba a cena. Esse grande seriado, que fez sucesso no mundo inteiro; além de ser um fenômeno na TV, também ganhou muita gente no cinema. E então sabendo disso, hoje vamos falar do primeiro desses vários trabalhos que essa franquia teve nas telonas. Por isso, se preparem jovens que hoje é dia da análise de Power Rangers: O filme.
Bom jovens, antes de começarmos falar devidamente dessa produção, vale lembrar que nós já temos vários conteúdos aqui no site falando dessa franquia. Temos análise do filme de 2017, temos análise da temporada Super Ninja Steel, além de um texto especial sobre o crossover com Street Figther, e temos também um apanhado geral de todas as temporadas da TV. Por isso, se você gosta de Power Rangers, vá ler esses textos, pois garanto que irá curtir muito.
O enredo desse longa nos conta que após um vilão chamado Ivan Ooze ser libertado acidentalmente, os rangers vão se deparar com o inimigo mais perverso que eles encontraram ate agora em sua trajetória. Ivan, após conseguir deixar os rangers sem poderes, começa a colocar seu plano maligno em prática, enquanto nossos heróis vão para uma jornada na tentativa de recuperarem sua fonte de energia.
Bom jovens, sem duvida a primeira coisa que eu preciso comentar com vocês é sobre a linha do tempo no qual esse filme se encaixa dentro da mitologia de Power Rangers. Para entender onde esse longa é posicionado, você vai precisar pensar em duas vertentes. A primeira é voltada para a linha do tempo da série, e a outra é voltada para o arco oficial desse filme. O fato é que esse filme foi lançado mais ou menos no período de transição da segunda para a terceira temporada de Migthy Morphin Power Rangers. E esse arco foi adaptado dentro de um molde bem semelhante ao rumo que a série iria trilhar. Então o fato é que esse filme acompanha um pouco a deixa da segunda temporada... Mas no final acaba se tornando invalido, já que na sequencia da série, o mesmo arco é repetido no inicio da nova temporada.
Em todo caso, o fato é que antes da season 3 ir ao ar, esse longa era a eventual continuação da temporada que tinha se encerrado. E a trama desse longa, pelo menos no começo do primeiro ato, era muito interessante, pois em certos pontos se assemelhava muito ao inicio da primeira temporada lá de 93. Sinceramente, eu não acho que essa semelhança tenha sido liberdade artística, fan service, ou qualquer argumentos do tipo. No meu ver foi só a utilização de uma formula que dá certo, para construir uma história que claramente dá certo para o público de Power Rangers.
A trama dessa temporada, além de ser praticamente igual ao arco da "A Busca Ninja" da terceira temporada, é bem rasa e não tem tanta profundidade assim. É uma história bem pipocona, mas que a gente aceita, justamente por se tratar de um filme voltado para o público infantil. A trama traz um roteiro bem simples, porém que em todo caso, é bem redondinho.
O fato é que, por bem ou por mal, esse longa de Power Rangers pode se definir como uma jornada de aventura. Durante boa parte dos três atos, o filme te faz acompanhar essa jornada dos rangers, que normalmente não acontece nas temporadas da TV. Além disso, eu acho que esse filme ditou muito esse ritmo da terceira temporada, já que essa season 3 que aconteceu após o filme, é a mais distante de todas as outras de MMPR, e em certos quesitos se aproxima muito desse longa.
Obviamente por ser um filme, e ainda mais por ser o primeiro filme da franquia, a produção para esse trabalho foi bem diferente do que é normalmente na TV. Com um orçamento de 15 milhões de dólares, o longa conseguiu dar uma cara nova para a franquia, entregando algo mais bem elaborado. O problema foi que, nem tudo funcionou tão bem assim. O filme carrega alguns problemas visuais, que a gente vai citar, mas já adiantando que boa parte desses problemas veio graças a produção fraca.
Um dos principais problemas, claramente são os vilões. Fora o Ivan Ooze, que é algo esquisito a níveis surreais. A Rita, o Zedd, e todos os vilões que a gente já conhecia da TV, tiveram uma nova "versão" nesse filme, que não funcionou nenhum um pouco. A estética desses personagens não deu certo na TV, e no final o resultado ficou grotesco.
Além disso, tivemos os zords, que foi a coisa mais zuada do filme inteiro. O diretor Bryan Spicer tentou fazer um trabalho usando computação gráfica 3D ao invés das maquetes que eles usam na série... E por mais que tenha sido uma escolha ousada, o resultado ficou bem ridículo. Tudo bem que em 95 a computação gráfica não era lá essas coisas, mas... Naquele ano já era possível fazer algo bem mais elaborado do que aquilo que foi entregue.
Outra coisa que foi muito mal vista, foram as cenas de luta muito mal elaboradas. Apesar de não ser exatamente o centro do filme, sendo Power Rangers, obviamente precisa haver cenas de combate. E as que foram entregues, apesar de serem bem divertidas, são bem mal filmadas e com um coreografia bem questionável. Mais uma vez indo naquele papo de que na TV pode ate dar certo, mas no cinema, com certeza não funciona.
Bom, mas como eu já falei, com um orçamento para o cinema em mãos, obviamente a produção tinha que entregar inovações para o cinema, que não existiam na TV. E por isso, obviamente houve um trabalho de repaginação em vários quesitos. Primeiramente, todos os personagens tiveram alguma mudança. Os vilões ficaram péssimos, o Zordon ganhou uma nova cara, e os rangers ganharam uma nova versão de seus uniformes. E já falando dessa nova roupa dos heróis, sinceramente? Eu achei incrível essa nova cara que deram para os rangers morfados. No meu ver, é mais eficiente do que o uniforme da serie e bem mais eficiente e bem mais bonito que os do filme de 2017. Além disso, os heróis ganharam apetrechos que não tem na versão da TV, além dos zords novos e também vale citar que aqui, a personalidade deles é mais forte nessa versão do cinema.
Outra coisa que eu adoro muito nesse filme é toda a trilha sonora. Fora as canções selecionadas que são maravilhosas, ainda temos uma nova e melhor versão do tema oficial de Power Rangers, que acabou se tornando icônico e no meu ver é a melhor versão do tema até hoje.
Desde que o filme saiu em DVD e na TV, existe um discurso entre os fãs que envolve a dublagem desse trabalho. O fato é que o longa ganhou duas dublagens, e as duas são muito boas. E justamente por conta disso, os fãs se dividem em quem prefere a do DVD original ou a da rede globo. O que rolou foi que na dublagem do DVD, por alguma especie de erro, ou falta de informação, os dubladores originais da Trini, do Zack e do Jason, dublaram os novos rangers que são o Adam, o Rocky e a Aisha. Na dublagem da globo, isso foi corrigido e por isso, em tese, a da rede globo é a mais correta.
Sendo um filme de Power Rangers, obviamente não podia faltar referências a franquia original. Além de tudo que a gente já falou aqui, o filme lembra indiretamente várias coisas do conteúdo da TV. E isso é algo bem visível e bem presente no longa. Isso faz com que esse trabalho seja ate hoje bem nostálgico e bem especial para os fãs da franquia.
O elenco principal é bem interessante, pois ele traz todos os rangers oficiais da série. O Steve Cardenas (Turbo: Power Rangers 2) é o Rocky , o Jason David Frank (Power Rangers: Dino Trovão) é o Tommy, o Johnny Yong Bosch (Power Rangers Turbo) é o Adam, a Amy Jo Johnson (Flashpoint) é a Kimberly, a Karan Ashley (MMPR) é a Aisha, o David Yost (Power Rangers ZEO) é o Billy, o Paul Freeman (Indiana Jones) é o Ivan Ooze e o Nicholas Bell (Missão Impossível 2) é o Zordon.
Bom clã, esse filme de 1995 foi a primeira vez que a franquia chegou aos cinemas, mas... Não foi a última. A temporada Turbo também ganhou um filme, e logo mais a gente volta aqui para falar mais sobre essa série grandiosa chamada Power Rangers.
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